Do egoísmo ao
individualismo e à
egolatria ou idolatria
de si mesmo
O livro Bagavagita do
Hinduísmo diz que o
nosso Eu Superior é o
maior amigo do nosso
ego, mas que este é o
maior inimigo do Eu
Superior, que é o
Espírito, a
personalidade geral ou a
individualidade que se
encarna em um corpo novo
em cada reencarnação.
Essa personalidade geral
única difere das
personalidades
particulares, que são
uma nova para cada
reencarnação, que, hoje,
está comprovada por
vários segmentos da
Ciência espiritualista.
Ela é uma bênção de
Deus, que não criou o
Espírito perfeito, mas o
criou imortal e
inteligente, com
condições, pois, de ele
se tornar por ele mesmo,
um dia, semelhante a
Deus em perfeição. É
através dela que nós
evoluímos. E Jesus nos
ensina a buscar a
perfeição do Pai (Mateus
5: 48), mas uma vida só,
mesmo que seja de mais
de cem anos, não dá nem
para começarmos o nosso
aperfeiçoamento. E uns
vivem tão pouco, e
outros até já nascem
mortos! Ademais, se a
reencarnação não
existisse, a
misericórdia de Deus
infinita seria uma
grande mentira!
O nosso ego está sempre
voltado para as coisas
materiais. É por isso
que ele é o maior
inimigo do Eu Superior.
Jesus, sabendo dessa
nossa tendência, nos
aconselha a buscar, em
primeiro lugar, as
coisas do espírito, não
nos preocupando com as
outras que vêm
naturalmente. (Mateus 6:
33).
Essa nossa tendência
egoística é tão forte,
que até podemos dizer
que ela é, de algum
modo, meio instintual. E
não foi por acaso que o
primeiro mandamento do
Decálogo recebido por
Moisés de um Espírito no
Monte Sinai (Atos 7:
30), o qual foi adotado
também por Jesus,
mandamento esse que nos
recomenda que amemos o
nosso próximo como a nós
mesmos. É que o nosso
próximo é nosso irmão,
devendo a nós amá-lo
muito. E como nós nos
amamos muito, se o
amarmos na mesma medida
com a qual nos amamos,
está tudo bem com
relação àquele
mandamento. Mas isso não
é fácil. Se nós o
seguíssemos realmente, o
mundo já seria outro.
Até certo ponto, o nosso
egoísmo é mesmo normal e
necessário, pois ele,
inclusive, faz parte dos
meios que asseguraram e
salvaram a nossa
espécie. Realmente,
todas as espécies dos
seres biológicos,
incluindo a nossa
humana, sobreviveram e
se mantêm com muitas
lutas e disputas na
busca de meios
egoísticos necessários
para que não
desaparecêssemos.
E, se nós temos
tendência para buscar
sempre essas coisas do
nosso interesse, com
mais razão, de fato,
buscamos e defendemos
essas essenciais à nossa
sobrevivência. E, desde
que nossas ações não
ultrapassem os limites
da moral cristã, que é a
mesma moral espírita,
está tudo bem.
O egoísmo que se torna
um erro grave é aquele
que poderíamos chamar de
individualismo, ou seja,
um egoísmo em um alto
grau. Um exemplo disso é
a personagem Aline da
novela da TV Globo “Amor
à Vida”. Para conseguir
realizar o seu plano de
ter o máximo de bens
materiais, a qualquer
preço, ela demonstra
esse egoísmo
individualista.
E esse egoísmo tão
exacerbado chega a ser
uma espécie de egolatria
(adoração do ego), isto
é, um egoísmo tão
doentio que consiste em
idolatrar-se a si
próprio. É o que
acontece com a Aline,
como se ela fosse o
próprio Deus ou tudo, e
os outros não sendo
nada!