THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba, Paraná
(Brasil)
O necessário e o
supérfluo
Apresentamos nesta
edição o tema no
48 do Estudo
Sistematizado da
Doutrina Espírita,
que está sendo aqui
apresentado
semanalmente, de acordo
com programa elaborado
pela Federação Espírita
Brasileira, estruturado
em seis módulos e 147
temas.
Se o
leitor utilizar este
programa para estudo em
grupo, sugerimos que as
questões propostas sejam
debatidas livremente
antes da leitura do
texto que a elas se
segue. Se destinado
somente a uso por parte
do leitor, pedimos que o
interessado tente
inicialmente responder
às questões e só depois
leia o texto referido.
As respostas
correspondentes às
questões apresentadas
encontram-se no final da
lição.
Questões para debate
1. Ao estabelecer para o
homem a necessidade de
viver, Deus concedeu-lhe
também os meios para
suprir essa necessidade?
2. A superfície da Terra
é suficiente para
assegurar a alimentação
dos mais de 6 bilhões de
criaturas que aqui
vivem? E se a população
terrena continuar a
crescer, haverá
alimentos para todos?
3. Existe um limite
entre o necessário e o
supérfluo?
4. O gosto pelo
supérfluo é prejudicial
ao homem ou isto não tem
qualquer importância?
5. O que é realmente
necessário ao ser
humano? E o que lhe é
supérfluo?
Texto para leitura
Só o necessário é útil;
o supérfluo nunca o é
1. Todos temos que
concorrer para o
cumprimento dos
desígnios da
Providência. Eis por
que, como já vimos
anteriormente, Deus nos
deu a necessidade de
viver, porquanto a vida
é essencial ao
aperfeiçoamento dos
seres.
2. Ao lado da
necessidade de viver,
Deus concedeu-nos também
os meios para suprir
essa necessidade, razão
pela qual faz com que a
Terra produza o
suficiente para
proporcionar o
necessário aos que a
habitam, porque só o
necessário é útil. O
supérfluo nunca o é.
3. Em suas experiências
evolutivas, os homens
passam, no entanto, por
privações e situações
difíceis, em que lhes
falta até mesmo o
essencial à
sobrevivência. Mas essa
situação extrema
geralmente ocorre por
pura imprevidência das
pessoas.
4. A Terra, ensinam os
Espíritos superiores,
produziria sempre o
necessário, se o homem
soubesse contentar-se
com o necessário. Se o
que ela produz não lhe
basta a todas as
necessidades, é porque
ele emprega no supérfluo
recursos que poderiam
ser aplicados na
obtenção do necessário.
Imprevidente não é a
Natureza, mas o homem
5. O árabe que vive no
deserto, lembram os
instrutores espirituais,
encontra sempre uma
maneira de viver naquele
ambiente inóspito porque
não cria para si
necessidades fictícias.
Ora, desperdiçando a
metade dos recursos na
satisfação de fantasias,
que motivos tem o homem
para se espantar de nada
encontrar nos dias de
penúria? Então,
imprevidente não é a
Natureza, mas o ser
humano, que não sabe, em
muitas ocasiões, regrar
o seu viver.
6. Se é certo que a
civilização multiplica
as necessidades do
indivíduo, também é
certo que multiplica as
fontes de trabalho e os
meios de viver. A
desgraça provém, para
muitos, do fato de
haverem enveredado por
uma senda diferente da
que a Natureza lhes
traçou.
7. Há para todos lugar
ao Sol, com a condição
de que cada pessoa ocupe
o seu e não o lugar dos
outros. A Natureza não
pode ser
responsabilizada pelos
defeitos da organização
social nem pelas
conseqüências da ambição
e do amor-próprio.
8. Vários são os meios
empregados pelo homem
para preservar ou
ampliar o seu bem-estar.
Nesse sentido o
progresso da Humanidade
tem sido notável. Graças
aos louváveis esforços
que a filantropia e a
ciência, juntas, têm
feito para melhorar a
condição material dos
homens e malgrado o
crescimento incessante
da população da Terra, a
insuficiência da
produção se acha
atenuada, e os anos às
vezes calamitosos do
presente não se podem,
de modo algum, comparar
com os de outrora.
O gosto pelo supérfluo
prejudica o indivíduo
9. Nada tem de absoluto
o limite entre o
necessário e o
supérfluo, porque a
Civilização criou
necessidades que o
selvagem desconhece.
Tudo é, pois, relativo,
cabendo à razão regrar
as coisas.
10. O gosto pelo
supérfluo é prejudicial
ao homem. Os
desregramentos que
provoca fazem com que a
natureza animal tenha
nele preponderância
sobre sua natureza
espiritual. Ademais, o
atrativo dos bens
materiais funciona
também como prova para o
Espírito que passa pela
experiência
reencarnatória.
11. Para bem se conduzir
na esfera carnal, o
homem precisa conhecer o
limite entre o
necessário e o
supérfluo. Há pessoas
que requerem seguidas
experiências e grande
esforço para adquirir
esse conhecimento.
Outras o têm por
intuição, resultado das
conquistas efetivadas em
vidas pregressas.
12. O que é preciso
entender, a tal
respeito, é que o limite
entre o necessário e o
supérfluo não é exato
nem absoluto, mas, sim,
relativo às condições de
vida proporcionadas
pelos avanços da
Civilização, que criam
novas necessidades.
Os artigos de luxo não
são necessários, mas
supérfluos
13. Pode-se dizer,
contudo, que são
essenciais ao homem
todos os bens de
relevância para a sua
sobrevivência, para que
desfrutem de relativo
conforto e possam
participar da vivência
social.
14. São supérfluos todos
os bens que servem a
outras finalidades, tais
como o luxo e a
satisfação do orgulho,
bem como os que,
acumulados e
improdutivos nas mãos de
poucos, fazem falta a
muitos.
15. Cabe aos indivíduos
e às instituições
governamentais ou
privadas desenvolver
esforços no sentido de
estender a todos, sem
exceção, os benefícios
decorrentes da melhoria
do padrão de vida
humano, originados dos
progressos da
Civilização, de modo a
atenuar as desigualdades
sociais.
16. Para garantir o
cumprimento dessa
tarefa, assegurando o
bem-estar a todas as
pessoas, são necessários
investimentos nos
setores de saúde,
alimentação, habitação,
acesso aos meios de
comunicação e, em
especial, educação,
compreendida esta em seu
sentido mais amplo de
formação intelectual,
social, moral e
espiritual do ser.
Respostas às questões
propostas
1. Ao estabelecer para o
homem a necessidade de
viver, Deus concedeu-lhe
também os meios para
suprir essa necessidade?
R.: Sim. Deus concedeu
ao homem os meios para
suprir suas
necessidades, razão pela
qual faz com que a Terra
produza o suficiente
para proporcionar o
necessário aos que a
habitam, porque só o
necessário é útil; o
supérfluo nunca o é.
2. A superfície da Terra
é suficiente para
assegurar a alimentação
dos mais de 6 bilhões de
criaturas que aqui
vivem? E se a população
terrena continuar a
crescer, haverá
alimentos para todos?
R.: Em suas experiências
evolutivas, os homens
passam por privações e
situações difíceis, em
que lhes falta até mesmo
o essencial à
sobrevivência. Mas essa
situação extrema
geralmente ocorre por
pura imprevidência das
pessoas. A Terra,
ensinam os Espíritos
superiores, produzirá
sempre o necessário se o
homem souber
contentar-se com o
necessário. Se o que ela
produz não lhe basta a
todas as necessidades, é
porque ele emprega no
supérfluo recursos que
poderiam ser aplicados
na obtenção do
necessário.
3. Existe um limite
entre o necessário e o
supérfluo?
R.: Nada tem de absoluto
o limite entre o
necessário e o
supérfluo, porque a
Civilização criou
necessidades que o
selvagem desconhece.
Tudo é, pois, relativo,
cabendo à razão regrar
as coisas.
4. O gosto pelo
supérfluo é prejudicial
ao homem ou isto não tem
qualquer importância?
R.: O gosto pelo
supérfluo é prejudicial
ao homem e os
desregramentos que
provoca fazem com que a
natureza animal tenha
nele preponderância
sobre sua natureza
espiritual. Ademais, o
atrativo dos bens
materiais funciona como
prova para o Espírito
que passa pela
experiência
reencarnatória.
5. O que é realmente
necessário ao ser
humano? E o que lhe é
supérfluo?
R.: Como foi dito, o
limite entre o
necessário e o supérfluo
não é exato nem
absoluto, mas sim
relativo às condições de
vida proporcionadas
pelos avanços da
Civilização, que criam
novas necessidades.
Pode-se, porém, dizer
que são essenciais ao
homem todos os bens de
relevância para a sua
sobrevivência, para que
desfrutem de relativo
conforto e possam
participar da vivência
social. E supérfluos
todos os bens que servem
a outras finalidades,
tais como o luxo e a
satisfação do orgulho,
bem como os que,
acumulados e
improdutivos nas mãos de
poucos, fazem falta a
muitos.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, itens
703, 704, 705, 707 e
717.