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Crônicas e Artigos

Ano 10 - N° 467 - 29 de Maio de 2016

JANE MARTINS VILELA
jane.m.v.imortal@gmail.com
Cambé, PR (Brasil)
   

 

 
Vivência cristã


O Cristo é a substância da nossa liberdade. Dia virá em que o seu reino abrangerá os filhos do Ocidente e do Oriente, num amplexo de fraternidade e de luz. Então compreenderemos que o Evangelho é a resposta de Deus aos nossos apelos, em face da lei de Moisés. A lei é humana; o Evangelho é divino. Moisés é o condutor; o Cristo, o salvador. Os profetas foram mordomos fiéis; Jesus, porém, é o senhor da vinha. Com a lei, éramos servos; com o Evangelho, somos os filhos livres de um Pai amoroso e justo. Essas palavras maravilhosas refletem como deve ser a essência daquele que deseja Jesus como modelo e guia. São de Estêvão, o grande mártir cristão, em palestra na Casa do Caminho, no magistral livro de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier, Paulo e Estêvão.

Os momentos que vivemos estão difíceis. Todos sabemos disso. De um modo ou de outro, seremos testados em nossas crenças. Devemos nos manter dentro da fé viva, da oração constante, da vigilância firme, da ação enobrecedora, do pensamento digno. Devemos nos compenetrar que a hora é de grandes reflexões de nós para conosco, de modo que o ideal do Cristo viva em nós. Cristãos sinceros, devemos buscar ser. Mais de dois mil anos após a passagem do Mestre Jesus na Terra, enfim somos chamados a arar e regar com mais intensidade os ensinamentos do Evangelho na lavoura de nossos corações. Bem feliz será aquele que, mesmo passando momentos difíceis, souber vencer a si mesmo. Estêvão compreendeu que Jesus era o Messias com quem ele sonhava desde a infância e, ao tomar conhecimento do Evangelho, viveu-o com tamanha intensidade que Paulo de Tarso jamais esqueceu a grande serenidade que o caracterizava, mesmo na hora extrema, quando condenado à morte e apedrejado pela ignorância.

Um dia a humanidade se compreenderá irmã e o Evangelho de Jesus, florescido nas almas, será o condutor de todos e o amor vencerá na Terra. Para isso, de nossa parte, muito ainda devemos fazer para sermos como Jesus espera de seus seguidores. Os sacrifícios crescentes vão denotar para cada um onde está em si o terreno que precisa ser trabalhado, para que as virtudes cresçam. Precisamos aprender a nos perguntar, diante das dores por que passamos, quais são as virtudes que Deus deseja que aprendamos, quais as preciosas lições que nos são ofertadas. Isso não é fácil. O conhecimento é essencial para a compreensão.

Nós, os brasileiros, passamos dias de sofrimentos. O que precisaríamos aprender? Que cada um pergunte a si mesmo. Que virtudes desenvolver? Clama-se por honestidade, por justiça. De fato, uma civilização adiantada atende bem os seus filhos. Conhecemos famílias que estão se mudando do país, pessoas muito simples ou abastadas, que chegaram a nos dizer que desejam um país onde possam educar melhor seus filhos.

Há poucos dias, uma dentista amiga, católica atuante em sua igreja, que realiza trabalhos voluntários no bem, veio nos dizer que está tentando um emprego para um bom homem de família que tinha uma vida abastada e perdeu seu emprego bem remunerado e está desesperado, porque tem dois filhos. Ele está aceitando qualquer trabalho honesto, desde que fique na sua cidade.

Nós que mourejamos junto à periferia da cidade, em trabalhos de amor ao próximo, sempre vimos isso, mas agora a situação está atingindo proporções maiores. Que lição será aquela que devemos aprender? Solidariedade? Desprendimento dos bens terrenos? Fraternidade? Altruísmo? Honestidade? Qual a lição divina? Por certo a libertação do egoísmo é uma delas.

A reencarnação é a chave para muitos questionamentos. Não passamos por lições que não nos são necessárias. As vidas múltiplas nos dão uma resposta para os motivos das dores por que passamos. O conhecimento é libertador. Faculta ao espírito passar por seus dissabores com resignação e coragem.

Por maiores que sejam os sofrimentos que tenhamos que passar, coloquemos os ensinamentos de Jesus como nossos condutores e vivamos o Evangelho na alma em todos os dias de nossas vidas. A serenidade vivida por Estêvão é um exemplo, e o maior de todos, nosso mestre Jesus, a quem devemos buscar com toda a força de nossos espíritos, para alcançarmos as virtudes para a almejada paz.

Um dia, sim, quando nos despojarmos de nossas imperfeições, após nos termos desnudado perante nós mesmos, poderemos ser felizes, no altar íntimo dos corações, brilhando em cada um a sua luz, centelha divina despertada no imo do ser.

Mantenhamos a luz interna, a candeia acesa, cada um fazendo sua parte para se tornar melhor, transformando por sua vez o nosso país em um local melhor, de modo que os filhos do Brasil não precisem sair daqui para encontrar um campo melhor para viver.

Vivamos em paz uns com os outros, pois o Cristo de Deus deseja de nós a vivência de seu Evangelho de paz e fraternidade. Sejamos corretos sempre e nos amemos uns aos outros, tratando a todos como gostaríamos de ser tratados. Vivamos como os cristãos devem viver, ajudando-nos uns aos outros e exemplificando o amor ao próximo.

 

 


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