Depois de ler o artigo
“Pequenos códigos”, de
Miguel Sanches Neto,
publicado na edição de 10 de
maio da Gazeta do Povo,
de Curitiba (PR), um leitor
pergunta-nos como os
portugueses conseguem
acompanhar e entender as
novelas da Globo, que
costumam obter em Portugal
grandes índices de
audiência.
Realmente, embora o idioma
adotado seja o mesmo, existe
grande diferença entre
Brasil e Portugal no modo de
falar e na escolha dos
vocábulos utilizados na
conversação cotidiana.
Se alguém duvida, sintonize
uma emissora de rádio de
Portugal e tente acompanhar
a transmissão de uma partida
de futebol. Depois dessa
experiência, a conclusão é
inevitável: para viver em
Portugal temos de nos
adaptar e aprender a falar
de maneira que eles, os
portugueses, nos entendam e
que nós possamos de igual
modo compreendê-los.
A título de exemplo, veja
este texto publicado em um
dos sites esportivos de
Portugal:
“Já pode fazer a sua equipa
do e-Golo com vista à 34ª e
última jornada da Liga.
Encerrada a contabilidade da
ronda anterior (a
classificação já está
disponível), estão reabertas
as transferências e as
equipas, para que possa
começar a definir as suas
escolhas.
Como a jornada arranca só no
sábado de manhã, permitimos
alterações nas equipas até
às 23h30 da véspera,
sexta-feira, dia 13 de maio.
Boas escolhas!
Aceda à página do e-Golo.”
(Confira:
http://www.maisfutebo
)
Do artigo de Miguel Sanches
Neto, conhecido escritor
paranaense ora radicado na
pátria de Camões, extraímos
algumas informações
realmente curiosas.
Aqui estão algumas delas
para que o leitor, caso se
interesse pelo assunto,
tente “traduzi-las” para o
português que falamos:
1. Ó, m´nina, dê-me um pé de
salada.
2. No mercado uma mulher
grita: - Paninhos de secar
loiça!
3. Ele atendeu o telemóvel e
disse: - Toooou!
4. Na hora de preencher o
cadastro: - O senhor pode
informar a porta?
5. No bar o jovem pediu: -
Quero um fino.
6. No restaurante, um prato
típico: - Pica no chão.
7. Na quermesse o cartaz
anuncia: - Porras
recheadas.
Eis, segundo Miguel Sanches
Neto, a “tradução”:
1. Ó, menina, dê-me um pé de
alface.
2. No mercado uma mulher
grita: - Panos de prato!
3. Ele atendeu o celular e
disse: - Alô!
4. Na hora de preencher o
cadastro: - O senhor pode
informar o número de sua
casa?
5. No bar o jovem pediu: -
Quero um chope.
6. No restaurante, um prato
típico: - Prato feito com
galinha caipira e preparado
com sangue.
7. Na quermesse o cartaz
anuncia: - Churros
recheados.
Depois, quando nos dizem que
o idioma português poderia
ser usado como código
secreto de guerra, quem
somos nós para contestar?!