No animal os instintos
manifestam-se plenamente
1. Em suas primeiras
manifestações no plano
físico, através de
experiências sucessivas
em organismos
progressivamente mais
complexos, o Espírito
automatizou reações aos
impulsos exteriores,
gravando-as em seu
perispírito, de modo a
melhor adequar-se ao
meio ambiente.
2. Essas ações reflexas
incorporaram-se, assim,
ao patrimônio
perispiritual do ser e
se manifestam no
vegetal, no animal e no
homem por meio de atos
espontâneos e
involuntários que têm,
em geral, uma finalidade
útil tanto para o ser
que os realiza quanto
para a sua espécie.
3. Podemos identificar
esses atos no movimento
da planta que se volta
na direção dos raios
solares, na arte com que
a aranha tece sua teia
para capturar os insetos
de que se nutre, ou no
ato de sucção com que o
bebê se alimenta.
4. Esses atos
inconscientes são, pois,
o resultado do mecanismo
coordenado e cada vez
mais complexo das ações
reflexas, a que chamamos
instintos. No vegetal, a
estruturação desse
mecanismo está em seus
primórdios, no animal
manifesta-se plenamente,
no homem sofre a ação da
inteligência, que lhe
altera e aperfeiçoa as
manifestações.
No homem certos atos são
instintivos, mas não
todos
5. Podemos desse modo
traçar uma demarcação
bem nítida entre
instinto e inteligência.
O instinto é a força
oculta que solicita os
seres orgânicos a atos
espontâneos e
involuntários, tendo em
vista a conservação
deles. Nos atos
instintivos não há
reflexão nem combinação
ou premeditação.
6. É assim que a planta
procura o ar, volta-se
para a luz, dirige suas
raízes para a água e
para a terra
nutriente... É pelo
instinto que os animais
são avisados do que lhes
convém ou os prejudica,
e buscam, conforme a
estação, os climas mais
propícios.
7. No homem, só no
começo da vida o
instinto domina com
exclusividade. É por
instinto que a criança
faz seus primeiros
movimentos, toma o
alimento, grita para
exprimir suas
necessidades, imita o
som da voz, tenta falar
e andar.
8. No adulto mesmo,
certos atos são
instintivos, tais como o
movimento espontâneo
para evitar um risco,
para fugir a um perigo,
para manter o equilíbrio
do corpo, o piscar das
pálpebras para moderar o
brilho da luz, o abrir
maquinal da boca para
respirar etc.
9. A inteligência
revela-se por atos
voluntários,
premeditados,
combinados, de
conformidade com a
ocasião e as
circunstâncias.
O instinto de
conservação é uma lei da
Natureza
10. Resumindo, podemos
concluir: Todo ato
maquinal é instintivo;
todo ato que denota
reflexão, combinação,
deliberação é
inteligente. Um é livre,
o outro não o é.
11. Um dos mais
perfeitos atos
instintivos é o ato de
viver. O instinto de
conservação é uma lei da
Natureza e, por isso,
todos os seres vivos o
possuem, qualquer que
seja o grau de seu nível
evolutivo. Nuns, ele é
puramente maquinal; em
outros, é raciocinado.
12. O instinto de
conservação foi
outorgado por Deus às
suas criaturas porque
todos têm que concorrer
para o cumprimento dos
desígnios da
Providência. Eis por que
Deus lhes deu a
necessidade de viver.
Acresce ainda que a vida
é necessária ao
aperfeiçoamento dos
seres. Estes o sentem
instintivamente, sem
disso se aperceberem.
13. O despertar da
necessidade de viver tem
por finalidade a
manutenção da vida
orgânica, necessária ao
desenvolvimento físico e
moral dos seres, bem
como à realização das
tarefas de colaboração
com a obra divina que
Deus, em sua sabedoria,
concedeu a cada um como
oportunidade de
crescimento para o bem.
14. O instinto de
conservação
constitui-se, pois, em
mais um dos eficientes
instrumentos naturais
que cooperam em favor do
mecanismo evolutivo dos
seres da criação.
Respostas às questões
propostas