ASTOLFO OLEGÁRIO DE
OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
A Revue Spirite
de 1858
(6a Parte)
Allan Kardec
Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite,
mensário lançado por
Allan Kardec em janeiro
de 1858 e por ele
editado até 31 de março
de 1869, quando
desencarnou. O texto
condensado do volume
correspondente a 1858
está sendo aqui
apresentado em 8 partes,
com base na tradução de
Júlio Abreu Filho
publicada pela EDICEL.
Questões preliminares
A. Onde Pitágoras hauriu
a idéia da reencarnação?
A idéia da reencarnação
remonta à mais alta
Antigüidade e Pitágoras
a hauriu entre os hindus
e os egípcios. Ao dar
esta informação, Kardec
afirma que o mais
notável é encontrar
desde aquela época o
princípio da doutrina da
escolha das provas,
ensinada pelos
Espíritos. Encontramos
essa doutrina em Platão,
em sua alegoria do
Fuso da Necessidade,
na qual ele imagina um
diálogo entre Sócrates e
Glauco.
(Revue Spirite de 1858,
pp. 251 e 252.)
B. As medalhas e certos
objetos considerados
cabalísticos exercem
influência sobre os
Espíritos?
Não. Quem tenha estudado
racionalmente a natureza
dos Espíritos não
admitirá que tais
objetos exerçam sobre
eles qualquer
influência. O mesmo,
porém, não se dá com um
objeto magnetizado, pois
este tem o poder de
provocar o sonambulismo
ou certos fenômenos
nervosos.
(Revue Spirite de 1858,
p. 268.)
C. Nos casos de
obsessão, pode o agente
ser um Espírito elevado?
Não. Segundo Kardec, a
obsessão é produzida
sempre por Espíritos
inferiores. E é o grau
de constrangimento e a
natureza dos efeitos por
ela produzidos que
marcam a diferença entre
a obsessão, a subjugação
e a fascinação.
(Revue Spirite de 1858,
p. 277.)
D. A influência dos
Espíritos sobre nós é
constante?
Sim. A influência dos
Espíritos sobre nós é
constante, e todos
acham-se expostos a ela,
quer acreditem ou não.
Os Espíritos exercem
sobre os homens uma
influência salutar ou
perniciosa; não é
preciso, para isto, ser
médium. Não havendo a
faculdade, eles agem de
mil e uma maneiras.
Kardec afirma que três
quartas partes de nossas
ações más e de nossos
maus pensamentos são
frutos dessa sugestão
oculta.
(Revue Spirite de 1858,
pp. 284 e 285.)
Texto para leitura
154. Após lembrar que o
jornal espírita fala
apenas às pessoas de
convicções, e não atrai
a atenção dos
indiferentes, Kardec
pergunta: Que acontecerá
quando o Espiritismo
dispuser da poderosa
alavanca da grande
publicidade? (P. 249)
155. Kardec entendia que
a propagação do
Espiritismo apresentaria
4 períodos distintos: 1)
o da curiosidade; 2) o
da observação; 3) o de
admissão; e 4) o de
influência sobre a ordem
social. (P. 250)
156. Todos sabem que a
idéia de reencarnação
remonta à mais alta
Antigüidade e que
Pitágoras a havia
haurido entre os hindus
e os egípcios. O mais
notável, contudo, é
encontrar desde aquela
época o princípio da
doutrina da escolha das
provas, ensinada pelos
Espíritos. (PP. 251 e
252)
157. Encontramos essa
doutrina em Platão, em
sua alegoria do Fuso
da Necessidade, em
que ele imagina um
diálogo entre Sócrates e
Glauco. (P. 252)
158. A Revue
transcreve a história do
falecido que apareceu a
um oficial francês e
pediu-lhe sepultasse seu
corpo. Atendido, o
Espírito agradeceu-lhe e
prometeu reaparecer mais
uma vez, duas horas
antes de sua morte, o
que efetivamente ocorreu
trinta anos depois. (PP.
258 a 261)
159. Kardec não
autentica o caso, mas
considera-o possível.
(P. 261)
160. Ele relata, então,
o caso do Sr. Watbled,
presidente do tribunal
de comércio de Boulogne,
que expirou a 12 de
julho de 1858, após ter
visto duas vezes
seguidas sua falecida
esposa, que anunciou a
sua morte para o dia 12,
como de fato aconteceu.
(P. 262)
161. A Revue
publica um relato do
historiador De
Saint-Foy, relacionado
com o massacre da noite
de São Bartolomeu,
ocorrido em 23 de agosto
de 1572: oito dias após
o massacre ouviu-se no
ar um barulho horrível
de vozes e gemidos
misturados a gritos de
raiva e de furor, nas
imediações de Louvre.
Tudo indica que o rei
Carlos IX ouviu tal
barulho, ficou apavorado
e não dormiu o resto da
noite. (P. 263)
162. Kardec noticia e
comenta o caso da Sra.
Schwabenhaus que teve
morte aparente e depois
acordou, informando ter
sido transportada às
regiões celestes. Ela
passou, na verdade, por
um estado de letargia.
(PP. 264 e 265)
163. Os letárgicos vêem
e ouvem o que se passa
em volta de si e
conservam, ao despertar,
a lembrança, diz Kardec.
(P. 265)
164. As medalhas e
outros objetos
considerados
cabalísticos lembram
crenças supersticiosas
na virtude de certas
coisas, como os números,
os planetas e sua
correspondência com os
metais. (P. 268)
165. Quem tenha estudado
racionalmente a natureza
dos Espíritos, não
admitirá que tais
objetos exerçam sobre
eles qualquer
influência. O mesmo,
porém, não se dá com um
objeto magnetizado, pois
este tem o poder de
provocar o sonambulismo
ou certos fenômenos
nervosos. (P. 268)
166. O episódio do
suicídio de Luís A., que
namorava a jovem
Vitorina R., é examinado
por Kardec. São Luís diz
que esse suicídio, como
foi provocado pelo amor,
e não por covardia ante
a vida, é menos
criminoso aos olhos de
Deus. (PP. 270 e 271)
167. Kardec perguntou a
Luís se ele amava
sinceramente a noiva.
"Eu tinha paixão por
ela: parece que é tudo",
respondeu o suicida. "Se
a tivesse amado com
pureza não teria querido
magoá-la." (P. 271)
168. Num estudo sobre
obsessão, Kardec
esclarece que a obsessão
jamais se dá senão por
Espíritos inferiores. O
grau de constrangimento
e a natureza dos efeitos
que produz marcam a
diferença entre a
obsessão, a subjugação e
a fascinação. (P. 277)
169. Kardec fala sobre a
possessão -- império
exercido pelos maus
Espíritos -- mas prefere
o vocábulo subjugação.
Assim, não há possessos,
no sentido vulgar da
palavra; há simplesmente
obsedados, subjugados e
fascinados. (N.R.: Em
"A Gênese" Kardec irá
modificar essa idéia.)
(P. 278)
170. A Revue
mostra como começou e
foi tratada a fascinação
do Sr. F., moço
instruído, de educação
esmerada e caráter
suave. (P. 279)
171. Kardec o ajudou e
conta que o rapaz seguiu
o conselho dos
Espíritos, de
entregar-se a um
trabalho rude, que não
lhe deixasse tempo para
ouvir as sugestões más.
(P. 283)
172. Os Espíritos
exercem sobre os homens
uma influência salutar
ou perniciosa; não é
preciso, para isto, ser
médium. Não havendo a
faculdade, eles agem de
mil e uma maneiras. (P.
284)
173. A influência dos
Espíritos sobre nós é
constante, e todos
acham-se expostos a ela,
quer acreditem ou não.
(P. 285)
174. Kardec afirma que
três quartas partes de
nossas ações más e de
nossos maus pensamentos
são frutos dessa
sugestão oculta. (P.
285)
175. Não há outro
critério, senão o bom
senso, para discernir o
valor dos Espíritos.
Qualquer fórmula dada
para esse fim pelos
próprios Espíritos é
absurda e não pode
emanar de Espíritos
superiores. (P. 286)
176. Os Espíritos
inferiores receiam os
que lhes analisam as
palavras, desmascaram as
torpezas e não se deixam
prender por seus
sofismas. (P. 286)
177. A Revue
transcreve notícia de
Estocolmo informando que
o Sr. Klugenstiern,
reputado magnetizador
europeu, foi chamado ao
Castelo de Drottningholm,
para aplicar no Rei
Oscar um tratamento
magnético. (P. 287)
178. Kardec comenta a
notícia para mostrar o
respeito adquirido pelo
magnetismo, e afirma que
Espiritismo e magnetismo
se ligam por laços
íntimos, como ciências
solidárias. (P. 288)
179. Aliás, lembra
Kardec, os Espíritos
sempre preconizaram o
magnetismo, quer como
meio de cura, quer como
causa primeira de uma
porção de coisas. (P.
288)
180. A Revue dá
conta de que a Igreja,
conforme livro publicado
em 1853 pelo abade
Marotte, também
reconhecia o valor do
magnetismo. No seu
livro, Marotte conceitua
o magnetismo e fala
sobre seus efeitos. (P.
289)
181. Um curioso caso de
fisiologia é tratado por
São Luís: um médico
esqueceu no
estacionamento uma
garrafa de rum; não a
encontrando, declarou ao
chefe do estacionamento
que se tratava de uma
garrafa contendo veneno
muito violento e que
tivessem o maior cuidado
em não usá-lo.
Resultado: três
cocheiros ao beberem o
rum pareciam ter sido
intoxicados. (P. 291)
(Continua no próximo
número.)