FRANCISCO REBOUÇAS
costareboucas@ig.com.br
Niterói, Rio de
Janeiro (Brasil)
Teologias e
disparates
O termo “Teologia”
é definido pelo
dicionário da língua
portuguesa como:
s.f. Doutrina
acerca das coisas
divinas; doutrina da
religião cristã;
doutrina; coleção de
obras teológicas de
um autor.
É sobre essa última
definição para a
palavra que me
reporto, quando
encontro tantas
maneiras distintas
de interpretação dos
ensinamentos
cristãos, pois na
hora de
teologizar,
discorrer sobre os
princípios
teológicos, é que se
dá a grande
discrepância que se
observa em diversas
matérias que são
encontradas na mídia
religiosa,
aparentemente
falando do mesmo
assunto, mas que, na
verdade, são
absolutamente
incompatíveis uns
com os outros.
Isso se verifica, em
virtude da
utilização da
Teologia de forma
unilateral,
exclusivista, que
leva invariavelmente
ao “fanatismo
religioso”.
Quase sempre, o
Teólogo, aquele que
é versado em
Teologia e sobre ela
escreve, nem sempre
tem o necessário
cuidado em respeitar
o conhecimento e a
interpretação de
outros estudiosos,
das diversas
correntes cristãs,
ou seja, se acha o
único detentor da
verdade sobre as
mensagens contidas
no Evangelho de
Jesus.
E, quase sempre,
para se imporem com
suas TEOMANIAS;
“espécie de
loucura, em que o
doente se julga Deus
ou por ele
inspirado”,
esmeram-se em
apresentar termos
técnicos de
complicado
entendimento para os
seus ouvintes,
normalmente pessoas
incultas, de forma
eloqüente e
fantasiosa, para
passar uma visão de
que são profundos
conhecedores do
assunto sobre o qual
discorrem e que na
maioria das vezes
fere a ética e a
moral da verdadeira
mensagem cristã.
Utilizam-se das
interpretações
pessoais, eivadas de
vaidade e
profundamente
fanatizadas, para
interpretarem ao pé
da letra inúmeras
passagens bíblicas,
que não seriam
admitidas como obra
de um homem de bem,
mas que eles reputam
a Deus, Pai e
criador de tudo,
como se a perfeição
absoluta fosse
passível de cometer
tamanhos absurdos
contra sua própria
criação.
Alguns desses
Teomaníacos
chegam a afirmar que
o pecado causa
sofrimento a Deus, o
que é simplesmente
um absurdo erro
teológico, pois as
Leis de Deus não
foram feitas para
sua punição ou,
melhor dizendo, para
o reajustamento do
que é perfeito e sim
para o que precisa
de reparação, e,
sendo Leis adequadas
ao mundo de provas e
expiações como o
nosso planeta, não
teriam a menor
validade para os
seres em adiantado
estado de pureza
espiritual, não mais
sujeitos às
intempéries da
matéria grosseira da
qual somos
portadores; imagina
sobre o seu próprio
elaborador!
Têm Deus como se
humano fosse, e por
isso lhe atribuem
coisas que não
passam de situações
humanas no mundo
material como o
nosso, e se esquecem
ou não sabem
que Deus não está
vulnerável às
adversidades a que
estamos submetidos
por nossa absoluta
falta de obediência
à Lei Maior de amor
e caridade, não
sendo, por isso
mesmo, admissível
que Deus, a Suprema
Perfeição, possa
estar submetido ou
passível às Leis que
regem os destinos
dos seres humanos.
Talvez o erro mais
terrível e grosseiro
cometido pelos
pseudo-sábios seja
justamente o de
interpretarem as
escrituras ditas
“Sagradas” como
sendo literalmente a
palavra de Deus, sem
levarem em conta que
um Ser,
absolutamente
perfeito em tudo,
não poderia se
manifestar de forma
tão imperfeita,
grosseira, e até
incentivando o crime
e o desamor, o que
só se pode atribuir
a manifestações de
Espíritos humanos
ignorantes e
imperfeitos, e que
jamais poderíamos
aceitar como sendo
palavras de Deus.
O Espiritismo é
visto por esses
entendidos em “escrituras
sagradas” como
uma grande ameaça
aos seus postos de
Pastores do
Senhor, a
infundir nas mentes
atrasadas seus
conceitos
dogmáticos,
exclusivistas,
fanáticos, não
aceitando que os
Espíritos Superiores
sejam capazes de se
manifestarem aos
homens, não obstante
viverem apregoando
aos quatro cantos da
Terra os poderes de
Satanás, que
seria um adversário
de Deus em todos os
tempos, e que nem o
próprio Deus pôde
dar jeito nele, e
vive às turras na
infindável disputa
contra o Gênio do
mal.
O Espiritismo vem
aclarar a mente de
todos os seus
adeptos,
descortinando o véu
da ilusão
colocado
propositadamente
para que não se
possa conhecer a
verdade divina, como
se a verdade pudesse
ser privilégio de
alguns escolhidos
por esse mesmo Deus
que, além de tudo,
seria imparcial;
esclarecendo-nos que
tanto os Espíritos
imperfeitos quanto
os Espíritos bons
nos influenciam
diariamente e podem
perfeitamente
comunicar-se
conosco.
O Codificador do
Consolador
Prometido, o nobre
Espírito Allan
Kardec, nada alterou
nos conceitos
trazidos pela
Bíblia. Como Jesus
há 2008 anos não
veio destruir as
Leis Mosaicas, assim
também o Espiritismo
só veio para
explicar de forma
muito mais clara e
inteligível as
verdadeiras palavras
de Jesus, trazendo
ao homem os
conhecimentos sobre
o Espírito Imortal
que todos somos, de
onde viemos e para
onde nos
destinamos.
O Espiritismo nos
assevera que “fora
da caridade não há
salvação”, e a
caridade verdadeira
engloba o dever de
respeitar as
interpretações dos
nossos supostos
adversários, não nos
sendo facultado o
direito de difamar,
menosprezar ou mesmo
desprezar os irmãos
que ainda não se
beneficiaram da
sublime mensagem
espírita, e ao mesmo
tempo nos faz
compreender que
esses que nos
difamam, nos
caluniam, são, na
verdade, merecedores
de nossas preces e
de nossos sinceros
votos de que sigam
em paz, tendo em
Jesus sua melhor
companhia.
Já sabemos que
ELE resumiu
todas as Leis e os
Profetas em: “Amar a
Deus sobre todas as
coisas e ao próximo
com a si mesmo”, por
isso não devemos
entrar pelas tolas
provocações de quem
ainda não assimilou
a soberana mensagem
do nosso Mestre
Modelo e Guia: Jesus
de Nazaré.
Enquanto os ditos
líderes religiosos
optarem pela falsa
profecia, ensinando
doutrinas que
apregoam conceitos
arcaicos e
ultrapassados, para
manterem seus
seguidores a ferro e
fogo, as divisões
religiosas darão
ensinamentos
contrários à salutar
convivência do ser
humano com seu
semelhante,
aumentando a
discórdia e
dificultando a paz e
a concórdia. Mas,
aos poucos, com o
amadurecimento
espiritual do homem,
mais cedo ou mais
tarde, essas
aberrações estarão
deixando de fazer
parte da vida dos
cidadãos
esclarecidos do
porvir e essas
seitas religiosas
farão parte
simplesmente da
triste história
escrita pela
humanidade ignorante
que já não mais
existirá.
Que Deus nos ajude e
dê forças para
colaborarmos de
forma positiva,
fazendo o que nos
compete fazer, com
competência e boa
vontade, para que
mais cedo possamos
todos construir esse
futuro de paz,
harmonia e
felicidade.
Bibliografia:
Bueno, Francisco da
Silveira.
Dicionário da Língua
Portuguesa. MEC,
9ª Edição.
Kardec, Allan. O
Evangelho segundo o
Espiritismo,
FEB, 106 ed., Cap.
I, item 1 e Cap. XV,
item 8.
Kardec, Allan. A
Gênese, FEB, 37
ed., Cap.
I, item 58.