CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro,
RJ (Brasil)
Transcomunicação
instrumental -
reflexões
Bom dia a todos.
Lembro-me de um
episódio já
relatado em
artigos
anteriores,
quando Caio F.
Quinto, meu
mentor
desencarnado, a
uma quase queixa
mental que lhe
dirigi acerca da
necessidade que
nutria naquele
tempo de uma
proximidade mais
direta – mais
tátil – da
sua pessoa, me
endereçou
comovente
resposta sobre
como nos
iludimos com
esta proximidade
tida como
mais válida
dos Espíritos,
através dos
fenômenos
físicos, por
exemplo, ou dos
de
materialização...
Coisa que,
diga-se, na
medida de suas
possibilidades
ele já me
proporcionara
sem regateios no
passado,
principalmente
em momentos de
grande
necessidade
espiritual
durante os
desafios mais
ríspidos do
cotidiano...,
chegando mesmo
ao ponto de me
"passar a mão
nos cabelos",
deslocando-os
numa carícia
paternal, ou
promovendo em
determinadas
ocasiões
pancadas por
dentro de casa
em resposta a
questões diretas
que lhe fazia,
entre outras
coisas...
Mas, a este meu
questionamento,
fez ele alusão
ao engodo que
representa a
idéia errônea de
proximidade a
partir deste
tipo de contato
indireto, quando
na verdade o que
mais aproxima os
seres, e mesmo
aqui, no nosso
plano físico,
são os
sentimentos e
afinidades
mútuos, numa
palavra: o amor
que se nutre por
este ou aquele
ente querido de
quem nos
tornamos mais
próximos, ainda
mesmo que a
distância, do
que de outros
com quem
convivemos no
dia-a-dia dentro
de uma atmosfera
de indiferença
espiritual que,
com razão, os
torna quase que
literalmente
"invisíveis" de
um ponto de
vista
significativo
para o contexto
das nossas
vidas...
Faço esta
digressão devido
ao meu
envolvimento
recente e mais
intensivo com a
Transcomunicação
Instrumental
(1) e
suas
implicações, com
as quais, logo
de saída, me foi
intuído tratar
com tato e bom
senso. Assim que
nos testes que
principio a
envidar com as
gravações minha
primeira
providência é
solicitar o
concurso da
assistência
espiritual
diretora das
minhas
atividades no
ramo da
literatura
espírita, a fim
de que
resguardem o
ambiente de modo
a que os
experimentos
sejam
desenvolvidos de
dentro de certa
segurança no
tocante à
influência
indesejável de
obsessores,
Espíritos
zombeteiros e
similares... E
também pela
consciência
clara de que, em
não se tomando
os devidos
cuidados, não há
nada que garanta
elevação de
propósitos de
Espíritos
comunicadores,
de vez que é
sabido que o
ambiente astral
circundante é
enfestado de
vida acima mesmo
do que
presenciamos na
materialidade –
e, portanto, de
desocupados que
adorariam se
divertir um
pouco à custa da
imprevidência
eventual de
transcomunicadores
principiantes
que se pusessem
a lidar com algo
subidamente
revestido de
seriedade, seja
a interação
entre ambos os
planos da vida.
De fato, era o
que se
verificava no
passado em
muitas reuniões
mediúnicas
irresponsáveis,
nas quais a
tiptologia e as
mesas girantes
serviam à guisa
de sessões de
buena dicha,
nas quais
Espíritos
brincalhões e
maliciosos, não
raro,
transmitiam
mensagens tão
estapafúrdias
quanto o eram as
finalidades
pueris daquele
aglomerado de
curiosos
reunidos sem
outro objetivo
que não este
mais banal, de
divertimento sem
maior
compromisso com
o mais relevante
na tomada de
conhecimento da
continuidade da
vida: a
reformulação
íntima e maior
responsabilidade,
a partir disso,
para com as
próprias
atitudes no
decorrer das
suas jornadas
materiais.
Sem embargo,
conquanto a
Espiritualidade
diretora desses
trabalhos vise
compreensivelmente
lançar mão
destes recursos
de ponta para,
em banalizando
os transcontatos,
mais sedimentar
a certeza da
sucessão das
vidas
alavancando o
plano material a
um maior avanço
consciencial de
sua população
reencarnante,
importante se
faz o
entendimento de
que
Transcomunicação
em si, despida
de seriedade e
de elevação de
propósitos, bem
como desplugada
da viga mestra
basilar e
indispensável do
estudo do
conteúdo da
Codificação
Espírita, não
assegura de
nenhuma forma
apuro moral dos
participantes de
ambas as
dimensões em
interatividade;
assim que o
médium bem
preparado e
afinizado por
mérito com os
Mentores
assistentes de
modo algum –
e frise-se!
– é descartado
em menor
relevância no
que diz respeito
aos nobres
objetivos dos
contatos entre
encarnados e
desencarnados,
no que se refere
ao amparo da
espiritualidade
e ao reconforto
às dores dos que
sofrem com o
passamento dos
entes queridos.
De fato,
imprescindível a
noção de que,
pelas mesmas
razões citadas
acima, o médium
resguardado pelo
próprio apuro
íntimo via
evangelização,
durante as suas
relações com as
dimensões
invisíveis muita
vez estará mesmo
em condições
acima das do
avanço
tecnológico
instrumental
que, se oferece
receptividade
adequada aos
registros de
imagens e
energias do
além, todavia,
carece da
sensibilidade
humana, presente
no sensitivo
devidamente
conectado com os
planos
superiores,
no momento de se
discernir entre
um trote dos
habitantes
sombrios da
invisibilidade e
um recado
autêntico de um
mentor ou
familiar
espiritual!
Se conduzida
desta forma esta
atividade – sim!
– surpreendente
e importante na
contribuição
efetiva contra o
ceticismo crasso
que ainda impera
na esfera
corpórea
terrena, não
haverá com que
se preocupar
mais com o
desassossego
provocado pela
invigilância das
polêmicas em
torno do assunto
que já de há um
bom tempo
surgem, com
contendores
esquecidos de
que na arena da
evolução humana
transitória dos
mundos materiais
a finalidade não
será nunca a
formação de
"times"
competitivos –
ora pecando por
imaturidade,
fraudes,
imprudência e
invigilância,
ora resistentes
ao avanço
inexorável do
tempo cujos
efeitos cobram
reformulação
íntima e de
métodos, à nossa
revelia... – mas
a
conscientização
definitiva da
vida
ininterrupta a
nos aguardar,
inapelavelmente,
em enredos
sempre renovados
aos quais nos
compete
responder tanto
com a sabedoria
e a vigilância
recomendadas
outrora pelo
próprio Mestre,
como também com
a ousadia que
fez destes
mesmos Mestres,
no passado, as
almas de escol
incompreendidas,
e de início
retaliadas e
flageladas pela
limitação de
vistas
espiritual e
pelas restrições
rudes de
entendimento do
homem involuído.
Nota:
(1)
A
transcomunicação
instrumental é o
registro de
imagens e vozes
dos Espíritos
desencarnados
via
instrumentação
técnica.