A encruzilhada
Nos momentos de grandes
dificuldades que
encontramos naturalmente
em nossa jornada pela
Terra, já que aqui não
viemos para fazer
turismo, mas sim para
aprender através de
provas e ou expiações,
estamos diante de um
perigo. Não nos
referimos aos riscos que
a situação difícil possa
representar, mas a um
outro tipo de perigo
representado pela
interpretação e reação
que possamos ter diante
do sofrimento, seja ele
de que natureza for.
Francisco de Assis, por
exemplo, contraiu a
malária numa época em
que recurso nenhum
contra esse mal a
humanidade dispunha.
Enfrentou a febre e os
demais sintomas
característicos dessa
enfermidade de uma forma
nua e crua
para nos valermos da
expressão popular. Da
mesma forma, Francisco
contraiu o tracoma,
grave infecção ocular,
também numa época em que
de nada se podia valer
no combate a essa
doença. Foi socorrido,
se assim podemos nos
expressar, por um ferro
em brasa que queimou-lhe
a vista comprometida no
intuito de curar-lhe a
enfermidade. Podemos
considerar que o remédio
fez um estrago maior do
que a própria doença.
Isso apenas como uma
pequena amostra do que
padeceu Il poverello,
sem entrarmos nas demais
dificuldades enormes que
enfrentou sem
revoltar-se contra o
sofrimento e, o que é
pior, contra o Criador.
Madre Teresa de Calcutá
que iluminou a história
da humanidade com a sua
entrega aos esquecidos
pelo mundo, padecia de
uma terrível dor de
cabeça que não lhe dava
sossego. No entanto a
força desse Espírito de
escol foi sempre maior
do que a própria doença,
não a impedindo de
entregar-se à caridade
de forma incondicional.
Nunca vacilou e
entregou-se à revolta
contra Deus abandonando
a tarefa de inestimável
valor que trouxe como
compromisso em sua
última estada entre os
homens.
Chico Xavier também foi
um outro exemplo vivo de
fidelidade a Jesus
apesar de todos os
sofrimentos e
dificuldades que lhe
repontaram pelo longo
caminho de sua última
existência no mundo dos
encarnados.
Para quem conhece
Divaldo pessoalmente ou
através de suas várias
bibliografias, sabe que
esse tarefeiro também
não foge à regra de
enfrentar dificuldades
que conhecemos e,
principalmente, aquelas
que desconhecemos.
Os Espíritos evoluídos
se caracterizam por não
alardear os problemas
que os visitam
persistentemente. É que
consideram as
dificuldades como
verdadeiras cercas
vivas de Deus a
mantê-los fiéis ao
rebanho do Divino
Pastor.
Por que será que temos
imensas dificuldades em
agir da mesma forma? Nos
primeiros embates que se
nos apresentam nos
colocamos numa
encruzilhada: aceitar o
sofrimento entendendo
que eles não erram de
endereço devido ao fato
da Justiça maior jamais
falhar, ou nos
entregamos aos protestos
através das blasfêmias
que no fundo reflete um
protesto contra o
próprio Criador.
Se ganhamos um carro
numa rifa; se
concretizamos uma viagem
de nosso sonho; se
trocamos nosso carro
velho por um zero
quilômetro; se acertamos
os números da loteria;
se a saúde não nos
falta; se tudo
transcorre em paz em
nosso lar; se os filhos
percorrem o bom caminho;
se, em resumo, tudo vai
bem e conseguimos nos
lembrar de Deus, temo-Lo
como nosso grande e bom
amigo. Entretanto, se as
coisas vão mal, se não
seguem o rumo que
desejamos, o primeiro a
ser lembrado é a figura
do Criador. Rapidamente
nos deslocamos do
instante tranquilo para
a referida encruzilhada
onde, na maioria das
vezes, optamos pela
descrença, pela
desistência de nossa fé,
acusando a Deus como o
grande culpado pelo mal
que nos atinge.
Vamos recorrer a
Emmanuel em uma página
do livro Palavras De
Vida Eterna,
capítulo 117: Não
julgues o sofrimento por
mal.
A tempestade carreia a
higiene da atmosfera.
A doença do corpo é
renovação do espírito.
Em todos os sucessos
desagradáveis e em todas
as condições adversas da
existência, acalma-te e
aguarda a intervenção da
Infinita Bondade.
Quantas vezes teremos
que renascer para não
chegarmos à encruzilhada
emocional citada
anteriormente e
aplicarmos perante os
obstáculos da existência
esses ensinamentos de
Emmanuel?
A página de onde
retiramos alguns
parágrafos de Emmanuel
intitula-se Espera
Por Deus.
Só que Deus está sempre
presente em nossas vidas
principalmente nos
momentos de dificuldades
maiores. Não é na
ocasião da enfermidade
grave que a mãe vela
mais intensamente à
cabeceira do filho?
Então o problema não é
sabermos esperar por
Deus, mas Ele é quem
está sempre a nos
aguardar em seu recanto
de Amor.
Quando assim sentirmos e
procedermos, a
encruzilhada
desaparecerá de nossa
estrada e prosseguiremos
em nossa rota sem a
necessidade de optar por
nenhum outro caminho a
não ser permanecermos
confiantes no roteiro
que nos foi dado por
Ele!