ASTOLFO OLEGÁRIO DE
OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
A Revue Spirite
de 1858
(4a Parte)
Allan Kardec
Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite,
mensário lançado por
Allan Kardec em janeiro
de 1858 e por ele
editado até 31 de março
de 1869, quando
desencarnou. O texto
condensado do volume
correspondente a 1858
está sendo aqui
apresentado em 8 partes,
com base na tradução de
Júlio Abreu Filho
publicada pela EDICEL.
Questões preliminares
A. Existem metades
eternas?
Um assinante suscitou
esta questão. Abelardo e
Heloísa, evocados,
explicaram que a idéia é
errônea, mas confirmaram
o fato de que as almas
afins se buscam, devido
à simpatia e à
semelhança de gostos e
ideais. (Revue
Spirite de 1858, pp. 140
e 141.)
B. Quando foi fundada a
Sociedade Parisiense de
Estudos Espíritas?
Em 1o
de abril de 1858,
conforme notícia
veiculada pela própria
Revue. (Revue
Spirite de 1858, p.
153.)
C. Como é que os
Espíritos fazem os
objetos materiais
mover-se?
Segundo São Luís, os
Espíritos fazem os
objetos materiais
mover-se dando-lhes uma
vida factícia: quando a
mesa se ergue não é o
Espírito que a levanta;
é a mesa animada que
obedece ao Espírito
inteligente. Kardec
pensava de modo
diferente, mas mudou de
opinião com a explicação
dada por São Luís.
Assim, diz ele, quando
um objeto é posto em
movimento, arrebatado ou
lançado no ar, não é o
Espírito que o pega,
empurra ou levanta: ele
o satura com o seu
fluido, pela combinação
com o fluido do médium,
e, desse modo,
momentaneamente
vivificado, o objeto age
como se fosse um ser
vivo. (Revue Spirite
de 1858, pp. 155 a 158.)
D. A dúvida a respeito
da própria morte é comum
aos recém-falecidos?
Sim. A dúvida da morte é
muito comum nos
indivíduos recentemente
falecidos,
principalmente quando em
vida não elevaram a alma
acima da matéria.
(Revue Spirite de 1858,
p. 174.)
Texto para leitura
95. Um assinante suscita
a questão das metades
eternas e pede a
Kardec analise o
assunto. Abelardo e
Heloísa, evocados,
explicam que a idéia é
errônea, mas confirmam o
fato de que as almas
afins se buscam, devido
à simpatia e à
semelhança de gostos e
ideais. (P. 140)
96. São Luís afirma que
a expressão metades
eternas é inexata e
que não existe uma união
particular e fatal de
duas almas. (P. 141)
97. Kardec conclui o
assunto dizendo ser
necessário rejeitar a
idéia de que dois
Espíritos, criados um
para o outro, um dia
deverão unir-se na
eternidade. (N.R.: As
respostas de São Luís e
o comentário de Kardec
deram origem às
perguntas 298 a 303 d'O
Livro dos Espíritos.)
(P. 142)
98. A Revue
publica duas entrevistas
com o Espírito de
Mozart, enviadas por um
de seus assinantes. (P.
142)
99. Mozart informa estar
habitando Júpiter, onde
não existe o ódio e a
melodia existe em toda
parte: nas águas, nas
folhas, no vento, nas
flores -- tudo produz
sons melodiosos. (PP.
144 e 145)
100. Nenhuma música, diz
ele, pode dar uma idéia
da que existe ali. "Não
temos instrumentos: são
as plantas e os pássaros
os coristas. O
pensamento compõe e os
ouvintes gozam sem
audição material, sem o
concurso da palavra -- e
isto a uma distância
incomensurável." (P.
145)
101. Confirmando a
necessidade da
reencarnação para
evoluir, Mozart diz que
a crença em Deus e a
dedicação ao trabalho
trar-nos-ão a calma. (P.
146)
102. Um assinante de
Haia (Holanda) enviou
interessante relato
sobre a manifestação do
Sr. M., que deserdou os
parentes próximos em
favor da família da
mulher, falecida pouco
antes dele. (P. 147)
103. Com ajuda de
espíritas radicados em
Lião, foi desmascarado
um impostor que dizia
ser o Sr. Home. Para
confundir o público, o
Sr. Lambert Laroche
intitulava-se grande
médium americano de nome
Hume. (PP. 150 e 151)
104. A Revue
noticia a fundação a 1o
de abril de 1858 da
Sociedade Parisiense de
Estudos Espíritas. (P.
153)
105. São Luís fala sobre
os fluidos e explica
como é que os Espíritos
fazem os objetos
materiais mover-se,
dando-lhes uma vida
factícia: quando a mesa
se ergue não é o
Espírito que a levanta;
é a mesa animada que
obedece ao Espírito
inteligente. (PP. 155 a
157)
106. Kardec percebe seu
equívoco anterior e
conclui: quando um
objeto é posto em
movimento, arrebatado ou
lançado no ar, não será
o Espírito que o pega,
empurra ou levanta: ele
o satura com o seu
fluido, pela combinação
com o do médium, e,
assim momentaneamente
vivificado, o objeto age
como se fosse um ser
vivo. (P. 158)
107. A Revue prossegue
relatando os fenômenos
de raps
publicados pelo "Jornal
de Bergzabern" em que a
médium era a jovem
Filipina Sanger. (P.
159)
108. Perto do Natal os
golpes e as arranhaduras
tornaram-se mais
violentos e duravam mais
tempo. Ouviam-se no alto
pancadas muito fortes,
que faziam abalar a
casa, sacudir as janelas
e dar a impressão às
pessoas presentes de que
o solo tremia sob seus
pés. (P. 165)
109. São Luís escreve
sobre a preguiça,
asseverando que a força
não foi dada ao homem,
nem a inteligência ao
seu espírito, para que
consuma seus dias na
ociosidade, mas para ser
útil aos seus
semelhantes. (P. 170)
110. Kardec conversa com
o Espírito do Sr.
Morisson, o milionário
inglês que nos dois
últimos anos de vida
imaginava-se reduzido à
extrema pobreza. São
Luís diz que ele sofria
muito pelo bem que não
fez. (P. 171)
111. A respeito desse
caso, São Luís afirma
que em parte alguma se
têm encargos apenas para
consigo mesmo. O homem
responde pelos que o
cercam e não só pelas
almas que lhe foram
confiadas. (P. 172)
112. Kardec evoca o
Espírito de um suicida,
seis dias após a sua
morte no estabelecimento
da Samaritana. O homem
contava cerca de 50
anos. (P. 173)
113. O suicida não tinha
ciência de sua morte,
embora sentisse
sufocar-se no caixão.
São Luís explica que o
Espírito do suicida fica
ligado ao corpo até o
termo de sua vida. (PP.
173 e 174)
114. A dúvida da morte é
muito comum nos
recém-falecidos, diz
Kardec; principalmente
naqueles que em vida não
elevaram a alma acima da
matéria. É um fenômeno
bizarro, mas explicável
naturalmente. (P. 174)
115. Após transcrever
parte das confissões de
Luís XI, ditadas por ele
mesmo à srta. Ermance
Dufaux, Kardec diz que
esse trabalho prova que
as comunicações
espíritas podem
esclarecer-nos sobre a
História, desde que nos
saibamos colocar em
condições favoráveis.
(P. 178)
116. A Revue transcreve
trecho da "História da
França", de Henri
Martin, célebre
historiador francês, que
descreve com respeito os
fatos espíritas e as
faculdades
extraordinárias de Joana
D'Arc. (PP. 179 a 181)
117. Em todos os tempos,
diz Kardec, o gênio da
discórdia agitou o seu
facho sobre a
Humanidade: é que os
Espíritos inferiores,
invejosos da felicidade
dos homens, encontram
entre estes acesso muito
fácil. (P. 182)
118. Kardec foi ao
banquete anual dos
magnetizadores e diz
professar a ciência
magnética há 35 anos,
desde pois os 18 anos de
idade. (P. 183)
119. São Luís escreve
sobre a inveja e diz que
as obras de caridade e
de submissão são as
únicas que nos darão
entrada no seio de Deus.
A inveja é uma das mais
feias e mais tristes
misérias deste globo. A
caridade e a constante
emissão da fé
farão desaparecer todos
esses males. (P. 186)
120. Os jornais
franceses noticiaram o
curioso fenômeno da
imagem do falecido Sr.
Badet, com seu boné de
algodão, fotografada no
vidro da janela, à qual
costumava ficar no
período de sua
enfermidade. (P. 186)
121. Evocado, o Sr.
Badet confirmou o fato,
mas não conseguiu
explicá-lo com clareza.
Ele, contudo, confirmou
que o Espírito não tem
olhos, mas o perispírito
os tem. (P. 188)
122. Kardec tece
considerações sobre a
fotografia espontânea e
adverte que devem
desiludir-se os que
pensam que os Espíritos
lhes abririam minas de
ouro, pois sua missão é
mais séria. (P. 192)
(Continua no próximo
número.)