A vida nos
ensina, e muito. É apenas uma
questão de observação pura e
simples.
Não sou
partidário de muitos ditos
populares, mas, no que concerne à
existência, não há como
contestar este: "A maior
escola do mundo é a própria
vida".
Isso faz
lembrar uma peça teatral que
ficou por muitos anos em cartaz,
circulando por vários estados
brasileiros e que tinha exatamente
este título: "A teoria, na
prática, é diferente".
De fato, tanto
os bancos escolares não retratam
a vida, na sua prática, como a
teoria, na sua aplicação, não
tem muito a ver. Pode parecer
estranho, num primeiro momento,
mas, na verdade, não é nos
bancos escolares que cada um vai
aprender os ensinamentos que a
vida e somente a vida oferece. E,
por outro lado, tudo o que se
aprende na teoria, e diga-se aqui
nos bancos de qualquer nível
escolar, há que se ter muita
cautela para colocá-la em
prática.
E de
conformidade com esse mesmo campo
visual, onde todos nos
encontramos, chegamos à triste
conclusão de que projetar,
idealizar ou pregar é
infinitamente mais cômodo e
fácil que construir, materializar
ou agir. Claro e evidente que isso
vale também e especialmente para
nós, e não só para os outros,
em relação à nossa ótica.
Quantos
companheiros do caminho não
dedicam seu precioso e divino
tempo na orientação e pregação
do Evangelho aos outros?
Quantos
seguidores do Cristo, na teoria,
não estão distantes do
exercício prático de seus
exemplos, agindo espontaneamente
com amor, dedicação,
respeito?...
Quantos de nós
não se apresentam com exuberante
verniz superficial, mascarando a
realidade e transparecendo o que
não são?
Numa
representação, quando se está
simbolicamente participando de
encenação, num palco ou fora
dele, qualquer empenho na
dramaticidade do papel será
altamente louvado, mas esse nosso
envolvimento com a vida terrena é
verdadeiro e se reveste de digna
oportunidade de redenção, coisa
que pouca gente sabe.
Leopoldo Fróis,
a glória do teatro brasileiro, em
uma de suas mensagens a Chico
Xavier, assim se manifestou:
"Eis-me pois, amigo, nestas
páginas, que estimularão entre
as pessoas sensatas a certeza da
sobrevivência da Alma. Não tenho
qualquer mensagem valiosa a
enviar-lhe. Digo-lhe apenas,
usando a experiência pessoal que
o tempo hoje me confere, que esse
mundo é, realmente, um grande
teatro. Represente o seu papel com
serenidade e firmeza, e, decerto,
você receberá tarefa mais
importante no ato seguinte".
O símbolo
maior do Cristianismo, irradiado
na figura de Jesus, não deixou
passar despercebido o fato de que
as pessoas, e já naquele tempo,
procuravam mostrar na aparência o
que de fato não eram. Em Mateus,
23: 28: "Assim também vós
exteriormente pareceis justos aos
homens, mas por dentro estais
cheios de hipocrisia e de
iniqüidade".
Contudo, esse
quadro visível e muito possível
em qualquer setor da vida, pode, a
qualquer momento, sofrer
alteração em seu percurso.
Como todo
procedimento, essa medida,
também, depende exclusivamente de
nós, de nosso livre-arbítrio.
É somente uma
questão de fazer ou deixar de
fazer. Por que não hoje?