Meu filho
Epifânio Leite
Filho meu de outro
tempo, armei-te de ouro
e lança,
Exortei-te a sonhar:
“ama, constrói,
ensina!...”
E transformaste o mando
em presença assassina;
Vejo-te a trilha em fogo
onde a memória alcança.
Quis ver-te
reencarnado.., O amor
jamais descansa.
E achei-te — águia
enjaulada em gaiola
mofina —
Cego e mudo a esmolar e
a gemer em surdina.
Trazes luto no peito e
chagas na lembrança!...
Chorei ao reencontrar-te
em provações supremas...
Louvo, entanto, meu
filho, as ríspidas
algemas
Da dor a nos zurzir, ao
redor de teus passos!
O pranto lavará nossas
culpas longevas,
E, um dia, subirás da
humilhação nas trevas
Para a glória da luz na
concha dos meus braços.
Do livro Luz no Lar,
obra mediúnica
psicografada pelo médium
Francisco Cândido
Xavier.