Segundo o Espiritismo a
Terra pertence à
categoria de mundos de
provas e expiações.
Habitantes de planetas
deste nível já tiveram
algum progresso, basta
observar os avanços,
principalmente nas
questões pertinentes à
ciência e tecnologia,
entretanto, o
comportamento moral
ainda atrasado demonstra
uma inferioridade que
deve, naturalmente, ser
vencida.
Uma das formas de vencer
a inferioridade moral,
claro que não a única, é
a provação por meio da
enfermidade. A
enfermidade não raro
atua como um freio e,
também, como um meio
para educar o indivíduo.
Um fumante inveterado
recebe o alerta médico
de que é preciso parar
com o vício, entretanto,
faz ouvidos moucos.
Então, pela lei de causa
e efeito colhe um
problema em seus
pulmões; problema este
que o educará mostrando
que é necessário domar
aquela inclinação ao
tabaco. Seja este homem
um teimoso e prossiga
com seu vício, os
apertos orgânicos serão
ainda maiores a
imputar-lhe dores e
sofrimento, não com o
objetivo de puni-lo, mas
com o único intuito de
fazê-lo compreender que
o corpo físico é sagrado
templo do Espírito
imortal para suas
vivências terrenas,
logo, não pode ser
massacrado pelo fumo.
Este homem lesará seu
corpo espiritual e, por
consequência da lesão no
perispírito, seu corpo
físico, em posterior
existência (quando não
na mesma), apresentará
alguns problemas
decorrentes de seu vício
de outrora. Aprenderá,
por meio dos dissabores
que orientam, a
tratar-se com o devido
respeito.
Perceba, porém, que este
é apenas um dos
infinitos exemplos que
podem ser citados para a
ilustração de como a
enfermidade tem o
caráter de educar, mas
não o de punir.
Entretanto, para crescer
pela dor e pelas
enfermidades não basta
apenas estar portador
delas, algo mais se faz
necessário. É preciso
ter resignação e aceitar
a condição temporária do
estar portador desta ou
daquela doença. Eis a
grande questão. A
condição de enfermo é
apenas temporária,
jamais definitiva. Não
somos Zika, estamos com
Zika, não somos HIV
positivo, estamos com
HIV positivo. Tudo
passa, e com as
enfermidades não é
diferente.
Jesus disse: A verdade
liberta. Pois sim,
conhecendo a verdade, ou
seja, que estamos num
mundo de provas e
expiações, saberemos que
as aflições virão, mas é
possível vencê-las.
Em O livro dos Espíritos
Allan Kardec indaga aos
mentores se podemos
vencer as provações da
existência. A resposta é
clara. Dizem os sábios
espirituais que podemos
vencer qualquer desafio,
mas é imperioso o
esforço. E informam que
poucos se empenham para
vencer os desafios. Uma
mensagem repleta de
otimismo a dizer-nos:
Vão em frente, cresçam,
prossigam, depende de
vocês!
E nascemos para vencer e
não para perder.
E as indagações, como
não poderiam deixar de
ser, na busca pela
verdade, sucedem-se: Por
que o homem está
submetido a antigas e
novas formas de doença?
Por que alguns adoecem
com mais facilidade do
que outros?
Perguntas interessantes,
mas que só terão
resposta satisfatória
quando analisadas sob o
prisma da imortalidade
da alma.
Submetido está a antigas
e novas doenças porque
vive num mundo de provas
e expiações, em que por
conta de seu pouco
desenvolvimento moral
ainda encontra-se
subordinado a
aprendizados, digamos,
dolorosos.
Melhore o homem
moralmente e suas
existências ficarão mais
leves, sem a pesada e
densa equação da dor
para resolver.
Quando o foco está
apenas na existência
atual, de fato as novas
patologias chocam, pois
demonstram estar
reinando num mundo onde
Deus deveria existir e,
portanto, fazer-se
soberano, haja vista
seus atributos.
Mas quando mudamos o
foco e enxergamos a
imortalidade da alma e
as existências
sucessivas, a coisa muda
de figura, e tudo faz
sentido porque tem uma
explicação palatável.
Basta, como ensinam os
Espíritos, o homem fazer
uma reflexão profunda
das razões pelas quais
determinada patologia o
visita. Se ele for
sincero e não encontrar
razões nesta existência,
fatalmente a causa
estará no passado.
E se hoje ele passa por
isso é porque Deus sabe
que tem condições de
resgatar esse débito e
sair vencedor de sua
jornada.
Oportunidade de
exercitar o amor
–
Um outro ponto
interessante a anotar é
o de que as
enfermidades, sejam elas
novas ou antigas, servem
para despertar no homem
o amor pelo seu
semelhante. Ao praticar
a lei de amor e caridade
o ser humano faz de tudo
para suavizar as dores
do próximo, não
caminhando por ele, mas
socorrendo-o diante da
dolorosa provação da
enfermidade física.
São os casos das
famílias saudáveis
fisicamente, mas que
recebem em seu seio um
indivíduo com graves
problemas de saúde.
Quando situações assim
ocorrem vale lembrar que
a prova é para toda a
família e não apenas
para um único indivíduo.
Ensinam os Espíritos que
numa sociedade que
pratica a lei de amor o
forte ampara o fraco,
portanto, o familiar com
saúde debilitada é no
momento alguém que se
encontra fragilizado a
requerer nossa atenção e
cuidados.
Recordo-me de uma
família composta por 3
filhos, marido e esposa,
total de 5 pessoas. A
mãe com os meninos ainda
adolescentes teve
trombose cerebral e
ficou inválida na cama.
Os papéis se inverteram,
ao invés dela cuidar dos
filhos, os filhos
tiveram de, ainda
jovens, abraçar a
tarefa. Complicado, é
verdade. Mas, não
obstante suas
limitações, todos
encararam o dever e o
cumpriram com zelo. Mais
interessante: não viam a
mãe como um fardo, mas,
sim, como alguém
necessitando ainda mais
de amor.
O que está por trás
disso?
Não sabemos no momento,
contudo, é fato que o
impossível é Deus errar,
logo, há alguma causa
razoável para esta
provação e que neste
instante escapa-nos a
ciência.
A provação teve pouco
mais de 27 anos de
duração. Após o
desencarne da mãe todos
se sentiram liberados
para tocarem suas vidas
de maneira, digamos, um
pouco mais livre.
A realidade é que tudo
passa nesta vida e
cabe-nos enfrentar toda
e qualquer situação com
coragem e certeza de que
Deus não nos abandona
jamais. Este, aliás, um
grande alento saber que
estamos sendo cuidados
pela inteligência
suprema. Não há nada
mais competente do que
isso.
Portanto, em face de
qualquer enfermidade,
seja nova ou antiga,
utilizemos do exercício
da serenidade, este bem
tão precioso que nos
proporcionará passar por
qualquer desafio
existencial de forma
mais leve.
Sem serenidade não se
atravessa a rua, com
serenidade damos a volta
ao mundo.
Pois é, caro leitor,
novas doenças, porém os
vícios são antigos,
ainda são os mesmos...
Pensemos nisso.