THIAGO
BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
Curitiba,
Paraná (Brasil) |
|
Tormentos da
Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 33)
Damos
prosseguimento
ao
estudo metódico
e sequencial do
livro Tormentos
da Obsessão, obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada em 2001.
Questões
preliminares
A. Os processos
de auto-obsessão
costumam deixar
sequelas?
Sim. Os
processos de
auto-obsessão
prolongada
deixam muitas
sequelas que
somente o tempo
e o esforço do
paciente poderão
drenar,
superando-as.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
17 – Alucinações
espirituais.)
B. Servir, amar,
contribuir são
procedimentos
realmente
importantes em
nossa vida?
Evidentemente.
Quando
auxiliamos a
alguém, que
passa a
contribuir
positivamente no
grupo social em
que se encontra,
os juros de amor
são-nos também
acrescentados,
porquanto o
importante é o
ato inicial de
ajuda. O bem é
sempre melhor,
mais proveitoso,
mais positivo
para aquele que
o realiza. É por
isso que nunca
devemos
desperdiçar o
ensejo de
servir, de amar,
de contribuir em
favor do
progresso, por
menor que seja a
nossa
contribuição,
por menos
valiosa que ela
se nos
apresente.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
17 – Alucinações
espirituais.)
C. Há na vida
encontros e
desencontros.
Podemos afirmar,
então, que todo
encontro é um
reencontro?
Não. Nem todo
encontro se
trata de um
reencontro.
Estamos
diariamente
fazendo novos
amigos ou
afastando-nos
deles conforme
as nossas ações.
No caso do
médium Honório,
foi ele quem
abrira brechas
mentais para a
parasitose
espiritual,
atraindo
Mefistófeles (o
obsessor) pelo
teor de
vibrações
emanadas pela
sua mente em
desalinho, mas
não se
conheciam.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
18 – Socorro de
emergência.)
Texto para
leitura
170. A mãe
conversa com
Honório
– Tendo a mãe ao
seu lado,
Honório chorava
e sorria, num
misto de
tristeza
profunda e de
alegria que o
tomava. Enquanto
isso, após uma
breve pausa, que
deveria
auxiliá-lo a
absorver-lhe as
considerações, a
mãezinha
prosseguiu:
“Visitei-o
durante os
longos anos da
nossa separação
física, mas você
não me pôde
identificar. A
solidão em que
esteve atirado
por vários
fatores, ao
invés de
direcionar-lhe a
mente para Deus
e para a paz,
empurrou-o para
as fugas
espetaculares no
rumo do delírio
e das abjeções
morais. Não
desejamos
julgar-lhe a
conduta. Apenas
queremos
informá-lo que
tudo isso agora
é passado, mas o
futuro sorri-lhe
mil
possibilidades
de refazimento,
de renovação, de
trabalho
edificante. Você
nunca esteve
realmente a
sós... Quanto
nos foi
possível,
procuramos
infundir-lhe
ânimo ante as
vicissitudes e
inspiração para
suportar o fardo
da soledade, que
necessitava por
imposição
evolutiva.
Optando pelos
devaneios,
associou-se a
Espíritos
vulgares que o
exploraram
psíquica e
fisicamente,
enquanto o
auxiliavam no
banquete da
perversão moral.
Mas agora tudo
começa a mudar.
Permaneça
atento, e
levante-se, meu
filho, para
refundirmos
nossas energias
em um abraço de
inefável amor”.
Na sequência, a
veneranda
Entidade dobrou
a médium,
distendeu os
braços e
auxiliou o filho
a levantar-se.
Tremendo como
varas verdes,
foi ele cingido
pela genitora,
enquanto apoiava
a cabeça
suarenta e
dorida nos
ombros maternos,
soluçando, e
balbuciando: “Eu
não sabia! Eu
não sabia...”
Auxiliando-o a
sentar-se no
leito e depois
de frases de
encorajamento, a
mãe de Honório
concluiu com
doçura: “Nunca
se esqueça do
amor de Deus. À
medida que você
compreender o
significado
deste momento,
mesmo que
retornando os
clichês viciosos
à sua
consciência,
reaja e pense em
Deus, buscando a
leitura dos
textos
evangélicos, a
fim de conseguir
material
iluminativo para
o seu
crescimento
interior. Muito
bom ânimo, filho
da alma! Que
Deus o abençoe e
o ampare!” Dito
isso, ela se
retirou.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
17 – Alucinações
espirituais.)
171. A
auto-obsessão
deixa sequelas
– Honório
respirava sem
muita
dificuldade,
enquanto as
lágrimas lhe
escorriam lentas
e, em reflexão,
tentava fixar na
mente a
ocorrência, sem
apresentar os
delírios que
antes lhe
caracterizavam o
comportamento.
Pairando
peculiar
silêncio,
Eurípedes
concluiu a
reunião, orando
a Jesus, o sábio
Médico das
almas! Findos os
trabalhos,
depois de
retirar-se do
recinto, Miranda
perguntou ao dr.
Inácio se
Honório
continuaria
lúcido a partir
daquele momento.
“Não
totalmente”,
respondeu o
médico. “Os
processos de
auto-obsessão
prolongada
deixam muitas
sequelas que
somente o tempo
e o esforço do
paciente poderão
drenar,
superando-as.
Nesse processo,
conforme vimos,
o enfermo
experimentava o
assédio do seu
comparsa
obsessivo, que
se mantinha à
distância, mas
se lhe vinculava
pelo pensamento,
induzindo-o
constantemente à
vivência dos
prazeres
vulgares.
Fazia-se vítima
do desequilíbrio
pessoal e da
ligação
perversa.
Amparado aquele
que o
perturbava, e
que irá
enfrentar as
consequências
dos seus atos
infelizes, o
paciente terá
pela frente todo
um significativo
trabalho de
reconstrução
mental, de
reestruturação
do pensamento,
de mudança da
conduta moral.
No entanto, sob
o adequado
tratamento que
se prolongará
pelo período
necessário,
conseguirá
readaptar-se ao
correto, ao
moral e ao
saudável.”
(Tormentos da
Obsessão, cap.
17 – Alucinações
espirituais.)
172. Nunca
devemos
desperdiçar o
ensejo de servir
– No tocante a
Augusto, o ator
que se
intitulava
Mefistófeles,
dr. Inácio
informou que ele
seria atendido
conforme
merecia, por sua
vez
desligando-se do
outro comparsa
mais inditoso,
que dele se
utilizava para
processos
vulgares dessa
natureza. Disse
então o estimado
médico: “Nosso
relacionamento
de criaturas
umas com as
outras produz
efeitos
correspondentes
aos graus de
vinculação.
Quando
auxiliamos a
alguém, que
passa a
contribuir
positivamente no
grupo social em
que se encontra,
os juros de amor
são-nos também
acrescentados,
porquanto o
importante é o
ato inicial de
ajuda. Da mesma
forma, quando
nos
responsabilizamos
pela degradação
ou queda,
infelicidade ou
desalinho de
outrem, todo o
volume de
desares que
aparece é
adicionado à
nossa atitude
primeira, àquela
que deu curso
aos desatinos
que tiveram
lugar a partir
dali. Eis porque
o bem é sempre
melhor, mais
proveitoso, mais
positivo para
aquele que o
realiza. Nunca
devemos
desperdiçar o
ensejo de
servir, de amar,
de contribuir em
favor do
progresso, por
menor que seja a
nossa
contribuição,
por menos
valiosa que se
nos apresente.
Estamos
convidados a
construir, nunca
a perturbar, a
erguer o amor às
culminâncias,
jamais a
impedir-lhe o
avanço, seja sob
qual
justificativa o
façamos”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
17 – Alucinações
espirituais.)
173. Não é
nada fácil a
ascensão
– No dia
seguinte, ao
despertar, o
drama que
envolvia Augusto
e Honório
retornou à
memória de
Manoel Philomeno
com acentuada
nitidez.
Relacionava
aquelas duas
vidas, cujas
experiências
tiveram cenário
em épocas e
lugares
diferentes, e,
no entanto, se
associaram de
maneira tão
perturbadora
quão desastrosa.
Sem que houvesse
algum vínculo
pessoal, pelo
menos aparente,
passaram por
experiências
doentias que
somente a
bondade de Deus
conseguira
interromper.
Seguiriam
diferente rumo
ou voltariam a
encontrar-se?
Haveria alguma
ligação
espiritual
anterior
negativa, que
justificasse
aquele
intercurso
obsessivo?
Outras questões
dentro do mesmo
pensamento
surgiram-lhe,
mas teve de
postergar
esclarecimentos,
aguardando o
momento próprio.
Alberto também
ignorava as
implicações em
torno do caso
muito especial.
O fato é que o
tema da obsessão
sob qualquer
aspecto
considerado
sempre fascinou
o autor deste
livro,
ajudando-o a
entender o
intrincado da
Lei de Causa e
Efeito no
transcurso da
evolução humana.
Ele já havia
visitado
diversos amigos
cujas
experiências
dolorosas
anotara,
oferecendo-lhes
a contribuição
possível, e,
dentre eles,
Honório, que
apresentava
sinais de
visível melhora,
embora a
expressão dos
olhos ainda
denotasse
fixação nos
quadros do
passado,
conforme era de
esperar e assim
lhe fora
esclarecido. Em
verdade, diz
Manoel Philomeno,
não é nada fácil
a ascensão, a
transferência do
vale estreito
para a adaptação
no monte que
alcança
horizontes
infinitos. A
longa
peregrinação
pelo charco
produz diversos
problemas ao
organismo que se
intoxica das
emanações
morbíficas, da
umidade, do
tremedal. À
medida que o ser
ascende, é
convidado à
adaptação lenta
em cada patamar,
a fim de no
futuro poder
contemplar as
alturas e
absorver o
oxigênio puro a
que não está
acostumado.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
18 – Socorro de
emergência.)
174. Nem
todo encontro é
um reencontro
– O dia
transcorreu
enriquecido de
experiências
libertadoras,
por ensejar a
Miranda
reflexões cada
vez mais
profundas em
torno dos
acontecimentos
que elevam ou
escravizam o
Espírito,
decorrentes da
sua conduta
anterior. Às 23
horas e 30
minutos, dr.
Inácio buscou-o
no apartamento,
ensejando-lhe
apresentar-lhe
as interrogações
sobre o caso
Honório. Com
muita sabedoria
e simplicidade,
o médico
explicou que nem
todo novo
encontro se
trata de um
reencontro,
como, aliás, é
lógico. Estamos
diariamente
fazendo novos
amigos ou
afastando-nos
deles conforme
as nossas ações.
No caso que
tanto o
impressionara,
fora o encarnado
quem abrira
brechas mentais
para a
parasitose
espiritual,
atraindo
Mefistófeles
pelo teor de
vibrações
emanadas pela
sua mente em
desalinho. Disse
então o
atencioso
médico: “Cada
experiência
humana faculta
vinculação com o
objetivo a que
se direciona,
ensejando novos
relacionamentos
ou dando
prosseguimento
aos antigos, sem
que,
necessariamente,
esteja a
repetir-se com
as mesmas
personagens.
Digamos, por
fim, que foi
meramente casual
esse fenômeno
obsessivo, face
à similitude
vibratória entre
os dois cômpares
espirituais.
Liberados dos
laços da
afinidade que os
retinha em
perturbação,
marcharão por
caminhos
diversos, tendo
em vista os
valores que
tipifiquem o
processo
evolutivo de
cada qual.
Talvez possam
encontrar-se, o
que não será
indispensável,
porquanto
despertarão em
paisagens
mentais próprias
a fim de
seguirem adiante
no rumo do
Infinito”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
18 – Socorro de
emergência.)
175. Um
santuário
dedicado à
mediunidade
– O recinto
visitado em
seguida por
Manoel P. de
Miranda
transcendia a
beleza comum, na
sua simplicidade
quase
comovedora.
Harmonias
espirituais
pairavam no ar,
produzindo um
estado de emoção
especial. De
reduzidas
proporções, era
um santuário
para as
experiências
mediúnicas e os
intercâmbios com
aqueles que
transitavam na
noite terrestre
exercendo
atividades muito
delicadas.
Preservado de
vibrações
deletérias,
convidava à
meditação e à
prece. Quando
Miranda chegou,
viu que ali se
encontravam o
nobre Eurípedes
e sua dedicada
médium, bem como
outros Espíritos
afáveis que o
receberam com
cordialidade e
simpatia. A
reunião
programada seria
um pouco mais
tarde. A
necessidade do
encontro
antecipado tinha
por objeto
favorecer o
contato
proveitoso de
Miranda com o
dedicado
Eurípedes,
conforme
aconteceu.
“Dentre as
atividades
mediúnicas a que
me houvera
afervorado na
Terra — iniciou,
o devotado
amigo, a sua
explicação — o
tratamento com
os obsessos
sempre me
significou
ministério
delicado e
credor do maior
empenho.
Acompanhar a
trajetória de um
ser submetido
pela mente
desarvorada de
outro, que se
utiliza da
situação
espiritual para
reivindicar
valores que lhe
não pertencem,
porque tudo
procede de Deus,
ou para exigir
pagamentos
morais por danos
sofridos, sempre
se me expressava
como uma forma
de sofrimento
pessoal. Isso,
não somente por
sentir a
alucinação do
hospedeiro, mas
também por
compreender a
infelicidade do
seu transitório
hóspede. Sempre
que enfrentava
essa pertinaz
enfermidade,
procurava
penetrar no
âmago do
vingador para
despertá-lo para
a felicidade que
adiava apenas
por capricho,
ignorância ou
rebeldia.
Acostumado, no
entanto, ao
abandono que se
permitira ou ao
sofrimento a que
se deixara
arrastar, esse
irmão do
Calvário
relutava em
acreditar nos
meus
sentimentos,
sempre supondo
que eu guardava
motivos
subalternos,
qual o de
afastá-lo do
encarnado e
semelhantes, sem
qualquer
consideração
pela sua dor.
Evitando
discussões
estéreis, sempre
busquei irradiar
simpatia e
compreensão pelo
seu drama,
conseguindo
sensibilizar um
expressivo
número de
equivocados.”
(Tormentos da
Obsessão, cap.
18 – Socorro de
emergência.)
(Continua no
próximo número.)