Quando em vez
aparece algum detrator do
Espiritismo, perguntando o porquê
de não se fazer programas na TV
para mostrar os fenômenos mediúnicos,
submetendo os médiuns que
comparecessem ao programa à
minuciosa análise de
especialistas.
O mais famoso
dos questionadores, que os céticos
intitulam "debunkers" (desenganadores),
é o mágico e ilusionista James
Randi. A James Randi Educational
Foundation, instituição que
dirige e leva seu nome, oferece um
milhão de dólares a qualquer um
que demonstre "evidência de
evento paranormal, sobrenatural ou
de poderes ocultos", sob
condições que sejam aceitas por
ambas as partes. A ausência de
voluntários para tais programas
ou comprovações, alegam eles,
demonstra que os fenômenos espíritas
são uma farsa. Vejamos se tal
conclusão é válida, à luz do
Espiritismo.
Como nos ensina
a Codificação, os Espíritos
bons e sábios não estão
sujeitos às nossas exigências
nem são atores em busca de
aplausos ou elogios. Eles vêm em
nosso auxílio tão-somente quando
os ideais que norteiam nossos
trabalhos são puros e sinceros,
voltados para o auxílio ao próximo
através da caridade ou da
pesquisa dirigida ao bem. Todos os
médiuns ostensivos que foram
estudados pela ciência sob condições
rigorosas, mas de forma honesta e
imparcial, tiveram comprovadas as
suas faculdades. Sempre que médiuns
ostensivos foram estudados de
forma leviana, sensacionalista ou
tendenciosa, relatou-se a ocorrência
de fraude. O entendimento espírita
acima descrito tem sido, portanto,
plenamente comprovado.
Se a grande mídia
desejasse, com sinceridade,
investigar os fenômenos mediúnicos
sérios, já teria suscitado, há
muito tempo, uma guinada na direção
da humanidade. Mas não. A grande
imprensa tem interesse comercial
como qualquer negócio fazendo com
que o que mais conte para ela é
vender tempo de audiência ou
tiragem de impressão, nessa
desenfreada e insana corrida ao
lucro financeiro e ao resultado
imediato, que é a marca de nosso
atual sistema de vida. O próprio
desafio do James Randi mostra
quanto o renomado mágico ignora
das questões espirituais. Nenhum
ser humano sério, dedicado ao
bem, seja ele médium ou não, está
em busca de fortuna pessoal. Se
James Randi quisesse mesmo
comprovar a verdade ou a farsa dos
eventos que ele chama de
sobrenaturais, ele viajaria, por
exemplo, à Índia e moraria um
tempo com Sai Baba. Com seu largo
conhecimento dos truques
ilusionistas, ele rapidamente
reconheceria se o conhecido
mensageiro do bem estivesse se
utilizando de um deles. Se não
quisesse ir tão longe, teria
vindo ao Brasil conhecer o Chico,
conviver com ele nos longos anos
em que esteve entre nós ou iria
hoje a Salvador, acompanhar o
dia-a-dia do Divaldo. Gastaria
muito menos que um milhão de dólares
e teria a comprovação do que
afirma não existir.
Os produtores
de TV ficariam maravilhados se
pudessem mostrar materializações
ou desmaterializações ao público,
pois somente esses fenômenos físicos
"maravilhosos" venderiam
tempo de audiência. Mas como obtê-los,
sob a poderosa luz dos holofotes e
na vibração desarmônica de um
ambiente de filmagem
sensacionalista? Ainda assim,
mesmo se fosse possível trazer de
volta um Carmine Mirabelli ou um
Daniel Dunglas Home, com suas
ostensivas mediunidades de efeitos
físicos, e eles concordassem em
dar um show na TV, os produtores
do programa que o mostrasse
poderiam, como já o fizeram
outras vezes, desencavar obscuros
"especialistas" para
encerrar a matéria, explicando os
fenômenos nos mínimos detalhes
segundo a ótica materialista e
ridicularizando a interpretação
racional que o Espiritismo
oferece. Aos assistentes ficaria a
última impressão. Não é por
shows na TV que a mediunidade será
comprovada.
Para concluir
este pequeno estudo, propomos uma
reflexão. Se espetáculos
maravilhosos fossem suficientes
para conduzir Espíritos
ignorantes para o caminho do bem,
teria o Senhor Jesus sido
crucificado? Teriam tantos mestres
evoluídos sido esquecidos pela
humanidade? Não; quem não
consegue enxergar a mão sutil do
Divino Criador nos delicados e
inteligentes processos da
natureza, não irá mudar o curso
de sua vida por causa de um
programa de TV que demonstre que
os fenômenos espíritas existem.
Tudo tem seu tempo e aqueles que
hoje combatem o Espiritismo e
ridicularizam os fenômenos espíritas,
um dia nascerão médiuns
ostensivos e aprenderão pela dor
o que hoje se recusam a aprender
pelo amor, como tantas vezes já
ocorreu conosco no passado e ainda
ocorre quando em vez.