A Vida no Outro Mundo
Cairbar
Schutel
Parte 18
Continuamos nesta edição
o estudo metódico e
sequencial do livro A
Vida no Outro Mundo,
de autoria de Cairbar
Schutel, publicado
originalmente em 1932
pela Casa Editora O
Clarim, de Matão (SP).
Questões preliminares
A. São diversos os
sofrimentos decorrentes
da morte de uma pessoa?
Sim. É infinita a
variedade deles. Há
Espíritos que custam
muito a compreender o
seu estado, a sua
situação; muitos querem
crer que não morreram,
pois encaravam a morte
como o fim da
existência, mas,
sentindo que continuam a
existir, percebem que
algo ocorreu e sentem-se
em grande confusão.
Outros consomem largo
tempo em busca de um céu
imaginário, com que
foram acalentados na
Terra; muitos,
sentindo-se culpados e
convencidos de já
haverem deixado a vida
terrena, julgam-se no
Purgatório, e outros,
fustigados pelo remorso
de suas más obras,
sentem-se abrasados por
um fogo terrível, que as
dores morais ocasionam,
julgando-se num inferno
candente, sem luz, sem
paz no coração,
blasfemando contra a
própria existência.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XVI – A
Inconsciência da Vida no
Além.)
B. A adaptação dos
Espíritos, em sua volta
ao plano espiritual,
requer algum tempo?
Sim. A passagem do mundo
terreno para o mundo
espiritual ocasiona
tantas dúvidas, tantas
agonias, tão terríveis
perturbações aos
Espíritos não preparados
para essas mudanças
fatais, irremediáveis,
que a maior parte
raramente consegue
adaptar-se logo à nova
fase de vida. São em
grande número os que se
acham noutro mundo como
que adormecidos, outros
delirando, outros
continuando em seu viver
material, sem
compreenderem o meio em
que vivem e sua real
situação. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XVI –
A Inconsciência da Vida
no Além.)
C. É verdade que muitos
Espíritos, mesmo depois
da desencarnação,
ignoram que “morreram”?
É verdade. Muitos
Espíritos realmente
dizem não saber que
"morreram", segundo a
expressão usual. Esse
fato se verifica com os
Espíritos muito
materializados ou muito
materialistas,
especialmente com os
suicidas. É uma espécie
de condenação a que
ficam sujeitos, em
virtude da sua teimosia
na negação. Esses
Espíritos atrasados
ficam geralmente presos
à Terra; caminham aqui e
ali, mas as suas vistas
abrangem mais a Terra
que o mundo Espiritual.
Eles se apinham em torno
do globo, presos sempre
à pátria e à família,
como se estivessem
encarnados e, muitos
deles, sofrem as
variações atmosféricas e
outras sensações
peculiares aos que ainda
estão incorporados na
matéria. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XVI –
A Inconsciência da Vida
no Além.)
Texto para leitura
228. Morto o corpo, a
individualidade
sobrevivente é tomada de
um estado psíquico
original, dependendo
muito, esse estado, das
crenças do indivíduo,
seu modo de agir quando
vivia na Terra, sua
moralidade, finalmente,
seu grau de evolução
espiritual. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XVI – A Inconsciência da
Vida no Além.)
229. É infinita a
variedade de sofrimentos
decorrentes da morte
corpórea. Como dissemos,
uns custam muito a
compreender o seu
estado, a sua situação;
muitos querem crer que
não morreram, pois
encaravam a morte como o
fim da existência, mas,
sentindo que continuam a
existir, percebem que
algo ocorreu e sentem-se
em grande confusão.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XVI – A
Inconsciência da Vida no
Além.)
230. Outros consomem
largo tempo em busca de
um céu imaginário, com
que foram acalentados na
Terra; muitos,
sentindo-se culpados e
convencidos de já
haverem deixado a vida
terrena, julgam-se no
Purgatório, e outros,
fustigados pelo remorso
de suas más obras,
sentem-se abrasados por
um fogo terrível, que as
dores morais ocasionam,
julgando-se num inferno
candente, sem luz, sem
paz no coração,
blasfemando contra a
própria existência.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XVI – A
Inconsciência da Vida no
Além.)
231. A passagem do mundo
terreno para o mundo
espiritual ocasiona
tantas dúvidas, tantas
agonias, tão terríveis
perturbações aos
Espíritos não preparados
para essas mudanças
fatais, irremediáveis,
que a maior parte
raramente consegue
adaptar-se logo à nova
fase de vida. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XVI – A Inconsciência da
Vida no Além.)
232. De fato, são em
grande número os que se
acham noutro mundo como
que adormecidos, outros
delirando, outros
continuando em seu viver
material, sem
compreenderem o meio em
que vivem e sua real
situação. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XVI –
A Inconsciência da Vida
no Além.)
233. É lógico que
aqueles que não se
prepararam para essa
mudança, nem tiveram
quem lhes preparasse um
lugar para, ao chegarem
a esse mundo de luzes,
serem recebidos e logo
iniciados; aqueles que
não quiseram dar ouvidos
às vozes espirituais, à
Lei de Deus, que a todos
mostra a trilha que
devemos palmilhar para
um bom empreendimento
futura, devem passar por
acérrimos sofrimentos
morais. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XVI –
A Inconsciência da Vida
no Além.)
234. Os viciosos, os
contumazes, os que
excluíram Deus da
consciência, que
enxovalharam e lesaram o
próximo; os que venderam
sua inteligência, sua
alma, seu coração; os
que traficaram com as
coisas divinas, sofrem
terríveis reprimendas,
de acordo sempre com as
faltas cometidas, porque
a penalidade, não só na
Terra, como na Outra
Vida, está em proporção
às infrações da Lei.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XVI – A
Inconsciência da Vida no
Além.)
235. Não há uma só falta
que não exija imediata
corrigenda, e essa
correção começa sempre
pelo sofrimento. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XVI – A
Inconsciência da Vida no
Além.)
236. A perturbação ou o
estado de inconsciência
dos Espíritos é, como se
vê, muito variável; cada
um as sofre de acordo
com sua evolução, sua
constituição psíquica, o
papel de
responsabilidade social
que assumiu na
existência terrestre,
sua instrução
intelectual etc. Entre
dois indivíduos, um
ignorante e outro
letrado, que tenham
incorrido na infração da
mesma lei, a pena do
letrado se agrava, ao
passo que a do ignorante
será atenuada. Tudo está
em relação com o
indivíduo e o crime
cometido. Assim também é
a natureza da
perturbação, peculiar a
cada indivíduo. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XVI – A
Inconsciência da Vida no
Além.)
237. Um fato notável tem
sido verificado com
muitos Espíritos: o não
saberem eles que
"morreram", segundo a
expressão usual. Esse
fato se verifica com os
Espíritos muito
materializados ou muito
materialistas,
especialmente com os
suicidas. É uma espécie
de condenação a que
ficam sujeitos, em
virtude da sua teimosia
na negação. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XVI – A Inconsciência da
Vida no Além.)
238. Todos esses
Espíritos atrasados
ficam presos à Terra;
caminham aqui e ali, mas
as suas vistas abrangem
mais a Terra que o mundo
Espiritual. Eles se
apinham em torno do
globo, presos sempre à
pátria e à família,
acompanhando todos os
movimentos do planeta,
como se estivessem
encarnados e, muitos
deles, sofrem as
variações atmosféricas e
outras sensações
peculiares aos que ainda
estão incorporados na
matéria. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XVI –
A Inconsciência da Vida
no Além.)
239. Quando veem o mundo
espiritual não o
compreendem. Pasmam ao
observarem a vida como
ali se processa e o modo
por que agem os
Espíritos adiantados.
Admiram-se ao
atravessarem grandes
cidades, metrópoles
flutuantes, ao verem
casarios transparentes e
multicolores, majestosos
edifícios, cuja luz os
ofusca, veículos céleres
a deslizarem de um a
outro ponto e jardins
aprimorados com flores
belas e aromáticas como
nunca viram na Terra.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XVI – A
Inconsciência da Vida no
Além.)
240. Tudo isso lhes
causa estranheza tal e
ocasiona-lhes
perturbação tão
profunda, que preferem,
muitas vezes, não
prestar atenção senão ao
mundo onde deixaram seus
corpos e ao qual se
acham ligados por
afinidades antigas. São
esses Espíritos que
vivem numa ânsia
contínua de se comunicar
com os homens, não tanto
para demonstrarem sua
sobrevivência, mas para,
se possível,
prosseguirem no seu
antigo modo de viver.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XVI – A
Inconsciência da Vida no
Além.)
241. Eles desenvolveram
ao extremo os seus
sentidos físicos, e,
havendo aniquilado o
sentido espiritual,
ficam, por isso, entre
as trevas e a luz, entre
o mundo da carne e o
mundo do espírito, sem
poderem prosseguir na
sua vida material e sem
poderem viver na vida
espiritual, até que as
preces, as instruções,
os bons conselhos os
encaminhem à realidade e
sejam então iniciados na
vida nova, na qual
sentirão grande gozo,
gozo esse que se
tornará, para eles, um
incentivo para trabalhar
em prol de seu progresso
e bem-estar espiritual.
(A Vida no Outro
Mundo – Cap. XVI – A
Inconsciência da Vida no
Além.) (Continua no próximo
número.)
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