Um companheiro de lides
espíritas pede-nos que
comentemos a visão espírita
acerca da chamada
propriedade real. E indaga:
Afinal, somos proprietários
ou simples usufrutuários dos
bens de que dispomos na
vida?
A doutrina espírita
apresenta-nos, como sabemos,
uma visão diferente quanto
ao conceito que nós, seres
humanos, temos aprendido
relativamente ao tema
propriedade.
Segundo essa visão, só
possuímos em plena
propriedade aquilo que
podemos levar deste mundo.
Por conseguinte, tudo que é
relativo à matéria não nos
pertence realmente. Trata-se
de mero empréstimo, de um
depósito que deveremos
restituir ao verdadeiro
dono, finda nossa estada
neste mundo.
Aquele que na Terra
recebeu o nome de Pascal
examinou o assunto na
mensagem seguinte:
“O homem só possui em plena
propriedade aquilo que lhe é
dado levar deste mundo. Do
que encontra ao chegar e
deixa ao partir goza ele
enquanto aqui permanece.
Forçado, porém, que é a
abandonar tudo isso, não tem
das suas riquezas a posse
real, mas, simplesmente, o
usufruto. Que é então o que
ele possui? Nada do que é de
uso do corpo; tudo o que é
de uso da alma: a
inteligência, os
conhecimentos, as
qualidades morais.
Isso é o que ele traz e leva
consigo, o que ninguém lhe
pode arrebatar, o que lhe
será de muito mais utilidade
no outro mundo do que neste.
Depende dele ser mais rico
ao partir do que ao chegar,
visto como, do que tiver
adquirido em bem, resultará
a sua posição futura.
Quando alguém vai a um país
distante, constitui a sua
bagagem de objetos
utilizáveis nesse país; não
se preocupa com os que ali
lhe seriam inúteis. Procedei
do mesmo modo com relação à
vida futura;
aprovisionai-vos de tudo o
de que lá vos possais
servir.
Ao viajante que chega a um
albergue, bom alojamento é
dado, se o pode pagar. A
outro, de parcos recursos,
toca um menos agradável.
Quanto ao que nada tenha de
seu, vai dormir numa
enxerga.
O mesmo sucede ao homem, à
sua chegada no mundo dos
Espíritos: depende dos seus
haveres o lugar para onde
vá. Não será, todavia, com o
seu ouro que ele o pagará.
Ninguém lhe perguntará:
Quanto tinhas na Terra? Que
posição ocupavas? Eras
príncipe ou operário?
Perguntar-lhe-ão: Que trazes
contigo? Não se lhe
avaliarão os bens, nem os
títulos, mas a soma das
virtudes que possua. Ora,
sob esse aspecto, pode o
operário ser mais rico do
que o príncipe. Em vão
alegará que antes de partir
da Terra pagou a peso de
ouro a sua entrada no outro
mundo. Responder-lhe-ão: Os
lugares aqui não se compram:
conquistam-se por meio da
prática do bem. Com a moeda
terrestre, hás podido
comprar campos, casas,
palácios; aqui, tudo se paga
com as qualidades da alma.
És rico dessas qualidades?
Sê bem-vindo e vai para um
dos lugares da primeira
categoria, onde te esperam
todas as venturas. És pobre
delas? Vai para um dos da
última, onde serás tratado
de acordo com os teus
haveres.
– Pascal, Genebra, 1860.
(O Evangelho segundo o
Espiritismo, cap. XVI, item
9.)
(Grifamos.)
Inteligência,
conhecimentos, qualidades
morais – eis a nossa
verdadeira propriedade.
Ampliar esse tesouro – o
único que podemos conservar
e levar conosco – deve ser,
por conseguinte, o nosso
objetivo, a meta fundamental
de nossa existência.
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