A rejeição dói, mas não
é o fim do mundo
Quando escrevia o livro
Evite a rota do
suicídio, no
trabalho de pesquisa,
constatei que muita
gente sai pela porta dos
fundos da existência,
consumando o triste ato
do suicídio, porque teve
seu afeto rejeitado.
Casamentos, namoros,
relacionamentos de
décadas findam-se e há
pessoas que não
conseguem lidar com o
término. Muitas se
desesperam porque
depositaram todas as
suas esperanças no outro
e viveram em função
dele.
E neste desespero
questionam: E agora, o
que farei sem ele (a)?
Como disse
anteriormente, alguns
cometem o suicídio,
outros tantos piram,
literalmente, e
recusam-se a viver.
Claro que ser rejeitado
não é “bolinho”, mas,
convenhamos, está longe
de ser o fim do mundo...
É o fim, mas apenas de
um relacionamento. Não
pense você que quero
malbaratar a sua dor,
nada disto.
Ser rejeitado por alguém
causa muita tristeza.
Entretanto, isto não
quer dizer que não temos
valor, mas, sim, que o
outro optou por não
estar conosco, o que é,
diga-se de passagem, um
direito dele.
Tenho visto muita gente
desvalorizar-se porque
foi preterido.
Bobagem. Vida que segue.
Dói? Dói muito, mas
passa...
O conhecimento espírita
ajuda um bocado ao
informar que ninguém
pertence a ninguém.
Somos Espíritos em
progresso e estamos
sujeitos a passar por
essas provas.
Se bem a suportarmos,
esta dor no coração
poderá deixar-nos mais
fortes e preparados
para, quem sabe no
futuro, vivenciarmos um
amor bem bacana,
recíproco, sem que
tenhamos de implorar
atenção e carinho... Um
amor daquele tipo 50% e
50%, os dois olhando na
mesma direção e prontos
para crescerem juntos.
Recordo-me da história
de uma amiga, a Sara.
Casada há 10 anos com o
Rafael, Sara voltou a
estudar e convidou o seu
amado. Ele não quis,
preferiu ficar
esperando-a no bar ao
lado da faculdade. Sara
foi progredindo,
aprendendo, crescendo e
seus horizontes
abriram-se. Rafael ficou
estagnado. Sara
prosseguiu convidando-o
a crescer, mas ele
recusava-se. Estudar?
Para quê? Aliás, já
estava “velho” para
aprender. Mas eis que
após alguns anos ambos
já não tinham mais
assunto. Ela dizia para
Rafael coisas sobre a
terra, a água, o ar...
E, como na música da
Legião, ele nem fazia
aulinhas de inglês.
Na questão de nº
300 de O Livro dos
Espíritos há
interessante informação
sobre almas que deixam
de ser simpáticas. Num
planeta como a Terra há
o grande perigo de
alguém evoluir e não
mais nutrir simpatia
pelos antigos amigos ou
almas afins. Se alguém
avança muito acaba
afastando-se daqueles
que não avançaram.
Foi o caso de minha
amiga, penso que nem é
preciso dizer que, após
anos juntos, Sara e
Rafael separaram-se.
Claro, já não tinham
nada a ver um com o
outro.
E o Rafael, o que fez?
Disse que a rejeição
dói, mas não é o fim do
mundo.
E, por isto mesmo não
ficou por aí
desvalorizando-se.
Após o tombo da
separação refletiu bem
em sua vida e voltou a
estudar.
Sara, vendo sua
disposição em mudar
decidiu dar-lhe mais uma
chance e, pasmem, após
legalmente separados
casaram-se de novo, de
papel passado e tudo,
com direito a uma bela
festa e lua de mel...
E quem um dia irá dizer
que não existe razão
para as coisas feitas
com o coração...
Desvalorizar-se não é,
pois, o caminho. Mais
vale refletir nas razões
que levaram ao término
da relação e avançar,
como fez Rafael...