Texto para leitura
O insulamento é
incompatível com o progresso
1. A criatura humana, pela
sua estrutura
ético-psicológica, é dotada
por Deus de sentimentos e
emoções que a obrigam e a
impelem para a vida social.
Deus fez o homem para viver
em sociedade e para isto
outorgou-lhe o atributo da
palavra, que é o veículo da
comunicação entre os
encarnados.
2. Sendo por excelência um
ser gregário, um animal
social, como há séculos já
apregoava a filosofia
aristotélica, o homem não
pode viver isoladamente.
3. A vida solitária por
opção revela sempre uma fuga
inconcebível, porque somente
indica infração às leis
divinas do trabalho e do
amor. O insulamento é
incompatível com o
sentimento de fraternidade
que deve existir nos
corações humanos.
4. Como o homem não é dotado
inicialmente de
auto-suficiência, condição
conseguida pelo trabalho e
pelo progresso, ele é
dependente de seu
semelhante. As faculdades
humanas não estão
desenvolvidas no mesmo grau
e, por isso, como lembra
Deolindo Amorim, “há
necessidade de viverem uns
pelos outros e para os
outros, tendo como ponto
convergente o bem comum”.
Sem o contato social o
Espírito se embrutece
5. O insulamento, como já
vimos anteriormente, é
contrário à lei da Natureza,
isso porque pelo próprio
instinto o homem busca a
vida comunitária de modo a
concorrer para o progresso,
mediante o auxílio
recíproco. A solidão torna o
homem improdutivo e inútil
para os seus semelhantes e
isto “não pode agradar a
Deus”.
6. A insociabilidade, ao
gerar a solidão, atenta
contra o próprio instinto de
conservação e perpetuação da
espécie, entrava o progresso
e, dessa forma, embrutece e
enfraquece o homem que a ela
se devota ou se agarra como
fuga.
7. Os cultores da vida
reclusa se enfraquecem pela
improdutividade e pela
estagnação quanto às
aquisições dos tesouros da
sabedoria e da experiência.
Tal atitude revela uma forma
de egoísmo e, por isso, só
merece reprovação, à luz dos
ensinamentos espíritas.
8. Como observa Rodolfo
Calligaris, não há “como
desenvolver e burilar nossas
faculdades intelectuais e
morais senão no convívio
social, nessa permuta
constante de afeições,
conhecimentos e
experiências, sem a qual a
sorte do nosso Espírito
seria o embrutecimento e a
estiolação”.
O voto de silêncio não passa
de uma tolice
9. O voto de silêncio
adotado por alguns
religiosos nada edifica
porquanto impede a
comunicação entre os
indivíduos, o que, em última
análise, como sustentam os
Espíritos Superiores, “é uma
tolice”. A palavra é uma
faculdade natural concedida
por Deus ao homem, para
facultar-lhe ocasiões de
fazer o bem e de cumprir a
lei do progresso. Se Deus
quisesse silenciar as suas
criaturas pensantes, não
lhes teria conferido esse
dinâmico atributo .
10. Devemos considerar, no
entanto, que há ocasiões em
que o silêncio faz-se
necessário, como os momentos
de recolhimento espiritual,
em que o Espírito, mais
livre, entra em contacto com
o seu Criador e com seus
enviados. Fora disto, a vida
contemplativa é inteiramente
improdutiva e não existem
motivos que a justifiquem.
11. Neste sentido, um
Espírito Protetor adverte (O
Evangelho segundo o
Espiritismo, cap. 17,
item 10):
“Não julgueis que
exortando-vos
incessantemente à prece e à
evocação mental pretendamos
vivais uma vida mística, que
vos conserve fora das leis
da sociedade onde estais
condenados a viver. Não.
Vivei com os homens da vossa
época, como devem viver os
homens. Sacrificai às
necessidades, mesmo às
frivolidades do dia, mas
sacrificai com um sentimento
de pureza que as possa
santificar. Sois chamados a
estar em contacto com
Espíritos de naturezas
diferentes, de caracteres
opostos: não choqueis a
nenhum daqueles com quem
estiverdes. Não consiste a
virtude em assumirdes severo
e lúgubre aspecto, em
repelirdes os prazeres que
as vossas condições humanas
vos permitem. Basta
reporteis todos os atos da
vossa vida ao Criador que
vo-la deu”.
Respostas às questões
propostas
1. A vida de isolamento
contraria as leis naturais?
Por quê?
R.: Sim. Sendo por
excelência um ser gregário,
um animal social, como há
séculos já apregoava a
filosofia aristotélica, o
homem não pode viver
isoladamente. A vida
solitária por opção revela
sempre uma fuga
inconcebível, porque indica
infração às leis divinas do
trabalho e do amor. O
insulamento é incompatível
com o sentimento de
fraternidade que deve
existir nos corações
humanos.
2. Quais as principais
conseqüências da
insociabilidade?
R.: A solidão torna o homem
improdutivo e inútil para os
seus semelhantes e isto “não
pode agradar a Deus”. A
insociabilidade, ao gerar a
solidão, atenta contra o
próprio instinto de
conservação e perpetuação da
espécie, entrava o progresso
e, dessa forma, embrutece e
enfraquece o homem que a ela
se devota ou se agarra como
fuga. Os cultores da vida
reclusa se enfraquecem pela
improdutividade e pela
estagnação quanto às
aquisições dos tesouros da
sabedoria e da experiência.
Tal atitude revela uma forma
de egoísmo e, por isso, só
merece reprovação, à luz dos
ensinamentos espíritas.
3. Por que o convívio social
é importante para os seres
humanos?
R.: Valendo-nos das palavras
de Rodolfo Calligaris, não
há “como desenvolver e
burilar nossas faculdades
intelectuais e morais senão
no convívio social, nessa
permuta constante de
afeições, conhecimentos e
experiências, sem a qual a
sorte do nosso Espírito
seria o embrutecimento e a
estiolação”.
4. Que diz a doutrina
espírita sobre o voto de
silêncio?
R.: O voto de silêncio
adotado por alguns
religiosos nada edifica
porquanto impede a
comunicação entre os
indivíduos, o que, em última
análise, como sustentam os
Espíritos Superiores, “é uma
tolice”. A palavra é uma
faculdade natural concedida
por Deus ao homem, para
facultar-lhe ocasiões de
fazer o bem e de cumprir a
lei do progresso. Se Deus
quisesse silenciar as suas
criaturas pensantes, não
lhes teria conferido esse
dinâmico atributo.
Obviamente, há ocasiões em
que o silêncio se faz
necessário, como os momentos
de recolhimento espiritual,
em que o Espírito, mais
livre, entra em contacto com
o seu Criador e com seus
enviados. Fora disto, a vida
contemplativa é inteiramente
improdutiva e não existem
motivos que a justifiquem.
5. Como deve viver o cristão
no mundo que habitamos?
R.: Eis o que, a respeito
desta questão, propõe um
Benfeitor espiritual: “Não
julgueis que exortando-vos
incessantemente à prece e à
evocação mental pretendamos
vivais uma vida mística, que
vos conserve fora das leis
da sociedade onde estais
condenados a viver. Não.
Vivei com os homens da vossa
época, como devem viver os
homens. Sacrificai às
necessidades, mesmo às
frivolidades do dia, mas
sacrificai com um sentimento
de pureza que as possa
santificar. Sois chamados a
estar em contacto com
Espíritos de naturezas
diferentes, de caracteres
opostos: não choqueis a
nenhum daqueles com quem
estiverdes. Não consiste a
virtude em assumirdes severo
e lúgubre aspecto, em
repelirdes os prazeres que
as vossas condições humanas
vos permitem. Basta
reporteis todos os atos da
vossa vida ao Criador que
vo-la deu” (O Evangelho
segundo o Espiritismo, cap.
17, item 10).
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, itens 766,
769 e 772.
O Evangelho segundo o
Espiritismo,
de Allan Kardec, cap. 17,
item 10.
As Leis Morais,
de Rodolfo Calligaris, pág.
107.