A Revue Spirite
de 1859
(7a Parte)
Allan Kardec
Damos continuidade ao
estudo da Revue
Spirite
correspondente ao ano de
1859. O texto condensado
do volume citado será
aqui apresentado em 10
partes, com base na
tradução de Júlio Abreu
Filho publicada pela
EDICEL.
Questões preliminares
A. Como vencer a malícia
dos Espíritos
enganadores?
Analisando as
comunicações espíritas e
submetendo-as ao
controle recomendado
pela Doutrina Espírita,
reconheceremos
facilmente a sua origem
e poderemos destruir a
malícia dos Espíritos
enganadores, os quais só
se dirigem àqueles que
se deixam enganar. É bom
lembrar também que, em
casos assim, a prece
constitui poderoso
auxílio, uma vez que por
ela atraímos a
assistência de Deus e
dos bons Espíritos,
aumentando a nossa
própria força. (Revue
Spirite, pp. 258 e 259.)
B. Em que condições
Voltaire retornou ao
mundo espiritual?
Descrente e vacilante,
sem ninguém com quem
pudesse estabelecer
relações, foi assim que
Voltaire entrou no mundo
espiritual. A princípio,
conduzido longe das
habitações espirituais,
percorreu o espaço
imenso. Foi-lhe
permitido depois ver as
construções maravilhosas
habitadas pelos
Espíritos, até que sua
alma ficasse deslumbrada
e esmagada ante o poder
que controlava tais
maravilhas. Com o
coração sentindo a
necessidade de
expandir-se, caído no
cansaço e na humilhação,
foi aí que ele pôde
reunir-se a alguns
habitantes e contemplar
a posição em que se
havia colocado na Terra
e o que disso resultava
no mundo em que agora
estava. (Obra citada,
pp. 264 e 265.)
C. Há entre os Espíritos
alguma espécie de
hierarquia?
Sim. Há entre eles uma
hierarquia e uma
subordinação baseadas
nas qualidades
adquiridas e que nada
têm que ver com as
distinções terrenas.
(Obra citada, pág. 269.)
D. Há algum fundamento
na mitologia?
Sim. A mitologia está
inteiramente fundada
sobre as idéias
espíritas. Encontramos
nela, disse Kardec,
todas as propriedades
dos Espíritos, com a
diferença de que os
antigos os haviam
transformado em deuses.
(Obra citada, pág. 277.)
Texto para leitura
148. Outro sinal da
presença dos maus
Espíritos é a obsessão:
os bons Espíritos jamais
obsidiam; os maus se
impõem em todos os
momentos. (P. 258)
149. Passando as
comunicações espíritas
pelo controle das
considerações
precedentes,
reconheceremos
facilmente a sua origem
e poderemos destruir a
malícia dos Espíritos
enganadores, que só se
dirigem àqueles que se
deixam enganar. (P. 258)
150. Acrescente-se a
tudo isso que a prece é
poderoso auxílio: por
ela atraímos a
assistência de Deus e
dos bons Espíritos,
aumentando a nossa
própria força.
"Ajuda-te e o céu te
ajudará", disse
Jesus. (P. 259)
151. Um correspondente
de Boulogne envia uma
comunicação de Voltaire
extraída de uma obra do
juiz Edmonds, publicada
nos Estados Unidos. Na
comunicação, Voltaire
conversa com Wolsey,
célebre cardeal inglês
do tempo de Henrique
VIII. Dois médiuns
serviram para o diálogo.
(P. 262)
152. Confirmando que,
por ignorância, atacara
a religião cristã,
Voltaire lamenta não ter
conhecido em sua época o
Espiritismo e o muito
que poderia então ter
feito. (P. 263)
153. Descrente e
vacilante, sem ninguém
com quem pudesse
estabelecer relações,
foi assim que ele,
Voltaire, entrou no
mundo espírita. (P. 264)
154. A princípio,
conduzido longe das
habitações espirituais,
percorreu o espaço
imenso. A seguir,
foi-lhe permitido ver as
construções maravilhosas
habitadas pelos
Espíritos, até que sua
alma ficasse deslumbrada
e esmagada ante o poder
que controlava tais
maravilhas. (P. 264)
155. Com o coração
sentindo a necessidade
de expandir-se, caído no
cansaço e na humilhação,
foi aí que ele pôde
reunir-se a alguns
habitantes e contemplar
a posição em que se
havia colocado na Terra
e o que disso resultava
no mundo espírita. (PP.
264 e 265)
156. Uma revolução
completa ocorreu em todo
o seu ser, e, de mestre
que era, tornou-se o
mais ardente dos
discípulos. Via então
quão grandes tinham sido
os seus erros e quão
maior devia ser a
reparação, para expiar
tudo quanto tinha feito
ou dito para seduzir e
enganar a Humanidade.
(P. 265)
157. Lamentei
profundamente -- diz ele
-- as opiniões que
expendi e que desviaram
muita gente; mas, ao
mesmo tempo, é penetrado
de gratidão ao Criador,
o infinitamente sábio,
que sinto ter sido um
instrumento para
auxiliar os Espíritos
dos homens a voltar-se
para o exame e o
progresso. (P. 265)
158. No fim da batalha
de Solferino desabou uma
violenta tempestade, que
fez com que muitos
soldados austríacos se
salvassem. Um militar da
Itália, que presenciou o
fenômeno, evocado por
Kardec, diz que a
tempestade foi provocada
por vontade de Deus,
exatamente com esse
objetivo. (P. 268)
159. Os Espíritos não
levam em conta as
distinções terrenas, que
nada valem entre eles,
mas há entre eles uma
hierarquia e uma
subordinação, baseadas
nas qualidades
adquiridas. (P. 269)
160. O Espírito do
General Hoche informa
que irá reencarnar em
Mercúrio, um mundo
moralmente inferior à
Terra, em que os
habitantes são mais
materializados do que os
que vivem em nosso
planeta. (P. 270)
161. O mesmo General
conta que, a partir do
momento em que
desencarnou, visitou a
Terra inteiramente,
aprendendo as leis que
Deus emprega para
conduzir todos os
fenômenos que contribuem
para a vida terrena. Em
seguida, fez o mesmo em
outros mundos. (P. 270)
162. A Revue traz uma
comunicação dada pelo
Espírito do Sr. J...,
negociante no
departamento de La
Sarthe, morto em 1859,
que, além de ter feito
um estudo sério do
Espiritismo, era um
homem de bem e de uma
caridade sem limites.
Seu momento de despertar
nada teve de penoso. "Eu
me sentia alegre e
disposto, como se
tivesse respirado um ar
puro ao sair de uma sala
cheia de fumaça",
informou o Sr. J... (PP.
272 e 273)
163. A Mitologia -- diz
Kardec -- está
inteiramente fundada
sobre as idéias
espíritas; encontramos
nela todas as
propriedades dos
Espíritos, com a
diferença de que os
antigos os haviam
transformado em deuses.
(P. 277)
164. Kardec fala do lar
da Sra. G..., viúva, com
4 filhos, dos quais o
mais velho conta 17 anos
e a caçula, 6. Reunidos
pela crença espírita, a
família continuou unida
mesmo com a morte do pai
que, pressentindo seu
fim próximo, reuniu os
filhos e lhes deu um
comovente conselho, cujo
final termina assim:
"Que a paz, a concórdia
e a união reinem entre
vós; que jamais o
interesse vos separe,
porque o interesse
material é a maior
barreira entre a Terra e
o Céu". (PP. 278 e
279)
165. Alimentadas nas
idéias espíritas, essas
crianças não se
consideram separadas do
pai, e, uma noite por
semana, e às vezes mais,
é consagrada a conversar
com ele. (P. 279)
166. Kardec critica o
título dado pelo Sr.
Mathieu, antigo
farmacêutico do
Exército, a uma obra em
que trata de fatos de
escrita direta. Mathieu
chamou-a de "Um
Milagre". Ora, diz
Kardec, o milagre é uma
derrogação das leis da
Natureza, o que não se
pode dizer da escrita
direta. (P. 281)
167. Prosseguindo seu
artigo, Kardec fala
sobre levitação -- a
suspensão etérea de
corpos sólidos --, um
fato demonstrado e
explicado pelo
Espiritismo e do qual
foi ele testemunha
ocular. (P. 283)
168. Outro fenômeno por
ele citado, que se
enquadra também na ordem
das coisas naturais, é o
da aparição, bastante
freqüente e
perfeitamente explicado
pela Ciência Espírita.
(P. 283)
169. A Revue publica
sentença do Tribunal
Correcional de Douai, de
27-8-1859, em que os
toques e os passes
magnéticos foram
reconhecidos pela Corte.
Kardec critica, porém,
os peritos por sua
ignorância a respeito do
magnetismo e do
sonambulismo natural.
(PP. 287 e 288)
(Continua no próximo
número.)