Realeza
A realeza como
dignidade na
Terra não é
privilégio dos
reis ou dos
condutores de
nações. Em toda
parte, há uma
realeza no
trabalho que nos
exorna o
caráter, quando
nos afeiçoamos
às obrigações
que o Céu nos
confia.
Decerto,
semelhante
nobilitação não
atinge os brutos
que ainda se
movimentam na
animalidade
primitivista.
Entretanto, à
medida que se
destaca o
Espírito na
esfera da
inteligência bem
conduzida,
vê-lo-emos
receber do Alto
o cetro da
respeitabilidade
no setor de
serviço em que
atua ou na
profissão que
domina.
O chefe de
família guarda a
realeza da
governança
doméstica, tanto
quanto o coração
maternal se
coroa com a
realeza do amor
na criação dos
filhinhos.
O sacerdote de
qualquer
confissão
religiosa
edificante
ostenta nas mãos
o símbolo da fé
viva e da
autoridade
espiritual,
tanto quanto o
soldado
enobrecido detém
o bastão da
ordem.
O magistrado é
portador da
realeza da
justiça, tanto
quanto o médico
conserva a
soberania da
arte de curar.
Há realeza de
todas as
procedências...
Realeza da
mulher que se
faz mãe de
filhos alheios e
realeza do homem
que se
transforma em
irmão do próximo
na plantação da
fraternidade
pura.
A pena do
escritor é sinal
de grandeza no
mundo das ideias
para o homem que
se consagra à
extensão do bem,
como a vassoura
é característico
de nobreza, no
asseio público,
para o
companheiro que
se devota à
higiene, em
benefício geral.
Não nos
esqueçamos,
porém, de que a
realeza não
nasce do título
que exibimos nas
afirmativas
convencionais,
mas sim da
maneira pela
qual nos
utilizamos das
possibilidades
de servir que
repousam em
nossa mente, em
nosso coração,
em nossas
palavras e em
nossos braços.
Onde estiveres,
honra a
confiança do
Altíssimo que te
confiou o
refúgio do lar,
a beleza da
escola, o calor
da oficina ou o
talento da
profissão a que
te dedicas.
Angariar a
gratidão dos que
te cercam, pelo
dever
irrepreensivelmente
cumprido, é
guardar na
existência
terrestre a
magnitude
celestial.
Engrandece-te,
assim, onde te
encontras...
E, ainda mesmo
que não sejas
compreendido, de
imediato, por
todos aqueles à
cuja felicidade
te devotas,
retém sobre a
fronte a auréola
da paz, no
aconchego da
consciência
tranquila,
porque a justiça
vigilante te
acompanha do
Alto,
verificando-te o
esforço e
premiando-te o
mérito, qual
aconteceu, um
dia, ao Rei da
Luz e do Amor em
seu trono de
sangue e
lágrimas,
coroado de
espinhos.
Do livro A
Verdade Responde,
obra mediúnica
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.
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