ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)
Na direção do
mais Alto
e do
mais Além
“É
imprescindível o
cuidado para que
as posições
transitórias não
paralisem
os vôos da
Alma.” Emmanuel
(1)
Quando o
Espírito imortal
imerge nos
densos nevoeiros
da Vida
somática, como
que se
desconecta de
sua realidade
espiritual,
desvitalizando-se
suas
potencialidades
e toldando-se os
seus horizontes,
prejudicando
enormemente
maiores
descortínios
mentais e,
vezes sem conto,
agrilhoa-se aos
imperiosos e
incoercíveis
tentáculos dos
sentidos
materiais,
rasteiros,
horizontais e
mesquinhos...
O esquecimento
do passado,
bênção de Deus,
permite-lhe
recomeçar de
onde parou sua
experiência
anterior, livre,
porém, das
tenazes do
remorso e visão
dos erros e,
como que
hipnotizado
pelas ilusões do
palpável e
imediato,
perde-se no
emaranhado
cipoal das chãs
cogitações.
Tal atitude não
se justifica
mais desde que
Jesus veio nos
trazer a noção
da Vida futura,
descortinando-nos
a insofismável
realidade do
túmulo vazio.
Resta-nos,
assim, tão
somente caminhar
na direção
indicada pelo
Meigo Zagal
Celeste e
atravessar a
porta estreita
da renúncia, da
abnegação e do
devotamento,
para lograrmos
através dos
tamises
palingenésicos,
o desiderato
assinado pelo
Pai para todas
as Suas
criaturas: a
felicidade sem
mescla e a
perfeição
relativa.
No entendimento
de Emmanuel
(1),
“O Espírito
encarnado, a fim
de alcançar os
altos objetivos
da Vida, precisa
reconhecer sua
condição de
aprendiz,
extraindo o
proveito que
cada experiência
oferece, porém,
sem
escravizar-se.
O dinheiro ou a
necessidade
material, a
doença e a saúde
do corpo são
condições
educativas de
imenso valor
para os que
saibam
aproveitar o
ensejo de
elevação em sua
essência
legítima.
Infelizmente,
porém, de
maneira geral, a
criatura apenas
reconhece
semelhantes
verdades quando
se abeira da
transformação
pela morte do
corpo
terrestre.
Raras pessoas
transitam de uma
situação para a
outra com a
dignidade
devida.
Comumente, se um
rico é
transferido a
lugar de
escassez, dá-se
a tão extremas
lamentações que
acaba vencido,
como servo
miserável da
mendicância; se
o pobre é
conduzido à
elevada posição
financeira, não
raro se
transforma em
ordenador
insensato,
escravizando-se
à extravagância
e à tirania...”
Completando o
pensamento de
Emmanuel, aduz
Joanna de
Ângelis (2):
“Perdido em
meandros, o rio
caudaloso,
silencioso e
perseverante se
destina ao
mar”.
Assim, a exemplo
do rio, sigamos
o curso natural
de nossa
existência,
vencendo os
obstáculos,
seguindo sempre
adiante, sem
desânimos ou
queixas.
Emmanuel
aconselha e
conclui (1):
“Guarda a
retidão de
consciência e
atira-te ao
trabalho
edificante.
Então, a teus
olhos, toda
situação
representará
oportunidade
para atingir o
Mais Alto e o
Mais Além”.
Bibliografia:
(1) XAVIER, F.
Cândido.
Caminho, Verdade
e Vida. 26.
ed., Rio [de
Janeiro]: FEB,
2006, cap. 132.
(2) FRANCO,
Divaldo.
Florações
Evangélicas.
4. ed.,
Salvador: LEAL,
2000, cap. 46.