A Vida no Outro Mundo
Cairbar
Schutel
Parte 25
Continuamos nesta edição
o estudo metódico e
sequencial do livro A
Vida no Outro Mundo,
de autoria de Cairbar
Schutel, publicado
originalmente em 1932
pela Casa Editora O
Clarim, de Matão (SP).
Questões preliminares
A. Os Espíritos que
habitam os planos
espirituais mais
afastados da crosta
terrestre são mais
adiantados?
Sim. Os círculos que
envolvem a Terra se
diferenciam pela fluidez
da matéria que os
compõe. Como a matéria
se rarefaz quanto mais
afastados estiverem os
planos espirituais da
crosta terrestre, mais
adiantados serão os
Espíritos que neles
habitarem, devido à
fluidez, à rarefação, em
suma, à perfeição da
matéria em que se acham.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
B. Em nosso meio só quem
dispõe de recursos
econômicos é que pode
morar em grandes e boas
casas. Dá-se o mesmo no
Mundo Espiritual?
Evidente que não. O
estabelecimento das
residências no Mundo
Espiritual não se
realiza, como acontece
no plano terrestre, com
a reunião dos
afortunados de um lado e
dos desafortunados no
outro. No Plano
Espiritual as moedas
correntes são a virtude
e o conhecimento; em
duas palavras: Caridade,
Sabedoria. São estes os
tesouros que os ladrões
não roubam, os vermes
não estragam, as traças
não roem, a ferrugem não
extingue. Eis por que é
indispensável àquele que
não quiser sofrer, mas
gozar, acumular essa
fortuna incorruptível.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
C. Há no Mundo
Espiritual escolas e
estabelecimentos de
ensino, tal como ocorre
em nosso plano?
Sim. No Mundo Espiritual
existem muitos meios de
instrução, muitos
estabelecimentos de
ensino, muitas escolas
de progresso, além dos
que existem na Terra.
Todos os Espíritos têm
um lugar no Mundo
Espiritual, e cada um
deles recebe instrução,
proteção e auxílio
daquele que lhe é
superior. (A Vida no
Outro Mundo – Cap. XXIII
– Os planos subsequentes
ao mundo espiritual.)
Texto para leitura
320. Após o relato sobre
o Plano Espiritual, que
sucede à vida corpórea,
cumpre-nos dizer algo
sobre o mais Além. É
claro que, a esse
respeito, não podemos
apresentar grandes
conhecimentos; aliás,
parece suficiente saber
o ponto da jornada a que
temos de chegar. Daí
para diante, outras
luzes nos iluminarão a
estrada, e novos
conhecimentos melhor nos
esclarecerão para
demandarmos a meta que o
Pai nos assinalou. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
321. Em todo o caso,
podemos aventurar mais
um passo no Caminho do
Futuro que nos espera e
tecer algumas
considerações sobre a
Vida Superior. Todos
devem saber que a nossa
atmosfera, desde aquela
que circunda o globo,
até a que fica na
fronteira dos outros
planetas, como já
dissemos, não é igual.
Pela mesma forma vemos
que o nosso mundo é
constituído de camadas
sobrepostas, conforme
ensina a Geologia. As
escavações mostram
camadas que se sucedem
de distância a
distância. Na atmosfera
dá-se o mesmo; ela é
composta de camadas
superpostas. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
322. Da Terra a uma
certa distância, a
matéria que existe em
abundância é o oxigênio,
gás imponderável aos
sentidos humanos, não
obstante matéria ainda,
dado que muito grosseira
aos sentidos da alma,
sentidos psíquicos, ou
espirituais. Pois bem;
em subindo, mais diminui
o oxigênio, e assim por
diante, a matéria vai-se
rarefazendo, tornando-se
cada vez mais sutil.
Isto acontece sempre
gradativamente, porque
na Natureza não pode
haver transições
bruscas. Nada passa de
um estado para outro,
sem que primeiro passe
por um estado
intermediário. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
323. Esses círculos que
envolvem a Terra, e se
diferenciam pela fluidez
da matéria que os
compõe, são as Esferas
Espirituais, cada qual
mais adiantada em
sentido ascendente, do
Mundo dos Espíritos. São
outros tantos mundos,
cada um mais evoluído,
mais perfeito, mais belo
e admirável que o
precedente. Os Espíritos
que nunca deixaram as
regiões inferiores só
podem fazer pálida ideia
desses planos
superiores, e, ainda
assim, se algum Espírito
Superior lhos revelar.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
324. Cada mundo inferior
é o reflexo do mundo
imediatamente superior,
e, assim como a matéria
se rarefaz, elevada a
quintessência, assim
também, quanto mais
afastados estiverem os
planos espirituais, mais
adiantados serão os
Espíritos que neles
habitarem, devido à
fluidez, à rarefação, em
suma, à perfeição da
matéria em que se acham.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
325. É lógico, pois, e
concludente, que sempre
vamos subindo para um
estado melhor
aproximando-nos,
gradativamente, da mais
real felicidade, pois
esta depende da
espiritualização. E,
para melhor incentivar
os Espíritos no trabalho
contínuo de evolução,
ocorre uma lei natural,
segundo a qual aqueles
que moram nos degraus
superiores podem baixar
aos degraus inferiores;
mas aqueles que moram
nos planos inferiores
não podem subir aos
superiores. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
326. O estabelecimento
das residências no Mundo
Espiritual não se
realiza, como acontece
no plano terrestre, com
a reunião dos
afortunados ou dos
desafortunados. Aqueles,
aqui, têm recursos e
moram em grandes e boas
casas; os que não os
têm, moram nos
arrabaldes, nos sítios e
em casebres. E os
desafortunados do mundo,
parece, só existem para
servirem aos que têm
fortuna! No Plano
Espiritual não é a mesma
coisa: lá, as moedas
correntes são a virtude
e o conhecimento; em
duas palavras: Caridade,
Sabedoria. São estes os
tesouros que os ladrões
não roubam, os vermes
não estragam, as traças
não roem, a ferrugem não
extingue. Eis por que é
indispensável àquele que
não quiser sofrer, mas
gozar, acumular essa
fortuna incorruptível.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
327. Façamos agora um
esforço intelectual,
ergamo-nos num salto
mais arrojado,
atravessemos essas
camadas superpostas e
elevemo-nos até à órbita
da Terra. A órbita é o
caminho que o nosso
mundo percorre, é a área
em que ele como que tem
direito de agir, de
andar, de caminhar. Os
demais mundos
espirituais que o
circundam, têm, também,
suas órbitas ainda que
mais fluídicas na medida
da rarefação de cada um,
e fazem também o seu
percurso anual. (A
Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
328. A Terra percorre a
sua órbita velozmente e,
além desse percurso, que
é o de translação, o
nosso mundo tem o
movimento de rotação em
torno do seu eixo
magnético, em que gasta
23 horas, 56 minutos e
4,095 segundos. Pois
bem, outros planetas do
nosso sistema têm os
mesmos movimentos; uns
fazem o seu percurso em
menos tempo, outros em
mais, sempre em relação
à distância em que se
acham do Sol. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
329. Acresce ainda que
todos esses planetas, e
suas camadas
atmosféricas, são
habitados por seres mais
ou menos inteligentes do
que nós. Podemos,
entretanto, afirmar que
entre os mundos do nosso
Sistema Solar Mercúrio e
Vênus são inferiores à
Terra; Marte, Júpiter,
Saturno, Urano, Netuno
lhe são superiores.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
330. Vênus e Mercúrio
estão mais próximos do
Sol, fazem o seu
movimento de rotação com
o seu eixo muito
inclinado; não podem ser
superiores, pois as
condições de vida ali
são demasiado
inclementes. Devem
existir planetas onde as
condições de Vida podem
ser mais promissoras.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
331. A Terra é, pois; o
3º planeta, não só na
ordem de distância do
Sol, mas também, talvez,
quanto às condições de
inferioridade; aqui
predominam o mal, o
sofrimento, a
ignorância. E que
diremos desses dois
planetas ainda mais
atrasados que a Terra?
Pois é justamente para
esses planetas, e outros
em formação, que estão
sendo exilados os
Espíritos rebeldes, que
fizeram da Terra um
inferno dantesco, bem
como aqueles em cujo
coração predomina o mal.
332. Ocorre com o nosso
planeta o que se deu com
outros planetas: foi
preciso excluir da sua
Humanidade os rebeldes e
retardatários que
entravavam o seu
progresso, como se deu
com a raça adâmica da
lenda bíblica, que foi
excluída do Paraíso
(mundo superior), para
sofrer, aqui, as
consequências dos seus
erros, e, ao mesmo
tempo, trazer-nos o
progresso conquistado.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
333. É de se notar que
essas vagas deixadas
pelos Espíritos que
saem, serão preenchidas
por Espíritos de
melhores condições,
sendo, por isso,
perfeitamente aceitável
a descida ao nosso mundo
de Espíritos de outros
planetas: saem os
piores, vêm os melhores.
O que, porém, se precisa
frisar, é que a vida
normal do Espírito não é
na Terra, mas sim nessas
esferas, ou mundo
extraplanetários que
constituem o Mundo
Espiritual. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
334. A existência
terrestre não é mais que
uma encarnação, uma
espécie de internato
onde cada qual se vem
especializar num certo
conhecimento, adaptável
à sua modalidade
inconsciente psíquica.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
335. No Mundo
Espiritual, existem
muitos meios de
instrução, muitos
estabelecimentos de
ensino, muitas escolas
de progresso, além dos
que existem na Terra. E
as reencarnações, na
Terra, dependem do grau
de materialidade dos
Espíritos que aqui se
encarnam, sejam de que
ordem forem. (A Vida
no Outro Mundo – Cap.
XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
336. Todos os Espíritos
têm um lugar no Mundo
Espiritual, e cada um
deles recebe instrução,
proteção e auxílio
daquele que lhe é
superior. A harmonia e a
ordem regem esse mundo
admirável. Durante as
encarnações, o Espírito
grava, numa parte do seu
"inconsciente", os
conhecimentos que
adquire. Quando volta ao
Mundo da Realidade,
acrescenta, às demais
parcelas de
conhecimentos
adquiridos, mais esse da
sua última existência.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
337. Na Vida Maior, o
Espírito retoca,
corrige, aumenta esses
conhecimentos, até que,
com a sua relativa
perfeição nessa esfera,
completa a obra, para
começar uma outra em
mais elevada esfera. De
modo que, na nossa
existência, há sempre
atos a modificar,
princípios a corrigir e
conhecimentos a
adquirir. Só depois do
progresso realizado,
progresso esse que é
sempre relativo, é que
terminamos a nossa obra,
ou começamos outra.
(A Vida no Outro Mundo –
Cap. XXIII – Os planos
subsequentes ao mundo
espiritual.)
338. O "inconsciente" é
o conjunto dos
"conscientes"
modificado, corrigido,
aumentado. Só a real
individualidade, o Ser
total, o possui na
íntegra, ao passo que o
"consciente" é uma
espécie de caixa de
registro da
"personalidade", ou
seja, do "ser
encarnado".(A Vida no
Outro Mundo – Cap. XXIII
– Os planos subsequentes
ao mundo espiritual.)
(Continua no próximo
número.)
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