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Estudando
a série André Luiz |
Ano 1 - N° 44 -
24 de Fevereiro
de 2008
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MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná
(Brasil)
Missionários da Luz
André Luiz
(Parte 20 e final)
Concluímos nesta edição
o estudo da obra
Missionários da Luz,
de André Luiz,
psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier
e publicada pela editora
da Federação Espírita
Brasileira, a qual
integra a série
iniciada com o livro
Nosso Lar.
Questões preliminares
A. O que é indispensável
ao tarefeiro do passe?
R.: No serviço de passes
é preciso revelar
determinadas qualidades
de ordem superior e
certos conhecimentos
especializados. O
servidor do bem, ainda
que esteja liberto da
matéria, não pode
satisfazer nesse serviço
se ainda não conseguiu
manter um padrão
superior de elevação
mental contínua,
condição indispensável à
exteriorização das
faculdades radiantes.
Grande domínio de si
mesmo, espontâneo
equilíbrio de
sentimentos, acentuado
amor aos semelhantes,
alta compreensão da
vida, fé vigorosa e
profunda confiança em
Deus, eis os requisitos
que se esperam do
missionário do auxílio
magnético, na Crosta ou
na esfera espiritual,
cabendo salientar,
contudo, que entre os
encarnados a boa vontade
sincera, em muitos
casos, pode suprir essa
ou aquela deficiência,
em virtude da
assistência por eles
recebida dos benfeitores
espirituais
especializados.
(Missionários da Luz,
cap. 19, pp. 320 a 322.)
B. Que cuidados deve
observar o médium
passista?
R.: Conseguida a
qualidade básica, que é
a boa vontade real a
serviço do próximo, o
candidato a médium
passista precisa
considerar a necessidade
de sua elevação urgente,
para que suas obras se
elevem no mesmo ritmo.
Antes de tudo, é
necessário equilibrar o
campo das emoções. Não é
possível fornecer forças
construtivas a alguém,
se fazemos sistemático
desperdício das
irradiações vitais. Um
sistema nervoso,
esgotado, oprimido, é um
canal que não responde
pelas interrupções
havidas. A mágoa
excessiva, a paixão
desvairada, a inquietude
obsidente constituem
barreiras que impedem a
passagem das energias
auxiliadoras. É preciso,
por outro lado, examinar
também as necessidades
fisiológicas, a par dos
requisitos de ordem
psíquica. O excesso de
alimentação produz
odores fétidos, através
dos poros, bem como das
saídas dos pulmões e do
estômago, prejudicando
as faculdades radiantes,
porquanto provoca
dejeções anormais e
desarmonias de vulto no
aparelho
gastrointestinal,
interessando a
intimidade das células.
O álcool e outras
substâncias tóxicas
operam distúrbios nos
centros nervosos,
modificando certas
funções psíquicas e
anulando os melhores
esforços na transmissão
de elementos
regeneradores e
salutares. (Obra
citada, cap. 19, pp. 322
a 324.)
C. A perturbação da
mente pode produzir
efeitos no corpo físico?
R.: Sim. Assim como o
corpo físico pode
ingerir alimentos
venenosos que lhe
intoxicam os tecidos, o
organismo perispiritual
pode absorver elementos
de degradação que lhe
corroem os centros de
força, com reflexos
sobre as células
materiais. Se a mente da
criatura encarnada ainda
não atingiu a disciplina
das emoções, se alimenta
paixões que a
desarmonizam com a
realidade, pode, a
qualquer momento,
intoxicar-se com as
emissões mentais
daqueles com quem
convive e que se
encontrem no mesmo
estado de desequilíbrio.
Às vezes, semelhantes
absorções constituem
simples fenômenos sem
maior importância;
todavia, em muitos
casos, são suscetíveis
de ocasionar perigosos
desastres orgânicos, o
que se dá mormente
quando os interessados
não têm vida de oração,
cuja influência benéfica
pode anular inúmeros
males. Toda perturbação
mental é, pois,
ascendente de graves
processos patológicos.
(Obra citada, cap.
19, pp. 325 a 333.)
D. Quando as
oportunidades de
renovação são
repetidamente
desprezadas pelo
enfermo, que medida é
adotada pelos protetores
espirituais?
R.: Em casos assim, em
vez de curá-lo, os
protetores apenas
aliviam suas dores,
visto que, após dez
vezes de socorro
completo, é preciso
deixá-lo entregue a si
mesmo, até que adote
nova resolução. As
instruções superiores
são no sentido de
entregá-lo à sua própria
obra, para que aprenda
consigo mesmo, em face
da função educativa da
dor. (Obra citada,
cap. 19, pp. 333 a 336.)
Texto para leitura
135. Requisitos
para o serviço de passes
- Um dos serviços
realizados pelo grupo
orientado por Alexandre
era o de passes
magnéticos, ministrados
aos freqüentadores da
casa. Seis entidades,
envoltas em túnicas
muito alvas, como
enfermeiros vigilantes,
atendiam o trabalho.
Falavam raramente e
operavam com
intensidade. Depois de
atenderem aos
encarnados, ministravam
socorro eficiente às
entidades desencarnadas,
principalmente às que se
constituíam em séquito
familiar dos encarnados.
Os atendentes
espirituais eram
técnicos em auxílio
magnético, uma tarefa
que requer muito
critério e
responsabilidade, além
de requisitos especiais.
Não lhes basta a boa
vontade. No serviço de
passes é preciso revelar
determinadas qualidades
de ordem superior e
certos conhecimentos
especializados. O
servidor do bem, ainda
que esteja liberto da
matéria, não pode
satisfazer nesse serviço
se ainda não conseguiu
manter um padrão
superior de elevação
mental contínua,
condição indispensável à
exteriorização das
faculdades radiantes.
Grande domínio de si
mesmo, espontâneo
equilíbrio de
sentimentos, acentuado
amor aos semelhantes,
alta compreensão da
vida, fé vigorosa e
profunda confiança em
Deus, eis os requisitos
que se esperam do
missionário do auxílio
magnético, na Crosta ou
na esfera espiritual,
cabendo salientar,
contudo, que entre os
encarnados a boa vontade
sincera, em muitos
casos, pode suprir essa
ou aquela deficiência,
em virtude da
assistência por eles
recebida dos benfeitores
espirituais
especializados. André
revela que se viam nas
reuniões do grupo os
médiuns passistas em
serviço, acompanhados de
perto pelas entidades
referidas, ficando claro
que todos os encarnados,
com maior ou menor
intensidade, podem
prestar concurso
fraterno nesse serviço,
porquanto, revelada a
disposição fiel de
colaborar, as
autoridades espirituais
designam entidades
sábias e benevolentes
que orientam,
indiretamente, o
neófito, utilizando-lhe
a boa vontade e
enriquecendo-lhe o
próprio valor. (Cap. 19,
pp. 320 a 322)
136. Cuidados do
passista - Raros
são os companheiros que
demonstram real vocação
de servir
espontaneamente. Muitos
aguardam a mediunidade
curadora, como se fosse
um acontecimento
miraculoso e não um
serviço do bem que pede
do candidato o esforço
laborioso do começo.
Mas, se o indivíduo
revela interesse real na
tarefa do bem, deve
esperar incessante
progresso das faculdades
radiantes, não só pelo
próprio esforço, mas
também pelo concurso de
Mais Alto, de que se faz
merecedor. Conseguida a
qualidade básica, que é
a boa vontade real a
serviço do próximo, o
candidato a passista
precisa considerar a
necessidade de sua
elevação urgente, para
que suas obras se elevem
no mesmo ritmo. Antes de
tudo, é necessário
equilibrar o campo das
emoções. Não é possível
fornecer forças
construtivas a alguém,
se fazemos sistemático
desperdício das
irradiações vitais. Um
sistema nervoso,
esgotado, oprimido, é um
canal que não responde
pelas interrupções
havidas. A mágoa
excessiva, a paixão
desvairada, a inquietude
obsidente constituem
barreiras que impedem a
passagem das energias
auxiliadoras. É preciso,
por outro lado, examinar
também as necessidades
fisiológicas, a par dos
requisitos de ordem
psíquica. O excesso de
alimentação produz
odores fétidos, através
dos poros, bem como das
saídas dos pulmões e do
estômago, prejudicando
as faculdades radiantes,
porquanto provoca
dejeções anormais e
desarmonias de vulto no
aparelho
gastrointestinal,
interessando a
intimidade das células.
O álcool e outras
substâncias tóxicas
operam distúrbios nos
centros nervosos,
modificando certas
funções psíquicas e
anulando os melhores
esforços na transmissão
de elementos
regeneradores e
salutares. Findas tais
explicações, Alexandre
informou ainda que o
incessante contato do
passista com os
benfeitores
desencarnados permite
que estes lhe façam
sugestões indiretas de
aperfeiçoamento, que o
erguem a posições mais
elevadas, quando aceitas
e aplicadas, aditando,
porém, que o benefício
espiritual é sempre
possível de ministrar
com relativa eficiência,
ainda que o colaborador
encarnado não reúna
todas as qualidades
requeridas. Havendo
merecimento nos que
sofrem e boa vontade nos
que auxiliam, o
benefício espiritual
ocorrerá. Se a prática
do bem estivesse
circunscrita aos
Espíritos completamente
bons, seria impossível a
redenção humana. Assim,
qualquer cota de boa
vontade e espírito de
serviço recebe dos
benfeitores espirituais
a melhor atenção. (Cap.
19, pp. 322 a 324)
137. O socorro
espiritual está em toda
a parte - O
instrutor Anacleto, que
chefiava o serviço dos
passes, pediu a André
que observasse o
coração, principalmente
a válvula mitral, de uma
senhora postada à mesa.
Havia na região indicada
uma tenuíssima nuvem
negra, que cobria grande
parte dela e atingia
ainda a válvula aórtica,
além de lançar
filamentos quase
imperceptíveis sobre o
nódulo sino-auricular.
Explicação de Anacleto:
assim como o corpo
físico pode ingerir
alimentos venenosos que
lhe intoxicam os
tecidos, o organismo
perispiritual pode
absorver elementos de
degradação que lhe
corroem os centros de
força, com reflexos
sobre as células
materiais. Se a mente da
criatura encarnada ainda
não atingiu a disciplina
das emoções, se alimenta
paixões que a
desarmonizam com a
realidade, pode, a
qualquer momento,
intoxicar-se com as
emissões mentais
daqueles com quem
convive e que se
encontrem no mesmo
estado de desequilíbrio.
Às vezes, semelhantes
absorções constituem
simples fenômenos sem
maior importância;
todavia, em muitos
casos, são suscetíveis
de ocasionar perigosos
desastres orgânicos, o
que se dá mormente
quando os interessados
não têm vida de oração,
cuja influência benéfica
pode anular inúmeros
males. Aquela senhora
tivera, na manhã daquele
dia, sérios atritos com
o esposo, entrando em
grave posição de
desarmonia íntima. A
pequenina nuvem que lhe
cercava o órgão vital
representava matéria
mental fulminatória e
sua permanência poderia
ocasionar-lhe perigosa
enfermidade. Anacleto
atuou por imposição de
mãos. Sua destra emitia
sublimes jatos de luz
que se dirigiam ao
coração da senhora: os
raios de luminosa
vitalidade eram
impulsionados pela força
inteligente e consciente
do emissor. Assediada
pelos princípios
magnéticos, a reduzida
porção de matéria negra,
que envolvia a válvula
mitral, deslocou-se
vagarosamente e, como se
fora atraída pela
vigorosa vontade de
Anacleto, veio aos
tecidos da superfície,
espraiando-se sob a mão
irradiante, ao longo da
epiderme. Em poucos
instantes, o organismo
da enferma voltou à
normalidade. O
instrutor, em seguida,
esclareceu que há
legiões de trabalhadores
especialistas no passe
magnético amparando as
criaturas nas
instituições religiosas
de todos os matizes,
porquanto o homem que
vive mentalmente,
visceralmente, a
religião que lhe ensina
a senda do bem, está em
atividade intensa e
renovadora, recebendo,
por isto mesmo, as mais
fortes contribuições de
amparo espiritual,
porquanto abre a porta
viva da alma para o
socorro de Mais Alto,
através da oração e da
posição ativa de
confiança em Deus.
Assim, se aquela
senhora, porque
procurava a verdade,
cheia de sincera
confiança em Jesus,
estivesse orando numa
igreja católica romana
ou num templo budista,
receberia o socorro
espiritual, por
intermédio desse ou
daquele grupo de
trabalhadores do Cristo.
Naturalmente –
acrescentou Anacleto –
no seio de uma
organização espiritista,
indene das sombras do
preconceito e do
dogmatismo, o concurso
fraternal pode ser mais
eficiente, mais puro e
as possibilidades de
aproveitamento mais
vastas. Mas, os
benfeitores espirituais
transitam em toda parte
onde existam
solicitações da fé
sincera. (Cap. 19, pp.
325 a 327)
138. Reflexos no
corpo da perturbação da
mente - Anacleto
esclareceu também que,
ainda que a pessoa não
fosse filiada a qualquer
escola religiosa, sendo
uma criatura de
sentimentos retos,
receberia em suas
meditações naturais o
auxílio espiritual, não
obstante menor, pela sua
incapacidade de recepção
mais intensa das
energias radiantes
emitidas pelos
benfeitores espirituais;
mas, se estivesse
integralmente mergulhada
nas sombras da
ignorância ou da
maldade, permaneceria
distante da colaboração
de ordem superior e suas
forças físicas sofreriam
desgastes violentos e
inevitáveis, pela
continuidade da
intoxicação mental. Quem
se fecha às idéias
regeneradoras, fugindo
às leis da cooperação,
experimentará as
conseqüências legítimas.
Em seguida, Anacleto
postou-se ao lado de um
cavalheiro idoso, que
mostrava o fígado
profundamente alterado.
Uma nuvem muito escura
cobria grande parte do
órgão, compelindo-o a
estranhos
desequilíbrios. Toda a
vesícula biliar
permanecia atingida e
via-se, com nitidez, que
os reflexos negros
daquela pequenina porção
de matéria tóxica
alcançavam o duodeno e o
pâncreas, modificando o
processo digestivo. As
células hepáticas
pareciam presas de
perigosas vibrações. A
explicação do benfeitor:
toda perturbação mental
é ascendente de graves
processos patológicos.
Afligir a mente é
alterar as funções do
corpo. Por isso,
qualquer inquietação
íntima chama-se
desarmonia e as
perturbações orgânicas
chamam-se enfermidades.
O paciente era portador
dum temperamento muito
vivo, cheio de valores
positivos da
personalidade humana.
Atravessara já inúmeras
experiências em lutas
passadas e aprendeu a
dominar as coisas e as
situações com invejável
energia. Agora, porém,
ele estava aprendendo a
dominar a si mesmo, a
conquistar-se para a
iluminação interior.
Nessa tarefa, porém,
experimentava choques de
vulto, porquanto era
compelido a destruir
várias concepções que se
lhe figuravam preciosas
e sagradas, e, com isso,
produzira pensamentos
terríveis e
destruidores, que
segregaram matéria
venenosa, imediatamente
atraída para o seu ponto
orgânico mais frágil,
que era o fígado. Com a
prece, ele estava
facilitando o serviço de
socorro, pela emissão de
energias benéficas que
dela procedem. Na luta
titânica em que se
empenhava, a vontade
firme de acertar era a
sua âncora de salvação.
Anacleto aplicou-lhe um
passe sobre a cabeça,
descendo a mão,
vagarosamente, até à
região do fígado, que
ele tocava com a
extremidade dos dedos
irradiantes,
repetindo-se a operação
por alguns minutos. A
nuvem se fizera opaca e
desfez-se pouco a pouco,
sob o influxo vigoroso
do magnetizador. O
fígado voltou à
normalidade plena. (Cap.
19, pp. 328 a 330)
139. Atendimento a
uma gestante - A
próxima pessoa a ser
atendida era uma senhora
grávida. Profunda anemia
invadia-lhe o organismo.
Em regime de
subalimentação, pelas
dificuldades naturais
que a rodeavam de longo
tempo, a gravidez
tornava-se para ela um
processo francamente
doloroso. O marido era
parcamente remunerado e,
por isso, a mulher era
obrigada a vigílias,
noite adentro, para
auxiliá-lo na manutenção
do lar. Manchas negras
cercavam a organização
fetal. Viam-se
microscópicas nuvens
pardacentas, aderindo ao
saco de líquido
amniótico, vagueando em
várias direções, dentro
daquele laboratório
sublime de forças
geradoras. Se as manchas
atravessassem o líquido
amniótico, provocariam
dolorosos processos
patológicos em toda a
zona do epiblasto e o
aborto seria inevitável.
A jovem senhora, apesar
de dotada da fé, não
conseguia furtar-se à
tristeza angustiosa que,
havia seis dias, a
atingira. A explicação:
seu marido deveria
resgatar um débito
vultoso, mas lhe
faltavam os recursos. A
mulher, além de suportar
a carga de pensamentos
destruidores que ela
mesma produzia, era
compelida a absorver as
emissões de matéria
mental doentia do
marido. As vibrações
dissolventes acumuladas
foram atraídas para a
região orgânica em
condições anormais, e
ameaçavam a saúde da
gestante e a vida do
feto. Anacleto fez a
imposição das mãos sobre
a cabeça da enferma.
Depois, aplicou passes
rotatórios na região
uterina. As manchas
microscópicas se
reuniram, congregando-se
numa só, formando
pequeno corpo escuro, e
sob o influxo magnético
do benfeitor espiritual
a reduzida bola
fluídico-pardacenta
transferiu-se para o
interior da bexiga
urinária, de onde seria
alijada pelo excretor
natural. Depois,
Anacleto retirou de
pequenina ânfora certa
porção de substância
luminosa, projetando-a
nas vilosidades
uterinas, para
enriquecer o sangue
materno destinado a
fornecer oxigênio ao
feto. O instrutor
esclareceu que as
entidades espirituais
não podem abandonar os
irmãos encarnados ao
sabor das
circunstâncias, mormente
quando procuram a
cooperação espiritual
através da prece. A
oração, elevando o nível
mental da criatura
confiante e crente no
Divino Poder, favorece o
intercâmbio entre as
duas esferas e facilita
a tarefa de auxílio
fraternal. Imensos
exércitos de
trabalhadores
desencarnados se
movimentam em toda
parte, em nome de Deus.
Assim, o homem de bem
encontrará, depois da
morte corpórea, novos
mundos de trabalho que o
esperam e onde
desenvolverá,
infinitamente, o amor e
a sabedoria. (Cap.
19, pp. 330 a 333)
140. Um caso de
"décima vez" -
Foi atendido, na
seqüência, um
cavalheiro, cujos rins
pareciam envolvidos em
crepe negro, tal a
densidade da matéria
mental fulminante que os
cercava. Anacleto
aplicou-lhe passes
longitudinais, com
carinho, e, depois,
observou: Um dia,
compreenderá o homem
comum a importância do
pensamento. Por agora, é
muito difícil
revelar-lhe o sublime
poder da mente.
Nesse momento, um dos
atendentes espirituais
pediu orientação do
diretor do serviço num
caso de "décima vez".
Tratava-se de um
cavalheiro idoso, com
enorme desequilíbrio no
fígado e no baço. O
dirigente disse que
desta vez poderiam
apenas aliviá-lo,
porquanto, após dez
vezes de socorro
completo, era preciso
deixá-lo entregue a si
mesmo, até que adote
nova resolução. Nossa
missão é de amparar os
que erraram, e não de
fortalecer os erros,
acrescentou Anacleto.
Nosso esforço é também
educativo e não podemos
desconsiderar a dor que
instrui e ajuda a
transformar o homem para
o bem. Anacleto
afirmou então que há
pessoas que procuram o
sofrimento, a
perturbação, o
desequilíbrio, e é
razoável que sejam
punidas pelas
conseqüências de seus
próprios atos. Quando
encontram enfermos dessa
condição, os benfeitores
os salvam dos fluidos
deletérios que os
envolvem, por dez vezes
consecutivas, a título
de benemerência
espiritual. Mas, se as
dez oportunidades voam
sem proveito para os
interessados, as
instruções superiores
são no sentido de
entregá-los à sua
própria obra, para que
aprendam consigo mesmos.
Os Espíritos podem
aliviá-los, mas nunca
libertá-los. Naquele
caso, o enfermo era
portador de um
temperamento menos
simpático, por ser
extremamente caprichoso.
Ele estimava as rixas
freqüentes, as
discussões apaixonadas e
o império de seus pontos
de vista. Não tomava
nenhum cuidado contra o
ato de encolerizar-se e
despertava a mágoa e a
cólera dos que lhe
desfrutavam a companhia.
Tornou-se, assim, o
centro de convergência
de vibrações
destruidoras. Apesar de
ajudado, não ouvia as
sugestões recebidas, sem
perceber a perigosa
posição em que se
confinava. Em três meses
de atendimento, recebera
dez operações de socorro
magnético integral,
serviço esse que seria
agora interrompido por
algum tempo, para
receber mais tarde, de
novo, o socorro
completo. A sós com a
sua experiência forte,
aprenderia novas lições
e ganharia novos
valores. André Luiz
comentou: só depois de
rompidos os laços
carnais é que
compreendemos com mais
clareza e intensidade a
função da dor no campo
da justiça edificante.
O Senhor ama sempre,
mas não perde a ocasião
de aperfeiçoar, polir,
educar...(Cap. 19,
pp.333/336)
141. Despedida de
Alexandre - Foi
com surpresa que André
Luiz ficou sabendo, por
intermédio de Lísias,
que Alexandre estava de
partida para planos mais
altos, como acontece
periodicamente a outros
orientadores da mesma
posição hierárquica. Os
trabalhos da Crosta já
haviam sido confiados a
um substituto. Alexandre
deveria partir no dia
imediato. A tristeza de
André com a notícia era
notória, mas Lísias o
consolou dizendo que
Alexandre se ausentaria
em serviço e que eles,
seus discípulos,
deveriam demonstrar
aproveitamento prático
das lições recebidas. À
noitinha, ele e Lísias
dirigiram-se à reunião
de despedida do querido
instrutor. Numerosas
constelações brilhavam
no firmamento e a Lua,
muito maior do que ao
ser vista da Crosta,
parecia mais acolhedora
e tranqüila. O salão
estava magnificamente
iluminado, sem luxo no
interior, mas tinha um
lampadário em forma de
estrelas, que irradiava
uma claridade
azul-brilhante, e
delicados e simbólicos
arabescos de flores
naturais a adornar as
paredes. Ali
compareceram apenas os
discípulos de Alexandre
com permanência na
colônia: eram 68
colegas, inclusive 15
mulheres, todos eles
imensamente gratos a
Alexandre, um amigo que
sabia fazer-se amar.
Superior sem afetação,
humilde sem servilismo,
orientador sempre
disposto, não somente a
ensinar, mas também a
aprender, ele atendia
aos elevados encargos
que lhe eram atribuídos,
sem qualquer desvario do
"eu", profundamente
interessado em cumprir
os desígnios do Pai e em
aceitar nossa cooperação
singela, aproveitando-a.
Por isso, seu
afastamento, embora
temporário, doía na
intimidade de seus
discípulos. (Cap. 20,
pp. 337 a 340)
142. O adeus do
amigo espiritual
- Alexandre saudou a
cada um dos presentes e
depois dirigiu à pequena
assembléia suas palavras
de despedida, em que
explicou as razões de
sua partida para novos
trabalhos e estudos.
Nossa estrada de
aperfeiçoamento, bem
como a senda de
progresso da Humanidade
terrestre, em geral, têm
sido tortuoso caminho no
qual pisamos sobre os
ídolos quebrados –
asseverou o benfeitor.
Sucedem-se nossas
reencarnações e as
civilizações repetem o
curso em longas espirais
de recapitulação, porque
temos sido invigilantes
quanto aos caminhos
retos, acrescentou o
amigo espiritual, que
continuou tecendo
considerações sobre os
intrincados problemas
humanos, ensinando mais
uma vez, mesmo no
momento da despedida:
Na procura do conforto
individual, em face de
problemas graves de
nossa vida, raramente
encontramos a solução e,
sim, a fuga, da qual nos
valemos com todas as
forças de que somos
capazes, para adiar
indefinidamente a ação
imprescindível da
corrigenda ou do
resgate. Virá, porém, o
dia da restauração da
verdade, o momento de
nosso testemunho pessoal.
Alexandre conclamou a
todos que fugissem ao
condenável sistema de
adoração recíproca e à
idolatria,
lembrando-lhes que,
sendo todos depositários
de grandes lições da
vida superior, é preciso
pô-las em prática,
estendendo mãos amigas
aos nossos semelhantes,
porque esse é o objetivo
fundamental de todos.
A Terra reclama filhos
esclarecidos que
colaborem na divina
tarefa de redenção
planetária. Há
multidões, por toda
parte, escravas do
bem-estar e da miséria,
da alegria e do
sofrimento, estranhas ao
caráter temporário das
condições em que se
agitam. O campo de
trabalho é vastíssimo.
Experimentem nele o
que aprenderam,
despertando as
consciências que dormem
ao longo do caminho. O
aprendizado fornece-nos
conhecimento. A vida
oferece-nos a prática.
Unamos a sabedoria com o
amor, na atividade de
cada dia, e
descobriremos a
divindade que palpita
dentro de nós...,
aduziu o sábio instrutor
espiritual, cujas
palavras calavam fundo
na mente e no coração de
seus discípulos. A
reunião foi encerrada
com uma prece feita por
Alexandre, após a
saudação que o discípulo
Epaminondas fez em nome
do grupo. "Devemos ao
Cristo-Jesus todas as
graças! Ele é o Divino
Intermediário entre o
Pai e nós outros",
asseverou Alexandre
momentos antes da prece
final, que ele dirigiu
ao Governador Espiritual
da Terra. Sua fronte
venerável emitia
sublimes irradiações de
luz. De pé, cercado de
intensa luz
safirino-brilhante, de
olhos erguidos para o
alto, Alexandre estendeu
os braços e orou com
infinita beleza: "Semearemos
o bem onde surjam
espinhos do mal;
acenderemos tua luz onde
a treva demore;
verteremos o bálsamo do
teu amor onde corra o
pranto do sofrimento;
proclamaremos tua bênção
onde haja condenações;
desfraldaremos tua
bandeira de paz junto às
guerras do ódio!..."
A prece comovedora foi a
última nota do
maravilhoso adeus.
(Cap. 20, pp. 340 a 347)
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