FRANCISCO
REBOUÇAS
costareboucas@ig.com.br
Niterói, Rio de
Janeiro (Brasil)
Trabalhar é a
solução
O trabalho é uma
Lei natural pela
qual Deus deu ao
homem a
oportunidade de
se elevar com as
experiências e
os conhecimentos
que vai
adquirindo na
vida, para que
compreenda
melhor a
importância da
prática das boas
obras, com
vistas a subir
mais rapidamente
a escada da
ascensão
espiritual que o
levará ao
encontro da
felicidade e da
paz que tanto
almeja
desfrutar.
Exatamente pelo
esforço que
despendermos no
trabalho da
nossa elevação
moral-espiritual,
o que nos vai
garantir,
independente da
boa vontade dos
outros, a
antecipação do
nosso estado de
felicidade e de
perfeição,
acelerando o
nosso progresso
individual.
Ninguém poderá
fazer por nós o
que está
determinado pela
Suprema
Sabedoria do
Universo como
nossa parcela de
responsabilidade
na realização da
nossa própria
elevação moral
e, ainda, a
obrigação que
temos de ajudar
na melhoria do
nosso
semelhante, da
nossa sociedade,
e da vida.
Em O Livro
dos Espíritos,
nas questões
abaixo,
formuladas por
Kardec e
respondidas
pelos Imortais
da Vida Maior,
temos as
explicações
pertinentes ao
assunto para
nosso
esclarecimento.
647. A
necessidade do
trabalho é lei
da Natureza?
“O trabalho é
lei da Natureza,
por isso mesmo
que constitui
uma necessidade,
e a civilização
obriga o homem a
trabalhar mais,
porque lhe
aumenta as
necessidades e
os gozos.”
675. Por
trabalho só se
devem entender
as ocupações
materiais?
“Não; o Espírito
trabalha, assim
como o corpo.
Toda ocupação
útil é
trabalho.”
676. Por que
o trabalho se
impõe ao homem?
“Por ser uma
conseqüência da
sua natureza
corpórea. É
expiação e, ao
mesmo tempo,
meio de
aperfeiçoamento
da sua
inteligência.
Sem o trabalho,
o homem
permaneceria
sempre na
infância, quanto
à inteligência.
Por isso é que
seu alimento,
sua segurança e
seu bem-estar
dependem do seu
trabalho e da
sua atividade.
Ao extremamente
fraco de corpo
outorgou Deus a
inteligência, em
compensação. Mas
é sempre um
trabalho.”
677. Por que
provê a
Natureza, por si
mesma, a todas
as necessidades
dos animais?
“Tudo em a
Natureza
trabalha. Como
tu, trabalham os
animais, mas o
trabalho deles,
de acordo com a
inteligência de
que dispõem, se
limita a
cuidarem da
própria
conservação. Daí
vem que o do
homem visa duplo
fim: a
conservação do
corpo e o
desenvolvimento
da faculdade de
pensar, o que
também é uma
necessidade e o
eleva acima de
si mesmo. Quando
digo que o
trabalho dos
animais se cifra
no cuidarem da
própria
conservação,
refiro-me ao
objetivo com que
trabalham.
Entretanto,
provendo às suas
necessidades
materiais, eles
se constituem,
inconscientemente,
executores dos
desígnios do
Criador e,
assim, o
trabalho que
executam também
concorre para a
realização do
objetivo final
da Natureza, se
bem quase nunca
lhe descubrais o
resultado
imediato.”
678. Em os
mundos mais
aperfeiçoados,
os homens se
acham submetidos
à mesma
necessidade de
trabalhar?
“A natureza do
trabalho está em
relação com a
natureza das
necessidades.
Quanto menos
materiais são
estas, menos
material é o
trabalho. Mas,
não deduzais daí
que o homem se
conserve inativo
e inútil. A
ociosidade seria
um suplício, em
vez de ser um
benefício.”
679.
Achar-se-á
isento da lei do
trabalho o homem
que possua bens
suficientes para
lhe assegurarem
a existência?
“Do trabalho
material,
talvez; não,
porém, da
obrigação de
tornar-se útil,
conforme aos
meios de que
disponha, nem de
aperfeiçoar a
sua inteligência
ou a dos outros,
o que também é
trabalho. Aquele
a quem Deus
facultou a posse
de bens
suficientes a
lhe garantirem a
existência não
está, é certo,
constrangido a
alimentar-se com
o suor do seu
rosto, mas tanto
maior lhe é a
obrigação de ser
útil aos seus
semelhantes,
quanto mais
ocasiões de
praticar o bem
lhe proporciona
o adiantamento
que lhe foi
feito.” (1)
Em O
Evangelho
segundo o
Espiritismo,
temos também a
confirmação da
veracidade dessa
Lei Natural, que
vem mais uma vez
reforçar tudo o
que os Espíritos
Superiores nos
esclareceram nas
respostas acima.
“Se Deus
houvesse
isentado do
trabalho do
corpo o homem,
seus membros se
teriam
atrofiado; se o
houvesse
isentado do
trabalho da
inteligência,
seu espírito
teria
permanecido na
infância, no
estado de
instinto animal.
Por isso é que
lhe fez do
trabalho uma
necessidade e
lhe disse:
Procura e
acharás;
trabalha e
produzirás.
Dessa maneira
serás filho das
tuas obras,
terás delas o
mérito e serás
recompensado de
acordo com o que
hajas feito”.
(2)
“Em virtude
desse princípio
é que os
Espíritos não
acorrem a poupar
o homem ao
trabalho das
pesquisas,
trazendo-lhe, já
feitas e prontas
a ser utilizadas
descobertas e
invenções, de
modo a não ter
ele mais do que
tomar o que lhe
ponham nas mãos,
sem o incômodo,
sequer, de
abaixar-se para
apanhar, nem
mesmo o de
pensar. Se assim
fosse, o mais
preguiçoso
poderia
enriquecer-se e
o mais ignorante
tornar-se sábio
à custa de nada
e ambos se
atribuírem o
mérito do que
não fizeram.
Não, os
Espíritos não
vêm isentar o
homem da lei do
trabalho: vêm
unicamente
mostrar-lhe a
meta que lhe
cumpre atingir e
o caminho que a
ela conduz,
dizendo-lhe:
Anda e chegarás.
Toparás com
pedras; olha e
afasta-as tu
mesmo. Nós te
daremos a força
necessária, se a
quiseres
empregar.” (O
Livro dos
Médiuns, 2ª
Parte, Cap.
XXVI, nº 291 e
seguintes.)
Portanto,
queridos irmãos,
não temos outra
maneira de
progredir sem o
necessário
devotamento ao
trabalho que nos
compete
realizar, com
vistas à nossa
melhoria
material e
espiritual, pois
também somos
co-criadores e
temos nossa
parcela de
colaboração na
construção de
uma vida melhor
em nossa
sociedade,
participando
efetivamente da
transformação do
nosso planeta,
rumo à tão
sonhada
regeneração.
Fontes:
(1) O Livro
dos Espíritos.
(2) O
Evangelho
segundo o
Espiritismo:
Capítulo XXV –
Buscai e
Achareis, itens
3 e 4.