Educação é
toda influência exercida por um
Espírito sobre outro, no sentido
de despertar um processo de
evolução. Essa influência leva
o educando a promover
autonomamente o seu aprendizado
moral e intelectual. Trata-se de
um processo sem qualquer forma de
coação, pois o educador apela
para a vontade do educando e
conquista-lhe a adesão
voluntária para uma ação de
aperfeiçoamento.
O amor
verdadeiro é sempre educativo e a
Educação verdadeira é sempre um
ato de amor. A relação entre
amor e educação é intrínseca,
indissociável.
Educar é pois
elevar, estimular a busca da
perfeição, despertar a
consciência, facilitar o
progresso integral do ser.
Essa relação
educativa pode se dar em qualquer
relação humana. Não ocorre
apenas entre o adulto e a
criança. Pode ser até invertida:
uma criança pode educar um
adulto, na medida em que, sendo um
Espírito mais evoluído, produza
uma influência benéfica sobre
ele. Um verdadeiro líder
religioso ou político é um
educador, quando provoca uma
transformação positiva em seus
seguidores. Um amigo mais
consciente espiritualmente pode
educar outro amigo. Uma esposa
educa o marido ou vice-versa.
Todas as vezes que alguém
desperta algum bem no outro,
dá-se um ato de Educação –
tenham disso os protagonistas
consciência ou não.
Por isso, a
Educação é um compromisso de
todo dia e instante, através do
nosso exemplo.
A finalidade da
Educação está embutida em seu
próprio conceito: é ajudar o
outro a evoluir. Esta meta está
em consonância com a finalidade
da vida universal. Tudo evolui
para a perfeição. E está em
harmonia com a finalidade
particular da nossa existência na
Terra: aqui reencarnamos para
darmos mais um passo nessa jornada
infinita da evolução.
Assim, dentro
dessa meta infinita de evolução,
a Educação deve preencher
algumas finalidades específicas.
Vejamos abaixo:
a)
Contribuir para que o ser
desenvolva, na presente
existência, sua perfectibilidade
possível, no estágio evolutivo
em que se encontra. Um Espírito,
por exemplo, que na última
encarnação foi um malfeitor,
atrasado moral e intelectualmente,
não poderá na atual existência
se tornar um modelo de perfeição
e sabedoria. Se a Educação lhe
proporcionar meios de se tornar
uma pessoa honesta, trabalhadora,
crente em Deus, já terá feito
muito, embora possa ela ainda
conservar inúmeros traços de
rudeza e ignorância.
b)
Facilitar o cumprimento da missão
específica que o Espírito trouxe
à Terra.
c)
Semear verdades e virtudes com
vistas à eternidade.
d)
Formar sempre educadores. O homem
bem educado é necessariamente um
educador.
"Se o
sábio não ajuda ao ignorante, a
educação redundará em mentira
perigosa." - Emmanuel.
Uma questão
importantíssima ao tratarmos da
Educação é nos indagarmos até
que ponto ela tem poder. Se
dissemos anteriormente que educar
é amar e vice-versa, o poder da
Educação não é proporcional ao
autoritarismo, a chamada "
imposição de limites", a
coação violenta... Esses não
são métodos do amor, pois o amor
reconhece a dignidade do outro,
respeita-lhe a liberdade
individual. O poder da Educação,
assim, é proporcional à grandeza
do amor do educador pelo educando,
à sua capacidade de renúncia e
doação, ao seu interesse
legítimo pela felicidade do
outro, ao seu desinteresse por
recompensas de qualquer espécie,
mesmo afetivas, e à força do
exemplo vivo.
"Nas bases
de todo programa educativo o amor
é a pedra angular. Jesus é o
Mestre por excelência:
ofereceu-se-nos por amor, ensinou
até o último instante, fez-se o
exemplo permanente aos nossos
corações e nos paroxismos da
dor, pregado ao madeiro
ignominioso, perdoou-nos as
defecções de maus
aprendizes." - Bezerra de
Menezes.
Bibliografia:
A
Educação segundo o Espiritismo -
Dora Incontri.
Conceito e Filosofia da Educação
- FEB