ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo
(Brasil)
Setenta anos da
desencarnação
de Cairbar
Schutel
Foi no dia 30 de
janeiro de 1938
que ele retornou
à pátria
espiritual.
Nascido no Rio
de Janeiro, em
22 de setembro
de 1868,
fixou-se
posteriormente
em Matão, onde
plantou as
sementes do bem,
conforme
registra a
história do
grande seareiro.
Mais que lembrar
a data de
desencarnação,
vale destacar o
esforço
empreendido pelo
notável Cairbar
Schutel, em
Matão, na
divulgação do
Espiritismo, o
que deixou clara
sua posição de
grande
comunicador.
Tomando
conhecimento dos
ensinos trazidos
pelo
Espiritismo, o
moço que viera
do Rio de
Janeiro e se
instalara no
pequeno
município
paulista que ele
mesmo auxiliara
emancipar-se
politicamente,
não teve
dúvidas:
lançou-se de
corpo e alma
para que tais
ensinos se
tornassem
conhecidos e
pudessem
beneficiar mais
e mais pessoas.
A partir da
fundação de um
centro espírita
e de um jornal
que já é
centenário, sua
atuação
extrapolou os
limites da então
pequena Matão,
projetando-se
através das
décadas para o
cenário
internacional,
principalmente
após o
surgimento de
sua querida RIE,
fundada em
1925.
Da distribuição
avulsa pelas
ruas da cidade,
nos trens de
passageiros, na
remessa a
cidades vizinhas
e na postagem
que se ampliou
gradativamente
para todo o
Brasil, o
pequeno jornal
foi um farol a
despertar
consciências
adormecidas para
a realidade da
imortalidade da
alma, da
pluralidade das
existências e da
comunicabilidade
dos espíritos,
entre outros
princípios da
Doutrina
Espírita.
Vale acentuar
que, em 1905,
quando Schutel
iniciou seu
apostolado, sua
idade era de
apenas 36 anos.
Durante os
próximos 33
anos, de 1905 a
1938, dedicou
sua vida
completamente à
divulgação e à
vivência do
Espiritismo.
É importante
destacar também
o aspecto de
vivência. Afinal
ele foi um
autêntico
cristão, nunca
desprezando ou
ignorando quem
quer que o
buscasse. Jamais
teve atitudes de
indiferença ou
discriminação
quanto aos
pobres e
necessitados que
o procuravam em
busca de consolo
moral ou em
busca do socorro
material.
Mas sua grande
marca foi mesmo
o de
comunicador.
Além dos
periódicos que
publicou, dos
livros que
escreveu, das
palestras
proferidas, do
incentivo
doutrinário
distribuído, ele
igualmente
influenciou
expressivamente
toda uma geração
de espíritas.
Seu exemplo, seu
estímulo, a
notável
seqüência
pioneira dos
programas
radiofônicos
(depois
transformada em
livro), fizeram
dele um
comunicador por
excelência.
Há que se
destacar também
que, mesmo após
a desencarnação,
seu trabalho
continua. Ditou
várias
mensagens, por
diferentes
médiuns, já foi
identificado
igualmente
mediunicamente
em locais onde o
assunto é
divulgação
espírita e, por
relatos idôneos,
pode-se afirmar
que ele é um dos
espíritos
coordenadores da
expansão do
pensamento
espírita,
inclusive no
âmbito
internacional.
Cairbar percebeu
de imediato a
proposta do
Espiritismo,
exposta com
clareza por
Allan Kardec em
O Livro dos
Espíritos,
obra que
alcançou seus
150 anos de
publicação em
2007, pois que
lançada em 18 de
abril de 1857.
Fica claro
perceber o
alcance da
comunicação
espírita. Ela, a
Doutrina
Espírita, não é
estanque, mas
dinâmica. Sua
própria índole
cristã é
comunicativa.
Surgiu com a
publicação de
livros,
projetou-se
através de
livros e
comunicação
verbal, alcançou
respeito pela
comunicação
vivida na
prática e
atualmente vive
a realidade de
ver seus temas
essenciais serem
tratados
abertamente pela
mídia.
Ora, o trabalho
iniciado pelos
espíritos,
percebido por
Allan Kardec –
que lhe
organizou
metodicamente os
ensinos –,
vitalizado pela
marcante
presença de
Chico Xavier,
mas igualmente
estimulado pelo
trabalho de
homens da fibra
de Cairbar
Schutel, entre
tantos anônimos
ou conhecidos,
do presente ou
do passado, é
fator que nos
convida à
reflexão.
Que atuação
estamos tendo
para continuar
referido
empreendimento,
cujo objetivo é
espiritualizar o
ser humano?
Especialmente na
condição de
dirigentes e
coordenadores
das instituições
inspiradas pelo
ideal
espírita...
Exemplos não nos
faltam. Entre
eles, um
comunicador por
excelência:
Cairbar de Souza
Schutel
(1868-1938).