ARTHUR BERNARDES DE OLIVEIRA
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Guarani, Minas Gerais (Brasil)
Espíritos
operam
varizes
Maria Carmem estava
louca para assistir às
nossas reuniões na Casa
Espírita João de
Freitas, de Guarani,
Minas Gerais.
Católica, educada em
colégio de freiras, de
repente começou a ter
sua atenção voltada para
a Doutrina Espírita,
religião de sua tia Elza
e de sua irmã Elizabeth,
pessoas que ela estimava
muito.
Costumava dizer para o
marido: “− Espiritismo
deve ser uma coisa muito
séria! Minha irmã, minha
tia, pessoas tão
esclarecidas e tão
inteligentes, não iriam
se envolver com uma
coisa que não fosse
muito séria, muito
verdadeira!”
Queria ir, mas não
queria ir de graça, de
oferecida. Esperava um
convite da irmã.
Convite que tardava a
acontecer. Chegou a
confessar ao sobrinho, o
adolescente Ricardo,
esse grande desejo.
Conversa vai, conversa
vem, lá um belo dia
surge o convite!
Lágrimas molharam-lhe o
rosto, na emoção do
momento! Coração batendo
apertado e a alegria
explodindo no
peito!
Nossa sessão era um
encontro em que
misturávamos estudo,
desenvolvimento
mediúnico, desobsessão e
vibrações para
tratamento à distância.
A gente aproveitava para
fazer tudo de uma vez,
porque só dispúnhamos de
um dia na semana. Era
uma festa! Noites
memoráveis vivemos
naquela Casa!
Maria Carmem sentou-se
na primeira fila de
cadeiras. Nós
permitíamos que as
pessoas que se
preparavam para o
desenvolvimento
mediúnico assistissem às
reuniões. Não tomavam
assento à mesa. Ficavam
no salão, mas fora da
mesa. Reunião começada,
notou-se inusitada
movimentação no plano
espiritual. Médicos,
enfermeiras, auxiliares
diversos iam e vinham
tomando providências.
Interessantes
instrumentos eram
trazidos ao salão. De
repente, junto de nós se
instalara moderníssimo
centro cirúrgico!
− Alguém vai ser operado
aqui, hoje − disse uma
das médiuns videntes
presente ao trabalho.
− Sou eu! – disse
imediatamente Maria
Carmem. – Sou eu; estão
me dizendo aqui; vão me
operar; vão me operar!
Levada a uma sala ao
lado, sala de
atendimento especial, em
companhia de duas irmãs,
Floripes e Elizabeth,
acompanhando tudo o que
a equipe de
médicos-Espíritos ia
fazendo, foi operada da
vesícula. Mas isso não
é tudo. Melhor é o que
viria a seguir.
Maria Carmem,
professora, desenvolvera
tal quantidade de
varizes nas pernas que
já não podia usar nem
saias, nem vestidos, só
calças compridas. Eram
um horror suas pernas! E
ela era nova: trinta e
poucos anos!
Pois bem: os Espíritos
disseram que iriam
operar suas varizes na
semana seguinte!
Surpresa enorme! Ninguém
havia pensado em pedir
uma coisa dessas! Quem é
que vai pedir
intervenção espiritual
para curar varizes?
Foi um gesto espontâneo
deles. Eles é que se
ofereceram para isso!
Ela morava muito longe
de Guarani. Seria muito
sacrifício para ela e
seus familiares
retornarem a Guarani
sete dias depois. Mas em
face da oferta se
dispôs, é claro, a
voltar. Foi quando os
Espíritos disseram que a
operariam em sua própria
casa. Ela não precisaria
fazer a tão longa
viagem!
E, na semana seguinte,
às oito horas e dez
minutos, da noite, em
sua própria casa, em
Resplendor, Minas
Gerais, recebeu a visita
da equipe médica
espiritual que eliminou,
como num passe de
mágica, todas as suas
varizes.
Maria Carmem,
aposentada, pernas
renovadas, pôde
desenvolver, enquanto
aqui esteve encarnada,
importante trabalho na
seara espírita, na bela
cidade de Guarani.