Sim, e esse
fato é muito freqüente. (Item
128, parágrafos 12 e 13)
57. Como se
obtém a água magnetizada?
O Espírito
pode operar sobre a matéria
elementar, por sua vontade,
dando-lhe propriedades
determinadas. Assim é que uma
substância salutar pode tornar-se
venenosa por uma simples
modificação; a química
oferece-nos numerosos exemplos
disso. Todo mundo sabe que duas
proporções podem resultar numa
que seja deletéria. Uma parte de
oxigênio e duas de hidrogênio,
todas as duas inofensivas, formam
a água; ajuntem um átomo de
oxigênio e terão um líquido
corrosivo. Sem mudar as
proporções, basta às vezes uma
simples mudança no modo da
agregação molecular para
modificar as propriedades; é
assim que um corpo opaco pode
tornar-se transparente e
vice-versa. Como o Espírito tem,
por sua única vontade, uma ação
tão possante sobre a matéria
elementar, que dá origem a todos
os corpos, concebe-se que ela
possa não somente formar
substâncias, mas ainda alterar
suas propriedades, fazendo aí o
efeito de um reativo.
Na
magnetização da água, o
Espírito que age é o do
magnetizador, as mais das vezes
assistido por um Espírito
estranho. Ele opera na água uma
transmutação com o auxílio do
fluido magnético que, como já
sabemos, é a substância que mais
se aproxima da matéria cósmica
ou elemento universal. Como pode
operar uma modificação nas
propriedades da água, pode
igualmente produzir um fenômeno
análogo sobre os fluidos do
organismo, e daí o efeito
curativo da ação magnética
convenientemente dirigida. (Itens
129 a 131)
58. Os objetos
usados pelos Espíritos em suas
aparições são reais?
Sim. O
Espírito tem sobre os elementos
materiais espalhados por todo o
espaço um poder que o homem longe
está de suspeitar. Ele pode, à
sua vontade, concentrar esses
elementos e lhes dar a forma
aparente própria a seus objetos,
imitando assim os objetos terrenos
necessários à sua
identificação ante os que o
vêem. (Item 128, parágrafos 2 a
4)
59. As roupas
usadas pelos Espíritos são
cópias das terrestres?
Não é isto
que acontece. As roupas e os
objetos usados pelo Espírito são
por ele mesmo produzidos, podendo
ter ou não a aparência de peças
usadas em sua última encarnação
na Terra. O Espírito pode
imprimir à matéria eterizada
transformações à sua vontade e,
assim, produzir os trajes, as
jóias e quaisquer adornos de que
necessite num dado momento,
subordinado tal poder ao seu grau
evolutivo. (Item 128, parágrafos
4 a 6)
60. Todos os
Espíritos sabem como produzem os
objetos que usam?
Não.
Freqüentemente concorrem para a
formação de um objeto por um ato
instintivo que eles mesmos não
compreendem, se não estiverem bem
esclarecidos para isto. Embora os
Espíritos inferiores possam ter
esse poder, quanto mais o
Espírito é elevado, mais
facilmente o faz. (Item 128,
parágrafos 14 a 16)
61. Em que
consiste o fenômeno da voz direta?
Os sons
espíritas ou pneumatofônicos
têm duas maneiras bem distintas
de se produzir: são algumas vezes
uma voz íntima que ecoa na
consciência, mas, ainda que as
palavras sejam claras e distintas,
ela não têm, contudo, nada de
material; de outras vezes elas
são exteriores e tão
distintamente articuladas como se
proviessem de uma pessoa colocada
ao nosso lado. De qualquer forma
que ele se produza, o fenômeno da
voz direta, ou pneumatofonia, é
quase sempre espontâneo e apenas
raramente pode ser provocado.
Experiências
posteriores à codificação
demonstraram que, no fenômeno da
voz direta, o Espírito fala
através de uma garganta
ectoplásmica, podendo sua voz
imitar a de sua precedente
existência terrena. Os sons
pneumatofônicos exprimem
pensamentos, formam frases, e é
por isso que podemos reconhecer
que eles são devidos a uma causa
inteligente e não acidental.
(Itens 150 e 151)
62. Em que
consiste o fenômeno da escrita
direta?
A escrita
direta, ou pneumatografia, é a
que se produz espontaneamente sem
o concurso nem da mão do médium,
nem do lápis. Basta tomar uma
folha de papel branco, dobrá-la e
colocá-la em algum lugar, em uma
gaveta, ou simplesmente sobre um
móvel, e se estivermos em
condições favoráveis, ao fim de
um tempo mais ou menos longo,
acharemos no papel caracteres
traçados, sinais diversos,
palavras, frases e mesmo
discursos, freqüentemente com uma
substância cinzenta igual ao
chumbo, outras vezes com lápis
vermelho, tinta ordinária e mesmo
tinta de impressão. Nesse tipo de
fenômeno, o Espírito não se
serve nem de nossas substâncias,
nem de nossos instrumentos: ele
mesmo faz a matéria e os
instrumentos de que precisa,
tirando seus materiais do elemento
primitivo universal ao qual ele
imprime, por sua vontade, as
modificações necessárias ao
efeito que quer produzir. Ele,
assim, pode muito bem fabricar
tinta vermelha, tinta de
impressão e mesmo caracteres
tipográficos bastante resistentes
para dar relevo à impressão, de
que temos visto exemplos. É desse
modo que podemos explicar a
aparição das três palavras na
sala do festim de Baltazar, de que
nos fala a Bíblia. (Itens 127 e
146 a 148)
63. A escrita
direta fica registrada
permanentemente ou desaparece com
o tempo?
Os traços da
escrita direta não desaparecem,
porque são sinais que é útil
conservar e por isso se conservam.
(Item 128, parágrafos 17 e 18)