THIAGO
BERNARDES
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Curitiba,
Paraná (Brasil) |
|
Tormentos da
Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 34)
Damos
prosseguimento
ao
estudo metódico
e sequencial do
livro Tormentos
da Obsessão, obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada em 2001.
Questões
preliminares
A. No tratamento
da obsessão
devemos assistir
ambos os
litigantes?
Evidentemente.
Como entendem
diversos
estudiosos
espíritas,
Eurípedes
Barsanulfo
também ensina
que na trama da
obsessão não
apenas se
encontra em
desalinho o que
chora e se
desespera, mas
também aquele
que aplica o
látego, o
verdugo
aparentemente
insensível, que
é sempre alguém
que perdeu o
rumo de si
mesmo, por
consequência, a
identificação
com a vida.
Obsessor e
obsidiado devem,
pois, de igual
modo, ser
assistidos e
auxiliados com
os recursos
espíritas.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
18 – Socorro de
emergência.)
B. É verdade que
existem no
perispírito as
chamadas
matrizes, ou
seja, marcas
nele impressas
pela consciência
culpada?
Sim, é verdade.
E mais: tais
matrizes
facultam as
induções e
fixações entre
credores e
devedores, a
expressar-se em
aflições
obsessivas para
ambos os
atormentados. O
fato é mera
consequência da
lei de ação e
reação que nos é
explanada pelo
Espiritismo.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
18 – Socorro de
emergência.)
C. Por que,
iniciada a
tarefa na seara,
ninguém deve
olhar para trás?
Esse pensamento
é calcado em
conhecida
recomendação de
Jesus. O fato é
de fácil
compreensão.
Segundo
Eurípedes, o
Espírito
reencarnado em
tarefa
libertadora
sempre será
chamado ao
testemunho nos
montes onde
problemas
equivalentes o
aguardam: no
primeiro, deve
dar a conhecer o
objetivo a que
se dedicará; no
segundo,
cabe-lhe traçar
as linhas de
comportamento
que adotará, e
no terceiro,
vivê-las até o
momento final
com equilíbrio e
abnegação,
ciente de que
nunca lhe
faltará o apoio
indispensável ao
êxito, que
procede do mundo
espiritual
vigilante e
ativo. É por
isso que,
iniciada a
tarefa na seara,
ninguém deve
olhar para trás,
ou poderá perder
excelente
oportunidade de
crescimento. (Tormentos
da Obsessão,
cap. 18 –
Socorro de
emergência.)
Texto para
leitura
176. Na
obsessão, ambos
os litigantes
sofrem e
precisam de
ajuda –
Dando
continuidade à
sua fala,
Eurípedes
asseverou: “Na
trama da
obsessão,
portanto, não
apenas se
encontra em
desalinho o que
chora e se
desespera, mas
também aquele
que aplica o
látego, o
verdugo
aparentemente
insensível, que
é sempre alguém
que perdeu o
rumo de si
mesmo, por
consequência, a
identificação
com a vida.
Acercar-se da
sua situação
penosa, mediante
sincera emoção,
é de significado
profundo, porque
a irradiação
mental é mais
poderosa do que
a verbalização
que pode ser
destituída da
vibração de
legitimidade. O
amor, por
consequência, é
o mais poderoso
recurso ao nosso
alcance,
expresso ou não,
para ser
utilizado, do
que quaisquer
argumentos bem
urdidos, porém
escassos do
recurso
vitalizador que
é necessário a
todo aquele que
se encontra em
carência
afetiva. E os
perseguidores
são,
invariavelmente,
Espíritos em
grande carência,
desconfiados e
áridos, porque
foram vítimas de
enleios e
traições
relacionados com
os seus
sentimentos de
nobreza e de
sinceridade.”
Fazendo uma
pausa oportuna,
e mantendo a
expressão da
face muito
serena, ele
prosseguiu:
“Tendo em vista
a necessidade de
ressarcimento
das dívidas
contraídas pelo
abuso da
confiança que
nos foi
oferecida,
torna-se-nos
necessário o
mergulho na
carne, a fim de
refazermos os
caminhos, as
afeições, as
oportunidades.
Antes da viagem
à reencarnação,
ainda lúcido, o
candidato
promete
fidelidade e
devotamento,
sintonia com os
Amigos
espirituais que
ficaram na
Erraticidade
para o ajudar na
desincumbência
do dever. Logo,
porém, que o
corpo ensombra a
lucidez
espiritual,
diminuindo-a, os
impositivos da
matéria passam a
predominar no
ser em recomeço,
não poucas vezes
afastando-o do
caminho traçado.
Eis por que o
Espiritismo,
representando o
retorno de Jesus
à Terra através
de O Consolador,
desempenha a
missão sublime
de despertar as
consciências
adormecidas,
facultando o
intercâmbio
direto com o
mundo de origem,
onde se haurem
as energias
indispensáveis
ao cumprimento
da tarefa e se
dispõem das
lembranças para
o prosseguimento
dos
compromissos”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
18 – Socorro de
emergência.)
177. As
marcas impressas
no perispírito
pela consciência
culpada
– Segundo
lembrou
Eurípedes, é
durante a
vilegiatura
carnal que têm
curso os
combates
iluminativos,
quando se devem
reunir e
confraternizar
os antigos
adversários, a
princípio sob o
sufrágio da dor,
porquanto
defraudaram as
Leis, sem que
delas se possam
evadir, para
depois se
renderem ao
amor, à
fraternidade. As
matrizes que se
encontram no
perispírito — as
marcas impressas
pela consciência
culpada —
facultam as
induções e
fixações entre
credores e
devedores,
expressando-se
em aflições
obsessivas para
ambos os
atormentados.
Não existe,
pois, na Terra,
ninguém que
esteja isento da
comunhão com os
Espíritos, seja
ou não pela
necessidade
reparadora. Esse
relacionamento
faz parte do
processo da
evolução, porque
o crescimento ou
a queda de
alguém repercute
na grande
família
espiritual que
constituímos.
Reconhecemos,
portanto, que a
reencarnação é
sempre um grande
desafio,
especialmente
para aquele que
deseja realizar
a meritória obra
de
espiritualização
dos homens, a
começar por si
mesmo. São, no
entanto, muitos
os impedimentos
naturais que se
levantam nessas
ocasiões,
tentando
embaraçar ou
dificultar a
execução do
programa
delineado. Ditas
tais palavras,
Eurípedes
prosseguiu: “O
carreiro carnal
é sempre uma
experiência de
alto risco para
quem deseja
atingir as
cumeadas da
montanha das
bem-aventuranças.
Recordando-nos
do Mestre,
constataremos
que Ele venceu
os três montes
que O
desafiaram: o
Tabor, onde se
transfigurou
esplendente de
beleza diante de
Moisés e Elias,
que vieram
reverenciá-lo,
bem como dos
discípulos que
ainda não tinham
dimensão da Sua
grandeza. Foi o
monte da
comunhão
espiritual no
seu sentido mais
elevado. O outro
foi aquele no
qual Ele cantou
as
bem-aventuranças,
revolucionando
os códigos de
ética, de
economia e de
moral vigentes
na sociedade,
abrindo
horizontes novos
para o
entendimento dos
valores
espirituais. E,
por fim, o
Gólgota, onde,
aparentemente
vencido,
triunfou,
imortal,
colocando a
ponte para a
perpétua
comunhão de
todas as
criaturas com o
Pai. No
primeiro, Ele
desvelou-Se, no
segundo
estabeleceu as
diretrizes do
amor, e, no
terceiro, viveu
todos os
ensinamentos que
enunciou”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
18 – Socorro de
emergência.)
178.
Iniciada a
tarefa na seara,
ninguém deve
olhar para trás
– Na sequência
de sua fala, o
nobre Instrutor
lembrou que o
Espírito
reencarnado em
tarefa
libertadora
sempre será
chamado ao
testemunho nos
montes onde
problemas
equivalentes o
aguardam: no
primeiro, deve
dar a conhecer o
objetivo a que
se dedicará; no
segundo,
cabe-lhe traçar
as linhas de
comportamento
que adotará, e
no terceiro,
vivê-las até o
momento final
com equilíbrio e
abnegação. Não é
algo demasiado,
porque nunca lhe
faltará o apoio
indispensável ao
êxito, que
procede do mundo
espiritual
vigilante e
ativo. É por
isso que,
iniciada a
tarefa na seara,
ninguém deve
olhar para trás.
Feitos os
esclarecimentos
a que nos
referimos,
Eurípedes
comunicou a
todos os
objetivos da
reunião que se
realizaria em
seguida:
“Reunimo-nos
aqui, neste
momento, para
receber um
querido
companheiro que
se encontra nas
sombras
terrestres com
tarefa muito bem
programada, mas
caminha a largos
passos para a
loucura das
paixões humanas
a que ora se
entrega.
Telementalizado
pelos
adversários do
seu progresso,
bem como por
sistemáticos
inimigos da
libertação das
mentes humanas
das chagas
obsessivas,
deveremos
convidar o
companheiro a
reflexões
acuradas e, mais
uma vez, tentar
dissuadi-lo dos
objetivos vãos
que está
abraçando com
louca
sofreguidão,
procurando na
Terra o prazer e
o engodo, a fama
e a
popularidade,
esquecendo-se de
Jesus, que vai
passando para
segundo plano,
ou pior, que se
torna
instrumento de
atração para os
seus torpes
desejos de
sensações.
Quando se está
muito preocupado
com a própria
promoção,
esquece-se da
razão do
trabalho, que
passa a lugar
secundário. Como
a existência
física é muito
breve e logo se
acaba, o iludido
desperta no
abismo do
arrependimento
tardio,
assinalado pelos
sofrimentos
demorados.
Aguardemos,
portanto,
Edmundo, o
servidor em
perigo”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
18 – Socorro de
emergência.)
179.
Edmundo, um
servidor em
perigo –
Minutos depois,
um grupo de
amigos
espirituais deu
entrada no
recinto trazendo
Edmundo
adormecido, o
qual foi
colocado em uma
cadeira
confortável e
acolhedora.
Tratava-se de um
jovem que ainda
não completara
quarenta anos. O
seu sono era
inquieto, fato
que demonstrava
desalinho
interior. Embora
a aparência
agradável, o
corpo
perispiritual
apresentava
estranhas
exteriorizações
vibratórias,
particularmente
nos centros
coronário e
genésico.
Emitiam ondas de
cores quentes,
intermitentes,
denunciando
comprometimento
dos fulcros
geradores de
energia.
Continuando a
observação com
mais cuidado,
Miranda
percebeu-lhe
dilacerações no
campo modelador
biológico de
procedência
inferior, que
iriam
manifestar-se
posteriormente
no corpo
somático. No
centro cerebral
estava instalada
a matriz
obsessiva, o que
também se
apresentava no
aparelho sexual.
Certamente, os
plugues de
ligação haviam
sido desligados
magneticamente
naquele momento
pelos
assistentes que
o trouxeram para
o encontro
especial. Feita
a oração inicial
em que o
Instrutor exorou
as bênçãos
divinas para a
atividade que se
iniciava,
Eurípedes se
aproximou do
visitante e o
despertou,
chamando-o
nominalmente com
carinho
fraternal.
Ouvindo-o, e
despertando,
Edmundo logo
recobrou a
lucidez,
detectando com
relativa
facilidade o
local onde se
encontrava, não
ocultando a
surpresa que o
acometeu.
Sorridente,
percebeu o
Mentor, que
jovialmente o
convidou à
reflexão, sem
maiores
preâmbulos:
“Saudamo-lo mui
cordialmente em
nome de Jesus, a
quem servimos.
Aqui nos
reunimos e o
recebemos
carinhosamente
com o objetivo
de recordar-lhe
que esta não é
uma viagem de
recreação
espiritual ou de
compensação
emocional.
Objetivamos,
isto sim,
acordá-lo para o
cumprimento
digno das
responsabilidades
assumidas antes
do berço e que,
neste momento,
encontram-se em
grave perigo
para a sua
concretização”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
18 – Socorro de
emergência.)
180. A
mediunidade
ostensiva é
compromisso
muito grave
– O Instrutor
fez uma rápida
pausa, e com tom
bondoso, mas
enérgico,
prosseguiu:
“Você partiu
desta Colônia
com um programa
de ação
espiritual muito
bem delineado,
no qual foram
investidos
muitos valores,
e o atendeu por
bom período da
existência
física.
Abeberando-se na
inexaurível
fonte do
Espiritismo,
saciou a sede de
informações e
despertou para a
tarefa que
deveria
realizar. A
mediunidade
franqueou-lhe o
acesso à
Espiritualidade,
que jamais
deixou de
regatear-lhe
auxílio e apoio.
Agora, quando a
notoriedade o
alcança,
facultando-lhe
ensejo para
ampliar o campo
de serviço e
dedicação a
Jesus e à Sua
Doutrina, você
começa a
comprometer-se
com a
frivolidade e o
mundanismo.
Entendemos que
esses
adversários já
se lhe encontram
fixados no
Espírito,
responsáveis que
foram por mais
de um insucesso
em existências
anteriores.
Todavia, esta é
a sua
oportunidade
feliz para
servir ao
Senhor, e não
para dele
servir-se, como
vem fazendo,
repetindo a
insânia para a
qual recebeu
altas dosagens
de energia
libertadora. A
mediunidade
ostensiva é
compromisso
muito grave de
consequências
relevantes, que
não pode ser
utilizada
mediante a
irreverência e o
despautério. Não
lhe deve ser vão
o conhecimento
espiritual para
o transformar em
espetáculo
circense, que
lhe exalta o
personalismo
doentio em
detrimento da
austeridade e da
consciência de
dever que lhe
cumpre atender.
O investimento
dos bons
Espíritos está
sendo
malbaratado,
enquanto a
futilidade e a
presunção
assumem
prioridade no
seu
comportamento”.
Dito isso, o
Instrutor
silenciou,
facultando ao
amigo
oportunidade de
serem as suas
palavras
apreendidas e
memorizadas.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
18 – Socorro de
emergência.)
(Continua no
próximo número.)