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“Cada um contribua,
segundo propôs em seu
coração; não com
tristeza ou por
necessidade, porque
Deus ama o que dá com
alegria.”
Paulo (2ª Epístola aos
Coríntios, cap. 9,
versículo 7.) |
Estávamos eu e um amigo
conversando dia desses
sobre o comportamento que
devemos demonstrar a quem
chega ao nosso ambiente
espírita, e, por
“coincidência”, tínhamos a
mesma opinião, que penso
ser a da grande maioria de
nossos companheiros de
ideal espírita, não apenas
no ambiente de nossa
instituição, mas no
movimento espírita em
geral, de que é de suma
importância sabermos
recepcionar os que chegam
às dependências de nossas
casas espíritas geralmente
carregando enormes
preocupações e variados
problemas, ávidos por uma
mão amiga estendida em sua
direção.
Porém, o que constatamos
quase que comumente é que
não é assim que se
processa essa relação
entre quem chega e quem lá
já está, pois não foram
poucas as vezes em que
particularmente tive a
oportunidade de constatar
tal comportamento, e, em
diversas casas, entrei e
saí sem que alguém tenha
tido a boa vontade de se
dirigir a mim, e não notei
qualquer traço de alegria
ou otimismo no semblante
dos companheiros que lá
sei que laboram, pois
alguns já nos são
conhecidos sem que
tenhamos com eles qualquer
vínculo maior de
intimidade; em muitas
dessas instituições pude
até mesmo notar a
fisionomia carrancuda em
muitos desses confrades, e
a ausência do calor humano
e da saudação tão
simpática de boas-vindas
por parte desses
tarefeiros em suas
instituições, o que também
me foi confidenciado pelo
amigo que comigo trocava
experiências e me disse
mesmo que estava muito
preocupado com a ausência
de sorrisos e de calor
humano no interior das
instituições espíritas.
Ficamos então
confabulando; se nossa
Doutrina é portadora de
mensagem tão otimista,
trazendo nova luz para a
compreensão da vida
enquanto encarnados,
derramando o perfume da
misericórdia divina em
nossos caminhos,
assegurando-nos que
seguimos ao encontro da
felicidade e da perfeição,
por que é que há tanta
gente carrancuda e às
vezes até de semblante tão
triste dentro das
instituições espíritas?
É notório que em várias
casas espíritas muitos dos
seus dirigentes e
trabalhadores, a título de
manter a seriedade
doutrinária no ambiente
espírita, esquecem-se do
bom humor, da simpatia, do
calor humano etc., como se
o modo carrancudo de se
mostrar fosse sinônimo de
seriedade, disciplina e
respeito doutrinário, como
se as atividades
desenvolvidas em uma casa
espírita solicitassem um
ambiente de pessimismo,
dor e sofrimento.
Entendemos que, ao
contrário, o ambiente de
uma casa espírita, por ser
justamente um oásis de
bênçãos espirituais, onde
vamos renovar nossas
energias trocando as
malsãs pelas vitalizantes
cheias de saúde, deve ser
desfrutado como um momento
de renovação e crescimento
moral e espiritual que a
todos beneficia, pois é
verdadeiramente uma usina
jorrando um manancial
incalculável de benesses
que nos envolvem e nos
fazem sentir uma paz
interior e um bem-estar
que não encontramos em
outros ambientes.
Precisamos estar atentos
para o fato de que quem se
decide por procurar um
centro espírita quase
sempre está com
dificuldades, ou
encontra-se desanimado e
busca um amparo um
lenitivo para suas
angústias interiores, pois
está de alguma forma
necessitado e sofrendo.
Mesmo que não tenha sido o
sofrimento o motivo de seu
comparecimento a nossas
casas espíritas, e sim o
fato de desejar apenas
conhecer a doutrina
espírita, nossa
responsabilidade não
diminui, pois, se não veio
movido pelo sofrimento,
vem em busca de
esclarecimentos para as
dúvidas que o atormentam,
como a finalidade de sua
criação, seu destino, o
que lhe acontecerá depois
da morte etc., dúvidas
estas que só a doutrina
espírita é capaz de
esclarecer; mas, se
estivermos com uma postura
sisuda, de mau humor,
fechados, desatentos, e
sem a luz cativante de um
sorriso, estaremos
contribuindo para
influenciá-lo de forma
negativa, decepcionando-o
ou, em muitos casos, até
mesmo piorando a sua
situação.
Esse comportamento milenar
mantido pelo atavismo
judaico-cristão de um
passado que precisa ser
esquecido, associado com a
idéia equivocada de que o
sofrimento é enobrecedor,
está errado e
completamente
ultrapassado, e quem assim
procede, optando pelo
comportamento sisudo, em
detrimento do natural
sorriso do cristão feliz,
precisa urgentemente
estudar a doutrina que
consola esclarecendo e
esclarece consolando, nos
dando motivos de alegria e
contentamento que deve ser
transmitido de forma
natural a tantos quantos
ainda não descobriram
quanto é bom ser espírita.
Por essa razão, somos
defensores da teoria de
que jamais devemos
esquecer o mais belo modo
de se dizer: “Seja muito
bem-vindo” a quem adentra
os portais das nossas
instituições espíritas,
visto que é o sorriso
espontâneo que demonstra
quanto a doutrina espírita
nos conforta e alegra,
pois nada mais contagiante
e animador do que ser
recebido com um sorriso e
com o calor humano onde
quer que cheguemos pela
primeira vez, maneira essa
que nos transforma e faz
bem.
O homem não é uma máquina
sem sentimentos, somos,
sim, todos nós seres
humanos carentes de afeto,
particularmente enquanto
encarnados; e o papel do
Espiritismo é
primeiramente consolar e
depois esclarecer. Temos,
dessa forma, o compromisso
de nos empenhar no
trabalho de transformar o
mundo para melhor na
medida de nossas forças e
possibilidades como
co-criadores que somos em
incessante caminhada para
a luz.
O otimismo atrai coisas
boas, alegres, enquanto a
sisudez atrai
negatividade, tristeza
etc., e mais, sorrir
sempre nos propicia saúde
e nos rejuvenesce as
células biológicas,
proporcionando a quem
sorrir muito mais
equilíbrio emocional e paz
de espírito, contagiando e
modificando para melhor o
ambiente em que se
movimenta.
É sabido por todos que a
casa espírita detém um
papel de fundamental
importância na vida da
comunidade em que está
inserida, como fonte
irradiadora da luz
celestial, e somos todos
nós os tarefeiros que as
representamos com nossa
postura, a lâmpada a
irradiar em todas as
direções essas nobres
energias.
O sorriso no rosto de cada
tarefeiro espírita
representa a luz da
mensagem espírita acesa,
iluminando o ambiente de
nossas instituições, e
quanto mais sorrisos, mais
claridade e paz, pois
sisudez nunca foi sinônimo
de seriedade, ou de
fidelidade doutrinária, e
jamais será sinal de
evolução espiritual.
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