Tormentos da
Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 29)
Damos
prosseguimento
ao
estudo metódico
e sequencial do
livro Tormentos
da Obsessão, obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada em 2001.
Questões
preliminares
A. É verdade que
a obsessão sutil
é uma
enfermidade que
às vezes passa
despercebida?
Sim. O
envolvimento é
com frequência
tão sutil que
ninguém consegue
perceber. A essa
ação nefasta se
devem muitos
distúrbios no
comportamento
terrestre e
muitas quedas
ante os
compromissos
morais e
espirituais que
deveriam ser
realizados com
mais elevada
nobreza. Somente
a constante
vigilância da
consciência reta
constitui
mecanismo de
defesa contra
essas surtidas
do mundo
espiritual
inferior, ao
lado do
envolvimento nos
compromissos
íntimos, com a
simplicidade do
coração e da
ação, e
perseverança no
cumprimento dos
deveres.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
15 – A
consciência
responsável.)
B. Por que,
segundo os
ensinos
espíritas, o
processo de
crescimento
espiritual nem
sempre é fácil?
O processo de
crescimento
espiritual nem
sempre é fácil
porque, vencida
uma etapa, outra
se apresenta, de
modo que são
superadas as
deficiências
anteriores
mediante
conquistas
novas. Aqueles
que se mantêm na
retaguarda e se
acreditam
incapacitados de
prosseguir, só
lentamente
despertam para
os valores
nobres e os
conquistam,
alçando-se à
plenitude que a
todos nos
aguarda.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
15 – A
consciência
responsável.)
C. De que
maneira a
senhora
Hildegarda
decidiu combater
em si a vaidade?
Ciente de que a
vaidade era o
ponto vulnerável
do seu caráter,
ela adestrava-se
no exercício da
vera humildade
executando
atividades que
lhe propiciassem
maior
entendimento do
significado
profundo da
reencarnação.
Elegeu, assim
que se encontrou
em condições
para a própria
edificação, os
serviços das
áreas da limpeza
e da conservação
de algumas das
enfermarias do
Sanatório
Esperança para
autoeducar-se.
No trato mais
direto com a dor
e os labores que
jamais imaginou
executar quando
na Terra,
lapidava assim
as imperfeições
morais e
alargava os
sentimentos da
afetividade,
para retornar ao
Lar que
planejara com
excessivos
cuidados em
relação à forma
e à aparência.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
16 – Prova e
fracasso.)
Texto para
leitura
151.
Obsessão sutil:
enfermidade que
grassa
desordenadamente
– Dialogando com
Alberto, Miranda
concluiu que a
nobre Senhora se
tornara vítima
da interferência
de mentes
desencarnadas
interessadas em
manter a sombra
na Terra e de
impedir que os
Espíritos
afeiçoados à
Verdade se
desembaracem dos
liames negativos
a que se
vincularam
antes.
Sutilmente, mas
com firmeza,
esses Espíritos
enfermos
movimentam-se
nos mais
significativos
programas de
dignificação
humana, tentando
enredar aqueles
que se encontram
envolvidos na
sua realização,
inspirando
pensamentos
equivocados, mas
com aparência de
elevação.
Induzem-nos a
práticas
exóticas, como
destaque no
grupo onde
mourejam, à
usança de
indumentárias
com esta ou
aquela
tonalidade,
dando um toque
de pureza
externa aos seus
atos, sem a
correspondente
pulcritude
interna,
enquanto lhes
insuflam a
vaidade
desmedida,
atraindo-os para
posturas não
condizentes com
a atividade que
realizam... O
fato é que a
obsessão sutil é
enfermidade que
grassa
desordenadamente
entre as
criaturas
humanas passando
quase
despercebida. A
sua ação nefasta
se devem muitos
distúrbios no
comportamento
terrestre e
muitas quedas
ante os
compromissos
morais e
espirituais que
deveriam ser
realizados com
mais elevada
nobreza. Somente
a constante
vigilância da
consciência reta
constitui
mecanismo de
defesa contra
essas surtidas
do mundo
espiritual
inferior, ao
lado do
envolvimento nos
compromissos
íntimos com a
simplicidade do
coração e da
ação,
perseverando-se
nos deveres, sem
qualquer
extravagância
até o momento da
libertação
carnal.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
15 – A
consciência
responsável.)
152. O
processo de
crescimento
espiritual não é
fácil –
A um observador
inexperiente
pareceria que as
forças
identificadas
como sendo o Mal
conseguem operar
livremente em
toda parte, sem
que haja
controle
superior
limitando o seu
campo de ação.
No entanto, a
realidade é bem
diversa; isto
porque esses
Espíritos que se
creem poderosos
na preservação
dos objetivos
vis, estão
apenas doentes,
necessitados de
amor e de
misericórdia que
nunca lhes
faltarão. A sua
permanência
nesses objetivos
é de breve
duração, porque
serão atraídos
para a Grande
Luz, e se
libertarão no
momento próprio
dos impositivos
inferiores a que
se afervoram
momentaneamente.
O processo de
crescimento
espiritual,
porém, nem
sempre é fácil,
porquanto
vencida uma
etapa outra se
apresenta, de
modo que são
superadas as
deficiências
anteriores
mediante
conquistas
novas. Aqueles
que se mantêm na
retaguarda e se
acreditam
incapacitados de
prosseguir, só
lentamente
despertam para
os valores
nobres e os
conquistam,
alçando-se à
plenitude que a
todos nos
aguarda.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
15 – A
consciência
responsável.)
153. Como
combater a
vaidade
– A entrevista
proveitosa com a
nobre senhora
Hildegarda
ensejou a
Miranda
reflexões
complexas em
torno das
oportunidades de
iluminação de
que dispomos
durante a
existência
carnal e das
situações que
nos conduzem aos
desvios, aos
insucessos.
Impressionado
com a
tranquilidade e
confiança que
dela se
irradiavam
naquela noite,
Miranda
perguntou ao Dr.
Inácio: “Quais
as perspectivas
que se desenham
para esse
Espírito que,
integrado no
programa do Bem,
considera-se, no
entanto, em
débito para com
o dever não
cumprido, e de
que
aparentemente
não é
responsável?” O
Diretor,
conhecendo a
experiência da
Senhora,
respondeu: “O
caro Miranda
sabe que as Leis
Divinas,
inscritas na
consciência de
cada ser,
estabelecem as
diretrizes da
felicidade ou da
necessidade de
reparação do
erro conforme a
pauta de valores
vivenciados
durante a
oportunidade
existencial.
Nossa gentil
irmã,
despertando para
a consciência
responsável,
deu-se conta da
mais grave
imperfeição que
lhe dificultou a
execução da
tarefa, e sem
permitir-se
autocompaixão ou
remorso
desnecessário,
trabalha com afã
e com diferentes
propósitos dos
experienciados
anteriormente,
anelando por
granjear méritos
para retornar
oportunamente ao
palco terrestre,
a fim de
realizar o
mister que a
desencarnação
lhe
interrompera.
Sendo-lhe a
vaidade, a
excessiva
autoconfiança, o
ponto vulnerável
do seu caráter,
adestra-se,
neste momento,
no exercício da
vera humildade,
executando
atividades que
lhe propiciem
maior
entendimento do
significado
profundo da
reencarnação.
Elegeu, assim
que se encontrou
em condições
para a própria
edificação, os
serviços das
áreas da limpeza
e da conservação
de algumas das
nossas
enfermarias para
autoeducar-se.
No trato mais
direto com a dor
e os labores que
jamais imaginou
executar quando
na Terra, lapida
as imperfeições
morais e alarga
os sentimentos
da afetividade,
para retornar ao
Lar que planejou
com excessivos
cuidados em
relação à forma,
à aparência,
vivendo-lhe a
essência dos
objetivos e da
realização da
caridade sem
jaça”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
16 – Prova e
fracasso.)
154. A Lei
é sempre de
amor, jamais de
punição
– O Orientador
calou-se por um
pouco e, de
imediato,
alongou-se:
”Tenho
conhecimento que
a dedicada
senhora
Hildegarda
requereu às
Entidades
Superiores a
oportunidade de
reencarnar-se em
região de muita
pobreza, na
cidade onde
levantou a
Instituição
dedicada à
caridade, a fim
de ser recolhida
em plena
orfandade,
naquele mesmo
ninho, de modo
que, ao alcançar
a idade adulta,
afeiçoada e
reconhecida pelo
domicílio que a
favoreceu, possa
dedicar-se ao
prosseguimento
da tarefa, lá
mesmo, em
benefício de
algumas gerações
de necessitados
que virão para
os seus braços.
Verificamos,
dessa forma, que
o compromisso
não realizado é
transferido de
ocasião, mas
nunca deixado de
ser executado.
Face aos
esforços
envidados para a
vivência da fé
racional que
abraçou, à
solidariedade
bem vivenciada
na Associação
que frequentava,
a conduta moral
saudável e
severamente
mantida,
conquistou
méritos que a
tornam um
exemplo de vida
espiritual
enobrecida. A
deficiência que
lhe dificultou a
execução plena
do programa que
deveria
realizar, é
problema íntimo,
que ela está
procurando
ultrapassar. A
Lei é sempre de
amor, nunca de
punição, no
sentido
castrador e
perverso. Jamais
faltam ensejos
de iluminação
para quem deseja
realmente a
palma da
vitória,
bastando-lhe não
olhar para trás,
mas prosseguir
com devotamento,
utilizando-se de
todas as
oportunidades
para tornar-se
melhor. Por isso
mesmo, o grande
desempenho é
sempre de
natureza
interna, nas
paisagens dos
sentimentos onde
ninguém passeia
para os
observar, exceto
o próprio
indivíduo”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
16 – Prova e
fracasso.)
155.
Pacientes com
transtornos
psíquicos
– Depois da
conversa com Dr.
Inácio, Miranda
e Alberto foram
visitar as
enfermarias
reservadas aos
pacientes
portadores de
transtornos
psíquicos. Ali,
os enfermos mais
agitados
permaneciam em
ambientes
restritos,
enquanto os
outros, em
processo de
recuperação,
desfrutavam da
convivência
geral com
diversos
companheiros, a
fim de
readquirirem a
autoconfiança e
a sociabilização.
Um deles
chamava-se
Gustavo Ribeiro,
que fora
recolhido
naquela Clínica
após dois anos
da
desencarnação,
quando
recambiado do
lar e da família
a que se fixava
em terrível
perturbação
psíquica. Sob
tratamento
especializado,
havia mais de
seis meses, ela
se reajustava e
readquiria, mui
lentamente, o
equilíbrio da
consciência.
Quando Alberto e
Miranda
adentraram seu
apartamento, ele
se encontrava
sob a carinhosa
vigilância de
dois
enfermeiros, que
os saudaram
jovialmente.
Gustavo, com
aproximadamente
cinquenta e
cinco anos, com
as cãs
embranquecidas e
acentuado
desgaste
orgânico de que
fora vítima na
Terra, tinha a
fácies
desfigurada e
macilenta. O
olhar desvairado
fitava um ponto
vago, enquanto
se agitava com
regularidade,
bracejando no ar
e chorando
copiosamente. Os
dedicados
assistentes
acalmavam-no com
palavras
repassadas de
carinho e de
lucidez,
auxiliando-o a
retornar à
postura
anterior.
Observando-o com
cuidado, Miranda
não detectou
vinculação
direta com
qualquer
Entidade
perversa, que
fosse
responsável pelo
seu
desequilíbrio, o
que o
surpreendeu,
sobremaneira.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
16 – Prova e
fracasso.)
156. O
caso Gustavo
Ribeiro
– Dr. Inácio
explicou o que
ocorria: “Não se
trata de
perturbação
obsessiva, mas
de transtorno
mental,
ocasionado pela
rebeldia e
insensatez do
próprio
paciente. O
nosso caro
Gustavo é o
protótipo do
indivíduo que,
da Vida, somente
se atribui
méritos, tomado
sempre de altas
doses de
presunção e rico
de cultura
vazia. Atraído
ao Espiritismo,
faz mais de
vinte anos,
quando contava
pouco mais de
trinta e cinco
janeiros,
portador então
de delicado
problema de
saúde, pareceu
descobrir as
respostas para
os enigmas
teológicos e
existenciais que
o aturdiam.
Advogado de
profissão, com
família
constituída,
abraçou as
ideias novas com
o entusiasmo que
resultava também
da recuperação
da saúde.
Beneficiado pela
fluidoterapia,
enquanto recebia
conveniente
ajuda médica,
seus mentores
trabalharam com
afinco para
auxiliá-lo na
liberação de
altas cargas de
energia
deletéria que
absorvia dos
inimigos
desencarnados,
que o perseguiam
com crueldade e
pertinácia.
Havia, portanto,
no seu problema
orgânico
significativa
contribuição
espiritual
negativa, que o
ameaçava no
transcurso dos
dias.
Lentamente,
graças aos
recursos
combinados da
Ciência médica e
do auxílio
espiritual, o
amigo recompôs o
quadro da saúde,
tornando-se um
entusiasta
simpatizante do
Espiritismo.
Possuidor de
temperamento
forte e
autoritário,
logo começou a
discordar da
administração da
Entidade,
apresentando
sugestões
descabidas e
referindo-se
desagradavelmente,
com a arrogância
que lhe era
habitual, a
algumas
atividades que
ali se
desenvolviam”.
São comuns nos
comportamentos
humanos atitudes
dessa natureza.
Acrescentou,
então, o
Diretor: “Os
indivíduos são
atraídos a
qualquer tipo de
realização, e,
sem estrutura
nem experiência,
imaturos e um
tanto
irresponsáveis,
começam a atirar
petardos
destruidores em
todas as
direções,
acreditando-se
detentores do
conhecimento
pleno, que pode
ser muito
expressivo na
teoria mas
inoperante na
prática”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
16 – Prova e
fracasso.)
(Continua no
próximo número.)