WELLINGTON BALBO
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Bauru, São Paulo (Brasil)
Kardec também
foi vítima
dos jogos
França, século
XIX, Hippolyte
Léon Denizard
Rivail, que em
breve futuro
tornar-se-ia
conhecido como
Allan Kardec,
após ser
dispensado do
serviço militar,
dá vazão a seus
sonhos de
melhorar a
qualidade
pedagógica da
educação
francesa, e,
juntamente com
um tio materno,
funda
instituição de
ensino em moldes
semelhantes aos
do notável
educador
Pestalozzi,
dando o nome de:
Liceu Polimático.
Entretanto, após
algum tempo, o
sonho do
professor Rivail
foi adiado por
triste motivo:
seu tio materno
era um amante
dos jogos e
perdeu vasta
soma com esse
nebuloso vício,
obrigando Rivail
a desfazer a
sociedade,
colocando fim ao
estabelecimento.
Como vê o caro
leitor, os
vícios não são
“privilégios” do
século XXI, eles
existem desde
que o mundo é
mundo. E o ser
humano, para
compensar suas
carências e
fragilidades,
encontra nos
vícios sua
válvula de
escape.
Alguns se
excedem no
álcool, outros
nas guloseimas,
outros tantos no
computador,
outros no sexo,
e uma porção de
gente nos jogos,
como no caso do
tio de Kardec. E
é sobre o vício
nos jogos que
falaremos.
Atraídas pelo
sonho do lucro
fácil das
loterias e jogos
em geral, muitas
pessoas
desperdiçam
grande parte de
seu suado
dinheiro nessas
jogatinas. Não
se atentam que a
possibilidade de
serem premiadas
com a sorte
grande é
remota.
Isso é que é
vida! Passeios,
nada de
preocupações com
contas, tudo em
exageros. As
alucinações
produzidas pelo
dinheiro fácil
são tão grandes
que alguns, após
receberem o
prêmio da
loteria, fogem
sem dividir a
bolada com os
colegas de
“bolão”, como
ocorreu
recentemente em
nosso país.
É o sonho da
independência
financeira que
faz milhões e
milhões de
brasileiros
apostarem nas
loterias, ou se
aventurarem nos
chamados jogos
de azar. Muitos
chegam mesmo a
dizer que se
forem agraciados
com a sorte
grande deixarão
inclusive de
trabalhar,
desfrutando a
vida em total
ociosidade e
desperdício.
Algumas
reportagens,
porém, mostram
que muitos
daqueles que
foram sorteados
com os milhões
das loterias
hoje estão em
situação pior do
que aquela que
tinham quando
não eram
abastados. É
que,
desacostumados
em lidar com
grandes
quantias, não
souberam
administrar,
foram
gradativamente
dilapidando sua
fortuna, e pior:
endividaram-se
para tentar
salvar o pouco
que lhes restava
e hoje estão na
mais triste
penúria.
Há uma indústria
de produzir
necessidades
irreais, e
muitos se deixam
envolver por
essa ilusão,
considerando que
se alcançarem o
sonho dos
milhões seus
problemas
existenciais
estarão
solucionados.
Ledo engano! Com
ou sem milhões
os entraves
permanecem,
porquanto, têm
eles – os
entraves –
morada em nosso
coração, e não
na conta
bancária.
Devemos destacar
também o perigo
desses jogos,
pois podem se
tornar um vício,
colocando em
jogo a saúde
física e
psíquica da
pessoa e
abalando a
tranqüilidade e
harmonia da
família. É a
compulsividade
pelo jogo que a
psiquiatria
define como:
jogadores
patológicos.
Segundo
pesquisas, a
doença do jogo
compulsivo
atinge cerca de
10% da população
do Estado de São
Paulo.
É um círculo
vicioso: o
jogador
compulsivo
começa a perder
e sente a
necessidade de
recuperar o
prejuízo e os
resultados são
dramáticos, as
perdas
sistemáticas
causam rombo no
orçamento. O
indivíduo então
está cada vez
mais dependente.
Aquelas
esporádicas
vitórias lhe
acendem uma
ponta de
esperança, mas
eis que na
próxima rodada a
derrota bate
novamente em sua
porta, levando-o
ao desespero, e,
não raro, ao
suicídio, pois
além da perda
financeira
existe a perda
moral e a
descrença em si
mesmo.
Cerca de 15% das
pessoas que
procuram
tratamento para
se desvencilhar
do vício nos
jogos já
tentaram antes
cometer
suicídio. Dados
alarmantes, não
é mesmo, caro
leitor?
Uma pena que se
crie esse
glamour em torno
do dinheiro
fácil e rápido.
Isso
lamentavelmente
apenas enreda
pessoas nas
teias desse
desatino de
complicada
solução.
Nossos destinos
aqui neste
planeta, caro
leitor, não
estão
subordinados à
independência
financeira e às
ilusões
consumistas,
fomentadas por
uma sociedade
ainda em
amadurecimento
moral e
espiritual.
Nossa vinda à
Terra atende aos
objetivos de
evolução
intelectual,
moral e
conseqüentemente
espiritual a que
estamos
subordinados. Há
muitas
potencialidades
que podemos
desenvolver
sendo abastados
ou não.
Por isso,
deixemos de lado
a ilusão do
dinheiro fácil e
rápido,
preferindo então
o dinheiro que
conquistamos à
custa de nosso
próprio esforço,
proveniente de
nosso
desenvolvimento
como Espíritos
imortais.
Pensemos nisso.