Será útil sabermos quem
fomos e o que fizemos
em
outras vidas?
Um dos tópicos que mais
chamam o interesse do
público quando se fala
em reencarnação é a
possibilidade de saber
quem foi quem em
existência pregressa,
ou, ainda, identificar
algumas experiências
vividas no passado com
os nossos entes da
atualidade.
Natural a curiosidade da
esposa que quer saber
quem foi e o que
representou em sua vida
pregressa seu atual
marido, ou mesmo a mãe
que tem muitas
afinidades com os filhos
e quer saber de onde vem
todo esse bem-querer.
Aqueles que trazem
consigo gostos
requintados, não raro,
desejam saber se usaram
coroas ou foram nobres.
Os que muito sofrem
intentam desvendar as
razões pelas quais a dor
bate-lhes tão cruel à
porta.
Esta curiosidade faz
parte da condição de
seres em progresso, o
complicado é quando se
torna uma fixação.
Conheço muita gente que
daria esta vida para
saber o que foi na outra
e, por isso, procuram
médiuns que infelizmente
abrem o baú das
revelações, como se
tivessem uma lista
completa do que fomos e
o que fizemos em
pregressas estadias por
este mundo.
Esses médiuns revelam
situações e casos,
parcerias, romances
vividos, assassinatos e
intrigas.
Já vi muita gente
desequilibrar-se e
entrar em parafuso por
conta dessas revelações.
Certa feita um médium
disse ao esposo de uma
amiga que o filho dela
havia sido seu assassino
em anterior existência.
O marido acreditou e a
relação com o enteado
estremeceu.
Quase colocou fim ao seu
casamento por conta
disto.
Após alguns entreveros o
esposo desta amiga
resolveu deixar pra lá a
“suposta” violência do
enteado.
Este caso teve final
feliz, contudo, o
desfecho poderia ter
sido outro.
O tema é tão palpitante
que há muitos confrades
estudando para saber as
reencarnações de Chico
Xavier, Allan Kardec e
tantos outros.
Não sei se existe algum
proveito real em
sabermos se Chico foi
Kardec ou não, como,
também, não sei se há
utilidade em
identificarmos se fomos
padres, coroinhas ou um
operário.
Nosso foco não deve ser
no passado, mas no
presente.
O que importa quem
fomos?
O fundamental é como
estamos.
E, como estamos?
Como anda nosso
progresso?
Antes de buscar o
passado vale viver o
presente.
Farol seguro é o
Espiritismo, e este diz
que o esquecimento
temporário do que fomos
e do que fizemos em
existências passadas é
fundamental para que
possamos agir sem as
culpas do passado a
inibir iniciativas no
presente, ou criar
entraves de
relacionamento.
Kardec, aliás, ensina
que ao estudarmos nosso
próprio comportamento,
tendências e aptidões,
temos a intuição do que
fizemos anteriormente.
Definitivamente não
teríamos condições
psicológicas de conviver
com alguém que sabemos
ter sido nosso algoz.
Esta, porém, é apenas
uma das razões pelas
quais nosso passado fica
sob um véu, e penso ser
bem forte para
justificar tal regra
imposta pela
espiritualidade.
As revelações de outras
existências, segundo os
Espíritos, vêm apenas em
situações
especialíssimas.
Portanto, útil
guardarmos serenidade
ante o passado.
Foco no presente, foco
no hoje, no agora.
Nada nos importa mais do
que saber como estamos.
E repito a pergunta
acima:
Como estamos?