O leitor João P. Garcia, em
mensagem publicada na seção
de Cartas desta mesma
edição, escreveu-nos o
seguinte:
Lendo a edição 443 desta
revista, deparei-me com uma
informação atribuída ao
pesquisador italiano Ernesto
Bozzano, a respeito das
conclusões que ele extraiu
de 18 casos cientificamente
documentados sobre as fases
da morte. Gostaria de ter
acesso a essas conclusões.
Isso é possível?
O leitor refere-se à obra
A Crise da Morte, de
Ernesto Bozzano, que foi
objeto de estudo metódico e
sequencial nas edições n. 1
a 8 desta revista. Eis o
link que remete à parte
inicial desse estudo -
http://www.oconsolador.com.br/1/classicosdoespiritismo.html
No livro, Bozzano
fornece-nos 20 informações
ou detalhes (como ele
preferiu chamar), que
dividiu em duas categorias:
detalhes fundamentais (12
detalhes) e detalhes
secundários (8 detalhes).
Eis os doze detalhes
fundamentais pertinentes à
crise da morte, referidos
por Ernesto Bozzano:
1. Os Espíritos se
encontram novamente, na vida
espiritual, com a forma
humana.
2. Todos eles, após a
morte, ignoram durante algum
tempo que estão mortos.
3. Eles passam, no curso
da crise pré-agônica, ou
pouco depois, pela prova da
reminiscência dos
acontecimentos da existência
ora encerrada.
4. Todos eles são
acolhidos no mundo
espiritual pelos Espíritos
das pessoas de suas famílias
ou de seus amigos mortos.
5. Quase todos passam,
após a morte, por uma fase
mais ou menos longa de "sono
reparador".
6. Todos se acham num
meio espiritual radioso e
maravilhoso (no caso de
mortos moralmente normais) e
num meio tenebroso e
opressivo (no caso de mortos
moralmente depravados).
7. Todos reconhecem que o
meio espiritual é um novo
mundo objetivo, real,
análogo ao meio terrestre
espiritualizado.
8. Eles aprendem que isso
se deve ao fato de que, no
mundo espiritual, o
pensamento constitui uma
força criadora, por meio da
qual o Espírito existente no
"plano astral" pode
reproduzir em torno de si o
meio de suas recordações.
9. Todos ficam sabendo
que a transmissão do
pensamento é a forma da
linguagem espiritual, embora
certos Espíritos
recém-chegados se iludam e
julguem conversar por meio
da palavra.
10. Eles verificam que,
graças à faculdade da visão
espiritual, se acham em
estado de perceber os
objetos de um lado e outro,
pelo seu interior e através
deles.
11. Todos eles aprendem que
podem transferir-se
temporariamente de um lugar
para outro, ainda que muito
distante, por efeito apenas
de um ato da vontade,
podendo também passear no
meio espiritual ou voejar a
alguma distância do solo.
12. Os Espíritos dos mortos
gravitam fatalmente e
automaticamente para a
esfera espiritual que lhes
convém, por virtude da "lei
de afinidade". (A Crise
da Morte, pp. 163 a 166.)
E aqui estão os oito
detalhes secundários
colhidos por Bozzano:
1. Os defuntos dizem que
os Espíritos dos mortos a
quem nos ligamos em vida
intervêm para acolher e
guiar os
recém-desencarnados, antes
que se inicie o "sono
reparador".
2. Os Espíritos, ao
observarem seus cadáveres no
leito de morte, geralmente
falam de um "corpo etéreo"
que se condensa acima do
"corpo somático", fato que é
confirmado pelos videntes.
3. Eles dizem que, assim
como não existem pessoas
absolutamente idênticas no
mundo dos vivos, o mesmo se
dá no mundo espiritual, de
modo que as condições
verificadas no trespasse não
são exatamente as mesmas
para todos.
4. Embora os Espíritos
tenham a faculdade de criar
mais ou menos bem, pela
força do pensamento, o que
lhes seja necessário, quando
se trata de obras complexas
e importantes a tarefa é
confiada a grupos de
Espíritos que nisso se
especializaram.
5. Quando dominados por
paixões humanas, os
Espíritos se conservam
ligados ao meio onde
viveram, por um lapso de
tempo mais ou menos longo.
Não podendo, assim, gozar do
benefício do sono reparador,
esses Espíritos persistem na
ilusão de se julgarem vivos
e tornam-se, muitas vezes,
Espíritos "assombradores" ou
"perseguidores".
6. No mundo espiritual,
os Espíritos inferiores não
podem perceber os que lhes
são superiores, devido à
diversidade das tonalidades
vibratórias de seus "corpos
etéreos".
7. As dilacerantes crises
de dor, que frequentemente
se produzem junto dos leitos
de morte, são penosas para
os Espíritos dos defuntos e
os impedem de entrar em
relação com as pessoas que
lhes são caras, retendo-os
no meio terrestre.
8. Os Espíritos afirmam,
por fim, que, quando se
encontram sós e tomados de
perplexidades de toda sorte,
percebem uma voz que lhes
chega de longe e os
aconselha sobre o que fazer:
trata-se da voz vinda de
Espíritos amigos que,
percebendo de modo
telepático os seus
pensamentos, apressam-se em
lhes transmitir conselhos.
(Obra citada, pp. 167 a
170.)
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