MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
Nosso
Lar
André Luiz
(8ª Parte)
Damos
seqüência ao texto condensado do
livro "Nosso Lar", de
André Luiz, psicografado pelo médium
Francisco Cândido Xavier e
publicado pela editora da Federação
Espírita Brasileira, o qual deu
início à Série André Luiz.
Questões
preliminares
A. Os
bônus-hora não aplicados podem
ser transmitidos aos filhos?
R.: As
economias em bônus-hora revertem
ao patrimônio comum quando o
Espírito regressa à crosta em
nova encarnação. A família tem
apenas o direito de herança ao
lar, mas a ficha de serviço
autoriza o Espírito com crédito
de bônus-hora a interceder por
outras pessoas, além de
assegurar-lhe o auxílio da
colônia durante sua permanência
nos círculos carnais. (Nosso
Lar, cap. 22, págs. 120 a 124.)
B. Qual a
função da televisão na colônia?
R.: André Luiz
faz referência, no livro em
estudo, à emissora do Posto Dois,
de "Moradia", velha
colônia de serviços, ligada às
zonas inferiores. Era agosto de
1939 e a emissora apelava pela paz
no planeta, informando que negras
falanges da ignorância, depois de
espalhar os fachos incendiários
da guerra na Ásia, cercavam as
nações européias,
impulsionando-as à guerra. Além
das notícias, a TV transmitia
músicas suaves, entre um e outro
apelo em favor da paz, cumprindo
assim um papel importante na
manutenção do equilíbrio na
Colônia. (Nosso Lar, cap. 23 e
24, págs. 127 a 135.)
C. Pode um
Espírito ser perturbado pelos
familiares encarnados?
R.: Sim. A
carga de pensamentos sombrios,
emitidos pelos parentes
encarnados, é a causa fundamental
da perturbação de muitos
Espíritos situados na
erraticidade. (Nosso Lar, cap.
27, págs. 146 a 148.)
D. Que efeito
pode o ódio causar sobre os
Espíritos?
R.: O ódio e o
desentendimento causam ruína e
sofrimento nas criaturas
encarnadas ou desencarnadas. O
indivíduo que odeia fica com o
semblante endurecido e imune às
sugestões do bem advindas dos
protetores espirituais. O ódio,
como sabemos muito bem hoje em
dia, causa doenças. (Nosso
Lar, cap. 30, págs. 163 a 167.)
Texto para
leitura
53. Bônus-hora
– O bônus-hora não é uma
moeda, mas uma ficha de serviço
individual, que funciona como
valor aquisitivo. A produção de
vestuário e alimentação
elementares pertence a todos em
comum. O celeiro fundamental é
propriedade coletiva. Os que se
esforçam na obtenção de
bônus-hora conseguem, no entanto,
certas prerrogativas na comunidade
social. Cada habitante da colônia
deve dar, no mínimo, oito horas
de serviço útil em cada 24
horas. Como os trabalhos são
numerosos, permite-se que o
trabalhador dedique por dia quatro
horas de esforço extraordinário.
Assim, há muita gente que
consegue 72 bônus-hora por
semana, sem falar dos serviços
sacrificiais, cuja remuneração
é duplicada e, às vezes,
triplicada. O padrão de pagamento
vale para todos, estejam na
administração ou na obediência,
mas modifica-se em valor
substancial, segundo a natureza
dos serviços. Há o
Bônus-Hora-Regeneração, o
Bônus-Hora-Esclarecimento, e
assim por diante. Os Espíritos
podem gastar os bônus-hora
conquistados, assim como
utilizá-los em benefício de
outros. Quanto maior a contagem do
tempo de trabalho, maiores
intercessões podem ser feitas.
(Cap. 22, pp. 120 e 121)
54. Herança
– As economias em bônus-hora
revertem ao patrimônio comum
quando o Espírito regressa à
crosta em nova encarnação. A
família tem apenas o direito de
herança ao lar, mas a ficha de
serviço autoriza o Espírito com
crédito de bônus-hora a
interceder por outras pessoas,
além de assegurar-lhe o auxílio
da colônia durante sua
permanência nos círculos
carnais. O verdadeiro ganho da
criatura é, assim, de natureza
espiritual, no capítulo da
experiência. Laura, por exemplo,
voltaria à Terra investida de
valores mais altos e demonstrando
qualidades mais nobres de
preparação para o êxito
desejado. (Cap. 22, pp. 123 e 124)
55. Compromisso
de paz na colônia – Grande
paz envolvia a colônia e Lísias
explicou o fato, dizendo que há
compromisso entre todos os
habitantes equilibrados da
colônia, no sentido de não se
emitirem pensamentos contrários
ao bem. Dessa forma, o esforço da
maioria se transforma numa prece
quase perene. Daí nascerem as
vibrações de paz que tanto
impressionaram André Luiz. (Cap.
23, pág. 127)
56. Televisão
em "Nosso Lar" –
Lísias sintonizou um aparelho de
televisão que transmitia
noticiário da Emissora do Posto
Dois, de "Moradia",
velha colônia de serviços, muito
ligada às zonas inferiores. Era
agosto de 1939 e a emissora
apelava pela paz no planeta,
informando que negras falanges da
ignorância, depois de espalhar os
fachos incendiários da guerra na
Ásia, cercavam as nações
européias, impulsionando-as à
guerra. Lísias explicou que as
notícias da Terra eram censuradas
em "Nosso Lar" em razão
dos prejuízos que as más
notícias já produziram nos
habitantes da colônia, quando a
comunicação era livre. (Cap. 23
e 24, pp. 127 a 132)
57. Guerra
iminente – Músicas suaves
eram transmitidas pela TV entre um
e outro apelo em favor da paz. Mas
a guerra, que acabou acontecendo e
durou vários anos, era iminente.
As nações haviam-se nutrido de
orgulho, vaidade e egoísmo feroz.
Agora experimentavam a necessidade
de expelir os venenos letais,
explicou Lísias a André Luiz.
(Cap. 24, pág. 135)
58. No
Ministério da Regeneração
– Rafael, funcionário da
Regeneração, conduziu André, de
aeróbus, ao Ministério em que
trabalhava. Numerosos edifícios
formavam o imponente órgão. Ali
estavam as grandes fábricas da
colônia, dedicadas à
preparação de sucos, de tecidos
e de artefatos em geral, onde mais
de cem mil criaturas trabalhavam.
Em seguida, a pedido do Ministro
Genésio, Tobias levou André às
Câmaras de Retificação,
localizadas nas vizinhanças do
Umbral. (Cap. 26, pág. 145)
59. O caso
Ribeiro – Nas Câmaras de
Retificação, o quadro era
desolador. Gemidos, soluços,
frases dolorosas pronunciadas a
esmo... Rostos escaveirados, mãos
esqueléticas, facies
monstruosas deixavam transparecer
terrível miséria espiritual. De
repente, um ancião, gesticulando
e agarrado ao leito, à maneira de
louco, gritou por socorro. Ele
queria sair, ele queria ar... Por
que Ribeiro teria piorado tanto? A
explicação do Assistente
Gonçalves foi de que a carga de
pensamentos sombrios, emitidos
pelos parentes encarnados, era a
causa fundamental dessa
perturbação. Fraco e sem força
mental para desprender-se dos
laços mais fortes do mundo,
Ribeiro não conseguia resistir.
Passes de prostração já tinham
sido aplicados, pouco antes, para
acalmar o enfermo. Tobias explicou
então que era preciso que a
família dele recebesse maior
carga de preocupações, para
deixar o Ribeiro em paz. (Cap. 27,
pp. 146 a 148)
60. Espíritos
em sono – Trinta e dois
homens de semblante patibular
permaneciam inertes em leitos
muito baixos, evidenciando apenas
leves movimentos de respiração.
Eram chamados crentes negativos:
indivíduos que converteram a vida
em preparação constante para um
grande sono, em egoísmo feroz,
sem nada de útil fazerem. Tobias
lhes aplicou passes de
fortalecimento. Dois Espíritos
começaram, então, a expelir
negra substância pela boca,
espécie de vômito escuro e
viscoso, com terríveis
emanações cadavéricas.
"São fluidos venenosos que
segregam", explicou Tobias.
André Luiz instintivamente
agarrou os apetrechos de higiene e
lançou-se ao trabalho com ardor.
Foi seu primeiro serviço e
ninguém poderia avaliar sua
alegria de um ex-médico da Terra
que recomeçava a educação de si
mesmo, no plano espiritual, na
enfermagem rudimentar. (Cap. 27,
pp. 150 e 151)
61. Comunicação
com o Umbral – Depois da
prece coletiva, ao crepúsculo,
Tobias ligou o receptor para ouvir
os Samaritanos em serviço no
Umbral. As turmas de operações
dessa natureza se comunicavam com
as retaguardas de tarefa, desse
modo, em horários convencionados.
Grande multidão de infelizes foi
socorrida naquele dia: os
Samaritanos estavam trazendo 29
enfermos, 22 em desequilíbrio
mental e 7 em completa inanição
psíquica. (Cap. 28, pág. 152)
62. O caso
Narcisa – André ofereceu-se
como voluntário para os serviços
da noite. Apesar da fadiga dos
braços, experimentava júbilo
muito grande no coração. Na
oficina de trabalho, servir
constitui alegria suprema.
Impressionava-o, porém, a bondade
espontânea de Narcisa, que
atendia a todos, maternalmente.
Havia mais de seis anos que ela
trabalhava nas Câmaras de
Retificação; entretanto,
faltavam mais de três anos para
realizar seu desejo, que era
encontrar alguns Espíritos
amados, na Terra, para serviços
de elevação em conjunto.
Veneranda prometeu-lhe avalizar
seu pedido, mas exigiu dez anos
consecutivos de trabalho ali, para
que ela pudesse corrigir certos
desequilíbrios do sentimento. Ela
era agora uma pessoa feliz, certa
de que viverá com dignidade
espiritual sua futura experiência
na Terra. (Cap. 28, pp. 154 a 156)
63. O caso
Francisco – O rapaz
desencarnara após um desastre
oriundo de pura imprudência.
Muito apegado ao corpo físico,
foi difícil libertar-se do
sepulcro. No plano espiritual
tinha agora visões que o
assustavam muito. Era o seu
próprio cadáver que ele via.
Passes e água magnetizada
faziam-lhe bem e ele se acalmava;
mas sua perturbação era tão
grande, que não reconheceu o
próprio pai, generoso e dedicado,
que o veio visitar. Da última vez
que ali esteve, o pai ajoelhou-se
diante do enfermo e tomou-lhe as
mãos, ansioso, como se estivesse
a transmitir vigorosos fluidos
vitais; depois beijou-lhe a face,
chorando copiosamente. Desde esse
dia, Francisco melhorou bastante e
sua demência total reduziu-se a
crises cada vez mais espaçadas.
(Cap. 29, pp. 158 a 160)
64. O caso Paulina – O
pai de Paulina encontrava-se
enfermo, no Pavilhão 5. Esbelta e
linda, Paulina trajava uma túnica
muito leve, tecida em seda
luminosa. O pai acusava
desequilíbrios fortes. De
fisionomia desagradável, olhar
duro, cabeleira desgrenhada, rugas
profundas, lábios retraídos,
inspirava mais piedade que
simpatia. Quando Paulina se
aproximou, o velho enfermo não
teve uma palavra de ternura para
ela. Com um olhar que evidenciava
aspereza e revolta, semelhava-se a
uma fera humana enjaulada. Ele
não podia esquecer o filho
Edelberto, que lhe ministrou o
veneno mortal... Seu ódio era
grande... Paulina lhe falou sobre
o papel da paternidade e a
necessidade do perdão. Disse-lhe
que a permuta de ódio e
desentendimento causa ruína e
sofrimento nas almas. A mãe
estava internada num hospício.
Amália e Cacilda entraram em luta
judicial com Edelberto e Agenor,
por causa dos bens deixados pelo
pai. Paulina disse-lhe então:
"Aqui, vemo-lo em estado
grave; na Terra, mamãe louca e os
filhos perturbados, odiando-se
entre si. Em meio de tantas mentes
desequilibradas, uma fortuna de um
milhão e quinhentos mil
cruzeiros. E que vale isso, se
não há um átomo de felicidade
para ninguém?" Depois de
descrever os malefícios que as
vantagens financeiras trouxeram
para sua família, a filha pediu
ao pai que perdoasse; mas ele se
mostrava ainda incapaz de esquecer
o gesto do filho que o matou para
entrar antecipadamente na posse da
herança. (Cap. 30, pp. 163 a 167)
Frases e
apontamentos importantes
CIV. Agora que
observava em "Nosso Lar"
vibrações novas de trabalho
intenso e construtivo, admirava-me
de haver perdido tanto tempo no
mundo em frioleiras de toda sorte.
(...) Reconhecia que nada criara
de sólido e útil no espírito
dos meus familiares. Tarde
verificava esse descuido. (André
Luiz, cap. 33, pág. 181)
CV. Quem
atravessa um campo sem organizar
sementeira necessária ao pão e
sem proteger a fonte que sacia a
sede, não pode voltar com a
intenção de abastecer-se.
(André Luiz, cap. 33, pág. 181)
CVI. Os cães
são auxiliares preciosos nas
regiões obscuras do Umbral, onde
não estacionam somente os homens
desencarnados, mas também
verdadeiros monstros, que não
cabe agora descrever. (Narcisa,
cap. 33, pág. 183)
CVII. Os cães
facilitam o trabalho, os muares
suportam cargas pacientemente e
fornecem calor nas zonas onde se
faça necessário; e aquelas aves,
que denominamos íbis viajores,
são excelentes auxiliares dos
Samaritanos, por devorarem as
formas mentais odiosas e
perversas, entrando em luta franca
com as trevas umbralinas. (Narcisa,
cap. 33, pág. 184)
CVIII. Os
dementes falam de maneira
incessante, e quem os ouve,
gastando interesse espiritual,
pode não estar menos louco. (...)
Não comente o mal. (Narcisa, cap.
34, pp. 188 e 189)
CIX. Já tive a
felicidade de encontrar por aqui o
maior número das pessoas que
ofendi no mundo. Sei, hoje, que
isso é uma bênção do Senhor,
que nos renova a oportunidade de
restabelecer a simpatia
interrompida, recompondo os elos
quebrados da corrente espiritual.
(Narcisa, cap. 35, pág. 193)
CX. Não tema
insucessos. Toda vez que
oferecemos raciocínio e
sentimento ao bem, Jesus nos
concede quanto se faça
necessário ao êxito. Tome a
iniciativa. Empreender ações
dignas, quaisquer que sejam,
representa honra legítima para a
alma. (Narcisa, cap. 35, pág.
193)
CXI. Quando o
dinheiro se alia à vaidade,
dificilmente pode o homem
afastar-se do mau caminho. (André
Luiz, cap. 35, pág. 194)
CXII.
Renovamos, aqui, todos os velhos
conceitos da vida humana. Nossos
adversários não são
propriamente inimigos e, sim,
benfeitores. (Silveira, cap. 35,
pág. 194)
CXIII. Muito
roguei a Jesus me permitisse a
sublime satisfação de ter-te a
meu lado, no teu primeiro dia de
serviço útil. Como vês, o
trabalho é tônico divino para o
coração. (Mãe de André Luiz,
cap. 36, pág. 197)
CXIV. É
indispensável converter toda a
oportunidade da vida em motivo de
atenção a Deus. Nos círculos
inferiores, o prato de sopa ao
faminto, o bálsamo ao leproso, o
gesto de amor ao desiludido são
serviços dignos que nunca
ficarão deslembrados na Casa de
Nosso Pai; aqui, igualmente, o
olhar de compreensão ao culpado,
a promessa evangélica aos que
vivem no desespero, a esperança
ao aflito constituem bênçãos de
trabalho espiritual, que o Senhor
observa e registra a nosso favor.
(Mãe de André Luiz, cap. 36,
pág. 197)
CXV. O
Evangelho de Jesus lembra-nos que
há maior alegria em dar que em
receber. Aprendamos a concretizar
semelhante princípio, no esforço
diário a que formos conduzidos
pela nossa própria felicidade.
Dá sempre, filho meu. Sobretudo,
jamais esqueças de dar de ti
mesmo, em tolerância construtiva,
em amor fraternal e divina
compreensão. (Mãe de André
Luiz, cap. 36, pág. 198)
CXVI. A
prática do bem exterior é um
ensinamento e um apelo, para que
cheguemos à prática do bem
interior. Jesus deu mais de si
para o engrandecimento dos homens
que todos os milionários da Terra
congregados no serviço, sublime
embora, da caridade material.
(Mãe de André Luiz, cap. 36,
pág. 198)
CXVII.
Trabalha, meu filho, fazendo o
bem. Em todas as nossas colônias
espirituais, como nas esferas do
globo, vivem almas inquietas,
ansiosas de novidades e
distração. Sempre que possas,
porém, olvida o entretenimento e
busca o serviço útil. (Mãe de
André Luiz, cap. 36, pág. 198)
CXVIII. O bônus-hora
representa a possibilidade de
receber alguma coisa de nossos
irmãos em luta, ou de remunerar
alguém que se encontre em nossas
realizações; mas o critério
quanto ao valor da hora pertence
exclusivamente a Deus. (Mãe de
André Luiz, cap. 36, pág. 199) (Continua
no próximo número.)
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