Nosso
Lar
André Luiz
(6ª Parte)
Damos
seqüência ao texto condensado do
livro "Nosso Lar", de
André Luiz, psicografado pelo médium
Francisco Cândido Xavier e
publicado pela editora da Federação
Espírita Brasileira, o qual deu
início à Série André Luiz.
Questões
preliminares
A.
Que é bônus-hora e para que
serve ele?
R.:
O bônus-hora foi definido por
André Luiz como sendo uma
espécie de ponto relativo a cada
hora de serviço em benefício da
comunidade. O bônus-hora exerce
na vida em "Nosso Lar"
um papel importante. Além de
permitir a aquisição de certas
utilidades necessárias aos
habitantes da colônia, constitui
um cabedal importante
indispensável aos que necessitam
interceder pelos familiares. (Nosso
Lar, cap. 13, págs. 76 a 78.)
B.
Em que condições André passou a
trabalhar em "Nosso
Lar"?
R.:
Ele foi admitido no trabalho, não
como médico, que fora na última
existência na Terra, mas como aprendiz,
e isso graças à intercessão de
sua mãe e às preces das pessoas
que ele, como médico, ajudara na
existência recém-finda. (Nosso
Lar, cap. 14, págs. 81 a 84)
C.
Que destino teve no plano
espiritual a família de André?
R.:
A mãe e sua irmã Luísa, que
desencarnara quando André era
criança, estavam muito bem, mas
seu pai, Laerte, se encontrava
havia doze anos no Umbral,
envolvido mentalmente por duas
desventuradas criaturas, a quem
fizera muitas promessas na Terra.
De igual forma, encontravam-se
também no Umbral suas irmãs
Clara e Priscila. (Nosso
Lar, cap. 16, págs. 91 e 92.)
D.
Como era a casa de Laura e quem
morava ali?
R.:
A casa de Laura, mãe de Lísias,
era bem graciosa. Cercada de
colorido jardim e dotada de um
ambiente simples e acolhedor,
possuía móveis quase idênticos
aos terrestres, alguns quadros de
sublime significação espiritual
e um piano de grandes
proporções, sobre o qual
repousava grande harpa talhada em
linhas nobres e delicadas. Nela
moravam, além de Lísias, duas
filhas, Iolanda e Judite, e uma
neta, Eloísa. (Nosso
Lar, cap. 17, págs. 96 a 99.)
Texto para
leitura
40.
Bônus-hora – Definido
por André Luiz como sendo uma
espécie de ponto relativo a cada
hora de serviço em benefício da
comunidade, o bônus-hora exerce
na vida em "Nosso Lar"
um papel importante. O caso da
mulher que, depois de seis anos em
"Nosso Lar", só
apresentava 304 bônus-hora, é
nesse sentido expressivo. Ela
queria ajudar os filhos encarnados
na Terra, mas lhe faltavam
condições efetivas e méritos,
porque todos os serviços que
Clarêncio lhe sugerira foram por
ela recusados. Tendo preferido, ao
trabalho, o descanso nos Campos de
Repouso, faltavam-lhe agora
bônus-hora suficientes para
interceder pelos parentes. (Cap.
13, pp. 76 a 78)
41.
O fracasso como médico –
André Luiz quis trabalhar como
médico na colônia, mas teve de
ouvir de Clarêncio duras
observações sobre as facilidades
que teve na Terra e seu fracasso
na medicina. Sua ação equivocada
na Terra não lhe dava, pois, o
direito de pleitear a mesma
função na colônia. (Cap. 14,
pp. 81 e 82)
42.
A oportunidade de ser aprendiz
– Clarêncio recordou-lhe,
porém, que nos quinze anos de
clínica ele havia proporcionado
receituário gratuito a mais de
seis mil necessitados e que 15
dentre os beneficiados oravam a
seu favor. Tais solicitações,
acrescidas da intercessão de sua
mãe, colaboraram para que ele
fosse admitido no trabalho, não
como médico, mas como aprendiz.
Ao ouvir essas palavras, pela
primeira vez André Luiz chorou de
alegria na colônia que o
abrigara. (Cap. 14, pp. 83 e 84)
43.
O encontro com a mãe –
Olhos arregalados de alegria,
André viu enfim sua mãe entrar
em seu quarto, de braços
estendidos. Abraços, beijos, os
mais sagrados transportes de
ventura espiritual, misturados a
lágrimas de mãe e filho,
envolveram a ambos. Depois de
conversarem bastante, ela,
ajeitando sua fronte em seus
joelhos, afagou-o de leve,
confortando-o à luz de santas
recordações. A presença
maternal constituía para André
infinito reconforto para o
coração. Vendo, porém, que ele
manifestava vontade de queixar-se
de seus sofrimentos, ela não
deixou e pediu-lhe que mudasse a
atitude mental. Suas palavras o
despertaram... Parecia que fluidos
vigorosos, partidos do sentimento
materno, vitalizavam-lhe o
coração. (Cap. 15, pp. 86 e 87)
44.
A família – A mãe
falou-lhe de seu pai, Laerte, que
se encontrava há doze anos no
Umbral, envolvido mentalmente por
duas desventuradas criaturas, a
quem fizera muitas promessas na
Terra. Laerte não conseguia
vê-la quando o visitava. Tendo
gasto muitos anos a fingir,
viciara de tal modo a visão
espiritual e restringira o padrão
vibratório, que agora se achava
só em companhia das relações
que cultivara irrefletidamente,
pela mente e pelo coração. As
irmãs Clara e Priscila também
viviam no Umbral, agarradas à
crosta da Terra. Apenas Luísa,
que desencarnou quando André era
pequeno, a auxiliava no amparo à
família. (Cap. 16, pp. 91 e 92)
45.
A casa de Laura –
Admitido como aprendiz em
"Nosso Lar", após
receber alta do tratamento
ministrado pelo médico Henrique
de Luna, André foi convidado a
morar em casa de Laura, mãe do
seu amigo Lísias. Uma pequena
caderneta, entregue por Clarêncio,
lhe daria direito de ingressar,
durante um ano, nos Ministérios
do Auxílio, da Regeneração, da
Comunicação e do Esclarecimento.
A casa de Laura era bem graciosa e
cercada de colorido jardim.
Ambiente simples e acolhedor,
possuía móveis quase idênticos
aos terrestres, quadros de sublime
significação espiritual e um
piano de grandes proporções,
sobre o qual repousava grande
harpa talhada em linhas nobres e
delicadas. Laura vivera em antiga
cidade do Estado do Rio de Janeiro
e na casa moravam, além de
Lísias, duas filhas, Iolanda e
Judite, e uma neta, Eloísa. (Cap.
17, pp. 96 e 97)
46.
Livros e música –
Iolanda mostrou a André livros
maravilhosos. A arte fotográfica
naquele plano surpreendeu-o muito.
Um grande aparelho irradiava
música suave. Era o louvor do
momento crepuscular. No fundo
surgiu o mesmo quadro da
Governadoria, que ele não se
cansava de contemplar todas as
tardes, no parque hospitalar.
(Cap. 17, pp. 98 e 99)
47.
Hora da refeição –
Após a oração, Laura serviu um
caldo reconfortante e frutas
perfumadas, que mais pareciam
concentrados de fluidos
deliciosos. Explicou-se então que
todos os Ministérios em
"Nosso Lar" valiam-se da
alimentação, diferindo apenas a
feição substancial. Na
Comunicação e no Esclarecimento
havia enorme dispêndio de frutos.
Na Elevação, o consumo de sucos
e concentrados não era pequeno. E
na União Divina, os fenômenos de
alimentação atingiam o
inimaginável. (Cap. 18, pp. 100 e
101)
48.
A neta desencarnada –
Eloísa, neta de Laura,
desencarnada há poucos dias,
estava ainda em processo de
recuperação, visto que viera do
Umbral, onde estivera por quinze
dias, diretamente para a casa de
Laura. Ela alimentava-se a sós,
porquanto continuava nervosa e
abatida. Laura explicou a André
que não se deve trazer à mesa
qualquer pessoa que se manifeste
perturbada ou desgostosa. A
neurastenia e a inquietação
emitem fluidos pesados e
venenosos, que se misturam
automaticamente aos alimentos. A
neta chorava ainda muito e Laura
lhe dava conselhos diretos e muito
francos sobre o noivo que ficara e
que já estava namorando Maria da
Luz, amiga de Eloísa. (Cap. 19,
pp. 107 a 109)
Frases e
apontamentos importantes
LXXIV.
Em família, isolamo-nos
freqüentemente no cadinho do
sangue e esquecemos o resto das
obrigações. Vivemos distraídos
dos verdadeiros princípios de
fraternidade. (Lísias, cap. 23,
pág. 128)
LXXV.
Tal como na Terra, em "Nosso
Lar" os que se afinam
perfeitamente entre si podem
permutar pensamentos, sem as
barreiras idiomáticas; mas, de
modo geral, não podemos
prescindir da forma, no lato
sentido da expressão. (Lísias,
cap. 24, pp. 132 e 133)
LXXVI.
A humanidade carnal, como
personalidade coletiva, está nas
condições do homem insaciável
que devorou excesso de
substâncias no banquete comum. A
crise orgânica é inevitável.
Nutriram-se várias nações de
orgulho criminoso, vaidade e
egoísmo feroz. Experimentam,
agora, a necessidade de expelir os
venenos letais. (Lísias, cap. 24,
pág. 135, falando sobre a
iminência da 2a Guerra Mundial)
LXXVII.
A curiosidade, mesmo sadia, pode
ser zona mental muito
interessante, mas perigosa, por
vezes. (Laura, cap. 25, pág. 137)
LXXVIII.
Ao invés de albergar a
curiosidade, medite no trabalho e
atire-se a ele na primeira
ocasião que se ofereça. Aprenda
a construir o seu círculo de
simpatias e não olvide que o
espírito de investigação deve
manifestar-se após o espírito de
serviço. (Laura, cap. 25, pág.
138)
LXXIX.
Muitos fracassos, nas
edificações do mundo,
originam-se de semelhante
anomalia. Todos querem observar,
raros se dispõem a realizar.
Somente o trabalho digno confere
ao espírito o merecimento
indispensável a quaisquer
direitos novos. (Laura, cap. 25,
pág. 138)
LXXX.
Não se considere humilhado por
atender às tarefas humildes. Na
Terra, o maior trabalhador é o
próprio Cristo e Ele não
desdenhou o serrote pesado de uma
carpintaria. (Laura, cap. 25,
pág. 138)
LXXXI.
A ciência de recomeçar é das
mais nobres que nosso espírito
pode aprender. São muito raros os
que a compreendem na crosta.
Lembremos, contudo, o exemplo de
Paulo de Tarso, que voltou, um
dia, ao deserto para recomeçar a
experiência humana, como tecelão
rústico e pobre. (Laura, cap. 25,
pág. 139)
LXXXII.
Trabalhe para o bem dos outros,
para que possa encontrar seu
próprio bem. (Laura, cap. 25,
pág. 140)
LXXXIII.
Quando o discípulo está
preparado, o Pai envia o
instrutor. O mesmo se dá,
relativamente ao trabalho. Quando
o servidor está pronto, o
serviço aparece. (Genésio, cap.
26, pág. 143)
LXXXIV.
Nos círculos carnais, costumamos
felicitar um homem quando ele
atinge prosperidade financeira ou
excelente figuração externa;
mas, aqui a situação é
diferente. Estima-se a
compreensão, o esforço próprio,
a humildade sincera. (Genésio,
cap. 26, pág. 144)
LXXXV.
Por que teria o Ribeiro piorado
tanto? O Assistente Gonçalves
esclareceu que a carga de
pensamentos sombrios emitidos
pelos parentes encarnados era a
causa fundamental desse agravo de
perturbação. (Uma ajudante a
Tobias, cap. 27, pág. 147)
LXXXVI.
O homem encontra na vida real o
que amontoou para si mesmo. Nosso
Ribeiro deixou-se empolgar por
numerosas ilusões. (Tobias, cap.
27, pág. 148)
LXXXVII.
Os contrabandistas na vida
eterna são todos aqueles que
acreditam que as mercadorias
propriamente terrestres têm o
mesmo valor nos planos do
Espírito. supõem que o prazer
criminoso, o poder do dinheiro, a
revolta contra a lei e a
imposição dos caprichos
atravessarão as fronteiras do
túmulo e vigorarão aqui também.
São negociantes imprevidentes.
Esqueceram-se de cambiar as posses
materiais em créditos
espirituais, não se animaram a
adquirir os valores da
espiritualidade. Temos então os
milionários das sensações
físicas transformados em mendigos
da alma. (Tobias, cap. 27, pp. 149
e 150)
LXXXVIII.
Os crentes negativos são os que,
ao invés de aceitarem o Senhor,
eram vassalos intransigentes do
egoísmo; ao invés de crerem na
vida, no movimento, no trabalho,
admitiam somente o nada, a
imobilidade e a vitória do crime.
Converteram a experiência humana
em constante preparação para um
grande sono e, como não tinham
qualquer idéia do bem, a serviço
da coletividade, não há outro
recurso senão dormirem longos
anos, em pesadelos sinistros. (Tobias,
cap. 27, pág. 150) (Continua
no próximo número.)