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Estudando
a série André Luiz |
Ano 1 - N° 42 -
10 de Fevereiro
de 2008
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MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Missionários da Luz
André Luiz
(Parte 18)
Continuamos nesta edição
o estudo da obra
Missionários da Luz,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e publicada pela editora
da Federação Espírita
Brasileira, a qual
integra a série
iniciada com o livro
Nosso Lar.
Questões preliminares
A. Como conceituar
corretamente obsidiados
e obsessores?
R.: O obsidiado é quase
sempre um enfermo,
representando uma legião
de doentes invisíveis ao
olhar humano e
constitui, em todas as
circunstâncias, um caso
especial, exigindo muita
atenção, prudência e
carinho. Obsidiado e
obsessor são duas almas
que vêm de muito longe,
extremamente ligadas nas
perturbações que lhes
são peculiares. Por
isso, os que lidam
nessas tarefas deveriam
ser comedidos nas
promessas de melhoras
imediatas, no campo
físico, e de modo nenhum
deveriam formular
julgamento prematuro em
cada caso, porquanto é
muito difícil
identificar a verdadeira
vítima, com a visão
circunscrita do corpo
terrestre.
(Missionários da Luz,
cap. 18, pp. 297 e 298.)
B. Por que o esforço
próprio é essencial à
desobsessão?
R.: A razão disso é que
o obsidiado, além de
enfermo, quase sempre é
também uma criatura
repleta de torturantes
problemas espirituais.
Se lhe falta vontade
firme para a
auto-educação, para a
disciplina de si mesma,
é quase certo que
prolongará sua condição
dolorosa além da morte.
Se o obsidiado está
satisfeito na posição de
desequilíbrio, há que
esperar o término de sua
cegueira, a redução da
rebeldia que lhe é
própria ou o afastamento
da ignorância que lhe
oculta a compreensão da
verdade. Ante obstáculos
dessa ordem, os
Espíritos nada podem
fazer, senão semear o
bem para a colheita do
futuro, sem nenhuma
expectativa de proveito
imediato. O enfermo que
mobiliza todos os
recursos de que dispõe
no campo da prece, do
autodomínio, da
meditação, entra, embora
devagarinho, em contato
com a corrente
auxiliadora formada
pelos benfeitores
espirituais, ao passo
que os demais permanecem
na impassibilidade dos
que abandonam a luta
edificante. (Obra
citada, cap. 18, pp. 299
a 300.)
C. Por que o perdão é
necessário à harmonia
dos litigantes?
R.: Dois são os motivos
da necessidade do
perdão. O primeiro: a
vingança agrava os
crimes cometidos e é
preciso esquecer todo o
mal para restabelecer a
felicidade perdida. O
segundo motivo: quem
abriga pensamentos de
ódio não pode atingir as
melhoras que deseja,
visto que a cólera
perseverante constitui
estado permanente de
destruição. (Obra
citada, cap. 18, pp. 300
a 303.)
D. Quais são, segundo a
descrição de André Luiz,
os efeitos da possessão?
R.: Perseguida desde a
infância por tenazes
adversários do passado,
uma pobre mulher tinha o
corpo transformado em
habitação do seu
perseguidor mais cruel,
que lhe ocupava o
organismo desde o crânio
até os pés, impondo-lhe
tremendas reações em
todos os centros de
energia celular. Fios
tenuíssimos, porém
vigorosos, uniam-nos
ambos. No entanto,
enquanto o obsessor
parecia bem lúcido, ela
revelava angústia e
inconsciência, gritando
sem cessar: Salvem-me
do demônio! salvem-me do
demônio! oh! meu Deus,
quando terminará meu
suplício? (Obra
citada, cap. 18, pp. 307
a 309.)
Texto para leitura
123. Obsidiados
- Todo obsidiado
é um médium, na acepção
legítima do termo? –
indagou André Luiz. O
instrutor Alexandre
respondeu-lhe que
médiuns todos o somos,
inclusive os
desencarnados, quando
servimos de
intermediários do bem
que procede de mais
alto, ou portadores do
mal colhido nas zonas
inferiores. O obsidiado,
porém, acima de médiuns
de energias perturbadas,
é quase sempre um
enfermo, representando
uma legião de doentes
invisíveis ao olhar
humano. Por isto mesmo,
constitui, em todas as
circunstâncias, um caso
especial, exigindo muita
atenção, prudência e
carinho. Obsidiado e
obsessor são duas almas
que vêm de muito longe,
extremamente ligadas nas
perturbações que lhes
são peculiares. Por
isso, os que lidam
nessas tarefas deveriam
ser comedidos nas
promessas de melhoras
imediatas, no campo
físico, e, de modo
nenhum, deveriam
formular julgamento
prematuro em cada caso,
porquanto é muito
difícil identificar a
verdadeira vítima, com a
visão circunscrita do
corpo terrestre. Muitas
vezes, os companheiros
encarnados demonstram
otimismo exagerado e
alguns deles, mais
levianos, chegam a fazer
promessas formais de
cura às famílias dos
enfermos, o que revela
um entusiasmo
desequilibrado e sem
rumo, que não se pode
aprovar. Evidente que de
todo esforço nobre
resulta um bem que fica
indestrutível na esfera
espiritual, mas daí a
concluir quando ocorrerá
a cura vai uma grande
distância. (Cap. 18, pp.
297 e 298)
124. Importância
do esforço próprio
- O agrupamento
espiritista a que
Alexandre prestava sua
colaboração procurava,
nas reuniões de socorro
aos obsidiados, reduzir,
tanto quanto possível, a
heterogeneidade
vibratória do ambiente,
limitando o número de
encarnados nos serviços
de benefício espiritual.
Na noite em foco, seriam
cinco os casos objeto de
atendimento, mas, dentre
eles, apenas um
apresentava
possibilidades de
melhoras mais ou menos
rápidas. Os demais
compareceriam
simplesmente para
socorro, evitando agravo
nas provas necessárias.
A razão é simples. O
obsidiado, além de
enfermo, representante
de outros enfermos,
quase sempre é também
uma criatura repleta de
torturantes problemas
espirituais. Se lhe
falta vontade firme para
a auto-educação, para a
disciplina de si mesma,
é quase certo que
prolongará sua condição
dolorosa além da morte.
Imagine um homem
indiferente cercado de
inimigos que ele mesmo
criou, de adversários
que lhe espreitam os
menores gestos, tomados
de sinistros propósitos,
na maioria das vezes...
Se não desperta para as
realidades da situação,
empunhando as armas da
resistência e valendo-se
do auxílio exterior que
lhe é prestado pelos
amigos, é razoável que
permaneça esmagado. Essa
era a situação da
maioria dos casos que
seriam tratados pelo
grupo espiritista. Em
todos os processos de
tratamento dessa
espécie, não se pode
prescindir da adesão dos
interessados diretos na
cura. Se o obsidiado
está satisfeito na
posição de
desequilíbrio, há que
esperar o término de sua
cegueira, a redução da
rebeldia que lhe é
própria ou o afastamento
da ignorância que lhe
oculta a compreensão da
verdade. Ante obstáculos
dessa ordem, os
Espíritos nada podem
fazer, senão semear o
bem para a colheita do
futuro, sem nenhuma
expectativa de proveito
imediato. O enfermo que
mobiliza todos os
recursos de que dispõe
no campo da prece, do
autodomínio, da
meditação, entra, embora
devagarinho, em contato
com a corrente
auxiliadora formada
pelos benfeitores
espirituais, ao passo
que os demais permanecem
na impassibilidade dos
que abandonam a luta
edificante. (Cap. 18,
pp. 299 a 300)
125. Reuniões de
socorro - O
grupo era reduzido. Em
derredor da mesa,
reuniam-se tão somente
dois médiuns, seis
irmãos experimentados no
conhecimento e prática
de problemas espirituais
e os obsidiados em
tratamento, em número de
cinco. Dois deles
demonstravam enorme
agitação; dois outros,
que eram jovens e irmãos
pelo sangue, pareciam
completamente
imbecilizados, e, por
último, a pessoa a que
Alexandre se referira
como passível de melhora
mais rápida: uma jovem
que se controlava com
esforço ante o assédio
espiritual. As entidades
inferiores compareciam
em grande número e não
registravam a presença
dos benfeitores
espirituais, dado o
baixo padrão vibratório
em que se mantinham,
sentindo-se, contudo, à
vontade no contacto com
os companheiros
encarnados. Suas
conversas deixavam
perceber seus terríveis
projetos de ataque e
vingança. Daí a pouco
deram entrada no recinto
duas entidades
espirituais, que os
obsessores podiam
enxergar. Tais entidades
funcionariam como
intérpretes dos
benfeitores espirituais
junto das entidades
perseguidoras. Devido à
sua condição, podiam ser
percebidos pelos
Espíritos perturbadores
e, ao mesmo tempo,
manter estreita ligação
com os benfeitores.
(Cap. 18, pp. 300 a 302)
126. Necessidade
do perdão - Um
dos intérpretes logo se
dirigiu a uma senhora
desencarnada, em tristes
condições – que se
ligava a um dos
obsidiados em posição de
idiotia –, dizendo-lhe,
bondoso, palavras
reconfortadoras. A
senhora explodiu em
crise de pranto.
Todavia, o benfeitor
espiritual continuou a
falar-lhe, lembrando que
a vingança agrava os
crimes cometidos e que
para restabelecer a
felicidade perdida era
necessário esquecer todo
o mal. Enquanto
abrigasse pensamentos de
ódio, ela não poderia
atingir as melhoras que
desejava, pois a cólera
perseverante constitui
estado permanente de
destruição. Ela
respondeu, amarga, que
isso era quase
impossível, porque
aquele homem (o jovem
a quem ela obsidiava)
tinha afrontado seu
ideal de mulher e
transformado seu destino
em corrente de males.
Não seria justo que ele
pagasse agora? Não dizem
que o Pai é justo? Ora,
ela não via o Pai e
precisava, assim, fazer
justiça com as próprias
forças. Ela poderia,
sim, perdoar, mas havia
condições para isso: que
o seu verdugo
experimentasse também o
sarcasmo da sorte. O
benfeitor espiritual,
sem qualquer irritação,
disse-lhe que suas
considerações eram,
aparentemente,
respeitáveis, mas que,
em todos os desastres
que nos ocorram, é
preciso examinar
serenamente a
percentagem de nossa
co-participação, porque
apenas em situações
raríssimas podemos
exibir, de fato, o
título de vítimas. Não
podemos evitar que a ave
de rapina voe sobre nós,
mas podemos impedir que
faça ninho sobre nossa
cabeça. A senhora
respondeu dizendo que
tais palavras não lhe
interessavam, porque ela
estava à procura da
justiça, aditando com
ironia: - Aliás, da
justiça apregoada por
Jesus. (Cap. 18, pp.
302 e 303)
127. Os crimes em
nome da justiça
- O missionário não se
exaltou ante a ironia da
entidade perturbadora,
mas disse-lhe, bondoso:
- A justiça! quantos
crimes se praticam no
mundo em seu nome?
quantos homens e
mulheres que, em
procurando fazer justiça
sobre si mesmos, nada
mais fazem que
incentivar a tirania do
"eu"? Depois,
lembrou que Jesus
nenhuma justiça reclamou
para si mesmo, quando
vergava sob a cruz,
guardando silêncio e
conformação até o fim,
com o que estabeleceu o
padrão de prudência para
todos os discípulos de
seu Evangelho, nas mais
diferentes situações. Ao
se tratar de interesses
alheios, devemos ser
rápidos na justificação
legítima; todavia,
quando os assuntos
difíceis e dolorosos nos
envolvem o "eu", convém
moderar todos os
impulsos de
reivindicação, porque
nem sempre a nossa visão
incompleta nos deixa
perceber a altura da
dívida que nos é
própria. E, na dúvida, é
lícita a abstenção,
porquanto o Mestre,
acima do "olho por olho"
das antigas disposições
da lei, ensinou o
"amai-vos uns aos
outros", praticando-o
invariavelmente. (Cap.
18, pp. 303 e 304)
128. Um caso de
possessão completa
- Alexandre esclareceu
que o trabalho de
iluminação espiritual,
depois da morte, exige
dos benfeitores
espirituais muita
atenção e carinho. É
preciso saber semear na
"terra abandonada" dos
corações desiludidos,
que se afastam da Crosta
sob tempestades de ódio
e angústia desconhecida.
Não podemos criar sem
amor, e somente quando
nos preparamos
devidamente edificaremos
com êxito para a vida
eterna. Uma das
obsidiadas presentes
tinha ao seu lado
diversos perseguidores
invisíveis, a impor-lhe
terríveis perturbações,
sobressaindo, dentre
estes, um obsessor
infeliz, de maneiras
cruéis, que se colara ao
corpo da enferma
encarnada, em toda a sua
extensão, dominando-lhe
todos os centros de
energia orgânica. Era um
caso de possessão
completa. Tocado pela
destra carinhosa do
intérprete espiritual, o
infortunado gritou que
ninguém poderia deter o
seu braço vingador. O
benfeitor respondeu que
não desejava forçá-lo,
mas apenas dizer-lhe
que, enquanto
alimentasse propósitos
de vingança, seria
castigado por si mesmo.
Ninguém o molestava,
senão a própria
consciência: as algemas
que o prendiam à
inquietude e à dor foram
fabricadas por suas
próprias mãos. O algoz
revelou, então, que sua
vítima atual fora uma
proprietária de
escravos, perversa para
com todos, de modo que,
além de seu esforço
vingador, outros
vibravam de ódio e não a
deixariam descansar.
Lembrou, ainda, que por
simples capricho ela
vendera sua esposa e
seus filhos. Não era
justo agora que
sofresse? Será crível
que Jesus, o Salvador,
aplaudisse o cativeiro?
O benfeitor redargüiu
dizendo que Jesus não
aprovaria a escravidão,
mas ele recomendou-nos o
perdão recíproco, sem o
qual nunca nos
desvencilharemos do
cipoal de nossas faltas.
E lhe perguntou: -
Qual de nós, antigos
hóspedes da carne,
conseguirá exibir um
passado sem crimes?
Ademais, com a memória
ainda desequilibrada e
sem condições de
conhecer as peripécias
do passado, deveria
esperar pela Justiça de
Deus, porque ninguém
pode julgar e executar
alguém, com as próprias
mãos, se ainda não pode
avaliar a extensão dos
próprios débitos. (Cap.
18, pp. 304 a 307)
129. Efeitos da
possessão - O
diálogo continuou por
mais algum tempo, até
que o obsessor calou-se.
O missionário pensou em
dilatar as lembranças da
entidade perturbadora,
mas Alexandre,
consultado a respeito,
considerou inoportuna a
medida, porquanto aquele
Espírito não estava em
condições de compreender
e era, ainda, necessário
que sofresse. A pobre
mulher, além de cercada
de entidades agressivas,
tinha o corpo
transformado em
habitação do perseguidor
mais cruel, que lhe
ocupava o organismo
desde o crânio até os
pés, impondo-lhe
tremendas reações em
todos os centros de
energia celular. Fios
tenuíssimos, mas
vigorosos, uniam-nos
ambos. Curiosamente,
enquanto o obsessor
parecia bem lúcido, ela
revelava angústia e
inconsciência, gritando
sem cessar: -
Salvem-me do demônio!
salvem-me do demônio!
oh! meu Deus, quando
terminará meu suplício?
O instrutor espiritual
explicou então que a
jovem senhora
apresentava doloroso
caso de possessão. Desde
a infância, era
perseguida pelos tenazes
adversários de outro
tempo. Na vida de
solteira, porém, no
ambiente de proteção dos
pais, ela conseguira, de
algum modo, subtrair-se
à integral influenciação
de inimigos
persistentes, embora
lhes sentisse a atuação
de maneira menos
perceptível. Com o
casamento, ao receber
maior quinhão de
sacrifícios, não pôde
mais resistir. Logo após
o nascimento do primeiro
filho, caiu em
prostração mais intensa,
oferecendo oportunidade
aos desalmados
perseguidores, e desde
então experimentava
penosas provas. (Cap.
18, pp. 307 a 309)
(Continua no próximo
número.)
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