Entrevista:
Ismael Batista
da Silva
Uma visão focada
no
relacionamento
humano
Mineiro, natural
de Guaxupé,
Ismael Batista
da Silva
(foto) é
palestrante
motivacional,
consultor de
vendas e
vereador na
cidade de São
José do Rio
Pardo, interior
de São Paulo.
Autor de dois
livros, um deles
de natureza
mediúnica, e
espírita de
berço, Ismael é
uma pessoa
envolvida com as
causas sociais
de sua cidade e,
no âmbito
espírita, atua
também como
palestrante,
atividade em que
tem dado
expressivo
destaque ao
relacionamento
humano por meio
de exemplos
práticos do
cotidiano.
Eis na íntegra a
entrevista que
gentilmente
concedeu à nossa
revista. |
|
Quantos livros
tem publicados e
qual a temática
deles?
Tenho dois
livros
publicados:
Vencendo
dificuldades de
relacionamento
– um livro que
não é uma obra
espírita, porém
contém
orientações
espíritas para o
comportamento
humano. Foi uma
maneira que
encontrei de
levar a mensagem
espírita a
lugares
diversos, sem
falar de
Espiritismo. O
segundo livro é
um romance
inspirado pelo
Espírito
Otília, com o
título: Um
Perfume
Inesquecível
– uma linda
história de
amor, que
focaliza a
história de um
perfumista que
elaborou um
perfume
exclusivo para
seu amor,
perfume esse que
perdurou até no
além,
transformando-o
em um sinal, uma
marca da
presença
espiritual da
amada. O
protagonista,
por orgulho,
acabou se
envolvendo com
grandes
comprometimentos
e teve sua
reparação em uma
existência
posterior como
trabalhador
espírita. A obra
mostra a
importância do
mediunato para
superarmos
nossas
pendências
espirituais, o
valor da
instituição
família para
realização dos
grandes acertos
espirituais do
pretérito, os
mecanismos
utilizados no
mundo espiritual
para nos
reeducar e para
nos refazer
diante da vida.
Não é por ser
uma obra
assinada por
mim, mas um
livro que todo
trabalhador
espírita que
possui
dificuldades de
relacionamento
familiar deveria
ler.
Os seminários
que você vem
apresentando com
o nome “Vencendo
as dificuldades
de
relacionamento”
tem encontrado,
como sabemos,
grande
receptividade do
público. A que
atribui o
sucesso da
abordagem?
A mensagem que
esse seminário
transmite aos
participantes é
necessária nos
dias de hoje, já
que uma das
maiores
dificuldades que
temos na Terra
está
relacionada com
a convivência.
É muito difícil
conviver
pacificamente
em um mundo
marcado por
tantas
diferenças
comportamentais.
Procuro abordar
nele o dia-a-dia
das pessoas.
Com essa
reflexão, as
pessoas se vêem
nos exemplos
citados e chegam
à conclusão de
que não adianta
continuar
fazendo o que,
costumeiramente,
fazem no
dia-a-dia. No
mundo a gente
comunica e obtém
resultados ou a
gente desabafa e
continua tudo do
mesmo jeito. O
seminário ensina
caminhos para
bem comunicar,
ou seja, para
que se alcancem
resultados no
relacionamento
interpessoal. Procuro
tratar todos os
assuntos do
seminário –
geralmente
focalizados de
forma muita
séria – de uma
maneira bem
divertida. Essa
é a razão do
sucesso deste
trabalho, creio
eu.
A temática é
exclusivamente
abordada no
ambiente
espírita ou a
tem também
utilizado em
suas
apresentações
profissionais?
Essa temática é
sucesso
garantido onde é
levada. Como
disse
anteriormente,
ela é muito
necessária nos
dias atuais em
todos os
ambientes, pois
o ser humano tem
muita
dificuldade de
aceitar o outro
e suas
diferenças. Apresentei
esse trabalho,
profissionalmente,
em muitas
empresas,
escolas,
hospitais e em
instituições
diversas, em
todos lugares
com a mesma
receptividade.
Nas
apresentações
procuro falar
sempre na
linguagem de
cada ambiente.
Por exemplo, nas
casas espíritas,
esta mensagem
fica ainda mais
abrangente, pois
posso utilizar
os recursos
doutrinários.
Quando falo em
um hospital,
procuro falar
das dificuldades
de
relacionamento
do dia-a-dia de
um hospital e
assim por
diante.
Como suas
abordagens estão
relacionadas
diretamente com
a auto-estima, o
crescimento
pessoal e a
superação de
desafios, como
tem visto a
reação e a
participação do
público espírita
e não-espírita,
durante as
apresentações?
A reação do
público é sempre
muito
interessante e
cada vez maior.
Observo que as
pessoas estão
cada vez mais
interessadas em
conhecer-se a si
mesmas e buscar
orientações e
motivações para
bem direcionarem
suas vidas.
Percebe-se que a
criatura humana
está cada vez
mais convicta de
que ela não
é apenas um mero
resultado de um
acidente
biológico. Ela é
um ser mais
complexo, um ser
espiritual. As
questões
emocionais/espirituais
do ser humano
nunca
ficaram tão
expostas diante
dele mesmo, como
se vê agora. Não
sabendo lidar
com todas essas
questões, o ser
humano está
procurando de
todas as
maneiras o apoio
de que carece;
por isso é
importante que
as casas
espíritas
estejam
aparelhadas com
boas palestras,
seminários,
cursos
doutrinários
para atenderem
às necessidades
do momento.
Trazer a
doutrina, o
Evangelho para o
dia-a-dia das
pessoas é uma
atitude
inteligente de
todo
trabalhador,
principalmente
dos dirigentes e
expositores
espíritas.
Quais são os
temas mais
solicitados
pelas empresas e
pelo movimento
espírita?
No movimento
espírita os
trabalhos mais
pedidos são:
vencendo
dificuldades de
relacionamento;
não basta estar
espírita é
preciso ser;
como bem
aproveitar a
existência; o
lado luz das
provações da
vida; depressão:
não entre nessa;
influências
espirituais – o
que você deve
saber sobre
elas; entre
Jesus e o mundo;
o perfil do
trabalhador
espírita para o
terceiro
milênio. Pelas
empresas são:
vencendo
dificuldades de
relacionamento;
o mundo pode
entrar em crise,
você não (para
empresários);
vende mais quem
se comunica
melhor; hoje não
basta vestir a
camisa da
empresa, é
preciso suá-la;
auto-estima,
como
positivá-la;
auto-imagem –
uma questão de
sobrevivência
profissional.
Com sua larga
experiência no
contato com o
movimento
espírita, como o
tem visto nos
lugares que
visita?
Em muitas
regiões, com
alegria, tenho
encontrado
muitas
lideranças
espiritualizadas
e atualizadas
com os nossos
tempos. São
regiões onde o
movimento
espírita é
dinâmico,
motivado, sem
deixar de ser
fiel aos
postulados. São
casas bem
freqüentadas,
com
trabalhadores
que dão muito
valor ao estudo
doutrinário e
tiveram coragem
de quebrar
paradigmas em
algumas práticas
em favor do
próprio
movimento. São
lideranças
positivas que
conseguiram
levantar e mesmo
fortalecer
grandes
instituições,
que hoje,
prestam muitos
serviços à
população e que,
naturalmente,
desfrutam de
grande
credibilidade.
Por outro lado,
e em número bem
menor, encontro
movimentos
capengas,
instituições que
pararam no tempo
e no espaço. São
administradas
por lideranças
cansadas e que
não dão
oportunidade
para os mais
jovens. Tudo
para estas
instituições é
sofrido,
difícil, quase
intransponível.
Lideranças que
ficaram presas a
história e/ou
ocorrências do
passado. Vê-se
facilmente que
em lugares assim
os espíritas
mais jovens não
têm abertura
para trabalhar,
só restando a
estes mais novos
exercitarem a
paciência de
esperar os mais
velhos
desencarnarem,
depois fazer a
desobsessão da
casa, e aí
trazer a
instituição para
os nossos dias.
Haja paciência!
Existem casos
marcantes que
gostaria de
descrever entre
os vividos?
Tenho muitos
casos
marcantes gravados
em minha memória
decorrentes do
meu trabalho de
expositor
espírita, porém
guardo sempre a
alegria de,
depois de
terminado um
trabalho, ouvir
de uma ou mais
pessoas, por
exemplo: "Foi
Deus quem me
trouxe hoje aqui
ao centro! Tua
palestra era
tudo o que eu
precisava
ouvir." Muitas
pessoas, aos
prantos, chegam
até mim e me dão
um forte e
demorado abraço,
agradecendo a
mensagem que
deixei para os
seus corações.
São
acontecimentos
como estes que
nos mantêm
motivado e cheio
de energias para
continuar este
trabalho com
Jesus.
Qual é sua visão
da vida atual, à
luz do
Espiritismo,
considerando a
sociedade
brasileira?
Vejo a vida
atual com
otimismo. Diria
que está ruim,
mas está bom.
Olhando para
trás, observo,
facilmente, que
demos muitos
passos
importantes
fazendo avançar
a nossa
democracia. Os
dias de hoje são
muito melhores
dos que eu
experimentei na
minha infância.
A educação está
aos poucos
mudando o nosso
cenário social.
Com um pouco
mais de
paciência, vamos
ter um país
muito mais
interessante
para se viver, e
com a alegria de
termos
participado
dessa mudança.
Nosso país vai
ser, sim, o
coração do
mundo e a
pátria do
Evangelho de
Jesus.
Continuemos
trabalhando para
tal, servindo e
amando sempre.
Que sugestão
poderia
endereçar ao
leitor para
vencer as
próprias
dificuldades
relativas à
comunicação, à
timidez e ao
crescimento
pessoal?
Primeiro:
admitir que tem
a problemática.
Segundo: não ter
vergonha de
buscar ajuda.
Terceiro:
acreditar que
todos os
recursos de
superação já
existem em
nós mesmos,
basta termos a
vontade de
utilizá-los em
nosso próprio
favor. Viemos à
Terra para nos
transformarmos
para melhor. É
preciso sempre
lembrar-se
disso.
Existe uma
receita de
felicidade?
Existe, com
certeza! Depois
que Jesus veio à
Terra nada mais
está oculto aos
filhos de Deus
em se tratando
de felicidade.
Para ser feliz a
receita é
vivenciar os
preceitos do seu
Evangelho. Não
há outro
caminho. Ser
feliz é perceber
em si as
virtudes divinas
em movimento e,
com elas,
permanecer com a
consciência
tranqüila de
estar fazendo o
melhor que pode
para Deus, para
si mesmo e para
o próximo. |