WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo (Brasil)
Kardec:
observar,
comparar e
julgar
Meticuloso
observador,
Kardec concluiu
que sendo os
Espíritos as
almas dos homens
desencarnados,
não possuíam o
soberano
conhecimento na
ciência,
filosofia ou
mesmo religião,
dando testemunho
concreto apenas
do conhecimento
que já haviam
adquirido nada
mais, nada
menos.
Este saber lhe
preservou de
formular teorias
equivocadas.
Sim, os
Espíritos também
se enganam, e
este fato por si
só elimina o
caráter místico
e sobrenatural
que muitos fazem
questão de
alimentar na
relação entre
encarnados e
desencarnados.
Está tudo dentro
da ordem
natural; os
Espíritos são os
homens que aqui
viveram, nada
além disso.
É com freqüência
que a observação
de Kardec quanto
à infalibilidade
dos Espíritos é
esquecida, e
isso, não raro,
traz alguns
dissabores.
Lembro-me de
pitoresco fato:
Certa vez uma
senhora veio
conversar
comigo, estava
muito abatida,
chateada, me
informou que
queria vender um
imóvel e pediu
orientação a um
guia. O suposto
“guia”, que
estava mais para
obsessor, disse
a senhora que
ela venderia o
imóvel em tal
dia. Ela,
ansiosa, ficou
na espera do dia
marcado pelo
Espírito para a
venda de seu
imóvel, contudo,
a venda não
ocorreu e o
desalento a
dominou. Todo
esse
constrangimento
porque formulou
uma idéia
errônea quanto
ao conhecimento
que os Espíritos
possuem.
É preciso saber
analisar as
informações que
nos chegam, seja
de “guia”
desencarnado ou
mesmo de alguns
“guias”
encarnados que
adoram dizer
como as pessoas
devem agir.
Cuidado com os
guias,
desencarnados ou
não!
A propósito,
Kardec oferta um
tripé de
segurança para
que tenhamos um
bom
relacionamento
com o plano
invisível, e,
principalmente,
com o plano
visível.
Observar,
comparar e
julgar.
Este tripé está
inserido no
livro
Obras Póstumas
(Capítulo
−
“Minha Iniciação
no
Espiritismo”).
Observar:
A observação
evita a tomada
de decisões
precipitadas, e
decisões
precipitadas têm
o fétido odor da
injustiça.
Foram grandes,
em todos os
tempos,
envolvendo
anônimos e
famosos, as
injustiças
cometidas por
falta de uma
observação mais
acurada.
Nós mesmos
caímos nesse
deslize quando
norteamos nossa
visão pela
chamada primeira
impressão, ou
seja, formulamos
uma idéia sobre
determinada
doutrina, ou
mesmo de alguma
pessoa, baseados
em precárias
observações que
jamais nos
habilitam a
saber com
precisão.
A grande maioria
das pessoas já
passou adiante o
famoso “Ouvi
Dizer”. “Ouvi
dizer que fulano
é assim”. “Ouvi
dizer que
beltrano fez
isso”.
Mas, será que
fulano é assim
mesmo? Será que
beltrano fez
isso realmente?
Passar adiante
uma informação
que se compra de
fonte duvidosa,
não observando
de onde vem a
notícia, é se
transformar em
multiplicador da
mentira,
comprometendo-se
imediatamente
com o
incorruptível
tribunal da
consciência.
Comparar:
A comparação que
Kardec se refere
é o cruzamento
das informações,
a fim de saber o
melhor caminho a
seguir, e usar
esse método na
codificação foi
providencial
para separar o
joio do trigo.
Recebia Kardec
as respostas dos
Espíritos,
comparava-as, e
acionava o
critério da
universalidade.
Aquelas que
fugissem do bom
senso eram
prontamente
descartadas.
Podemos fazer o
mesmo em nossa
vida: usar o
critério da
comparação.
Reflitamos nos
conselhos, nas
mensagens, nas
palavras e
notícias que nos
chegam, e
façamos a
comparação com o
Evangelho, o que
dele se afastar,
não tenhamos
receio de
descartar.
Julgar:
O julgamento
aqui quer dizer
formar opinião
sobre
determinado
assunto. Mas
importante: não
blindar o
julgamento! É
salutar deixar
sempre o espaço
aberto para a
mudança de
opinião, isto é,
se necessário
for.
Kardec não era
irredutível em
um julgamento,
quando os
Espíritos lhe
mostravam a
necessidade de
mudar o rumo
,encontravam no
codificador
alguém flexível,
disposto a rever
conceitos.
Com o acelerado
ritmo no
desenvolvimento
das idéias,
teorias são
ultrapassadas em
velocidade
vertiginosa
tornando-se
obsoletas, e,
portanto, são
logo
substituídas por
idéias mais
joviais, de
acordo com o
tempo em voga,
atendendo aos
anseios da
sociedade.
Quem se mostra
mais receptivo
as alterações,
sejam elas no
universo
profissional,
familiar,
religioso ou
social, encontra
maiores
facilidades de
adaptação, e,
por
conseqüência,
desenvolve mais
rapidamente seu
potencial. E
melhor: não
entrava o
progresso.
Podemos entravar
a marcha do
progresso com
nossas teimosias
ao sermos
irredutíveis em
determinados
julgamentos, mas
não detê-lo.
O progresso é
lei da vida e se
faz também com
mudanças de
idéias e
opiniões,
criaturas
preconceituosas,
com julgamentos
formados em
arcaicos juízos,
ou aderem à
atualidade das
idéias, ou
correm o risco
de serem
massacradas pela
evolução das
mesmas.
Daí a
importância de
estarmos
flexíveis,
analisando,
comparando e
julgando o que
nos chega,
contudo, tomando
o cuidado de
deixar as portas
da mente e do
coração abertas
ao progresso e
as novidades.
A obra de Kardec
é fonte
inesgotável;
orienta o
contato com os
desencarnados,
porém, o melhor
é que ensina,
sobretudo, a
viver entre os
encarnados.
Estudemos Kardec
sob todos os
ângulos e
Pensemos nisso!