O leitor Marconi de Oliveira
Miranda, em mensagem
publicada na seção de Cartas
desta edição, escreveu-nos o
seguinte:
Com relação ao tempo que
permaneceremos encarnados na
Terra, se é dito pela
Doutrina Espírita que há um
planejamento, já de antes de
reencarnarmos, de quanto
temos ficaremos encarnados,
questiono: de que adianta
cuidar da saúde praticando
exercícios físicos, tendo
uma dieta saudável e
atitudes que prolongam a
vida se já está tudo
determinado? E o aumento da
longevidade, como se explica
a não ser pelo avanço da
medicina e dos cuidados com
o corpo? Sendo a Doutrina
Espírita fé raciocinada,
gostaria de obter estes
esclarecimentos.
Com respeito ao momento da
morte corpórea, repetimos o
que escrevemos nesta mesma
seção em 2 de maio de 2010,
na edição 156 desta revista:
A lição, relativamente ao
momento da morte das
pessoas, foi-nos dada na
questão 853 de "O Livro dos
Espíritos", na qual lemos o
seguinte: "Fatal, no
verdadeiro sentido da
palavra, só o instante da
morte o é. Chegado esse
momento, de uma forma ou
doutra, a ele não podeis
furtar-vos".
Note-se que os Espíritos não
falam em "hora", mas sim em
momento, como o instrutor
espiritual Jerônimo explica
no livro "Obreiros da Vida
Eterna", de André Luiz, ao
reportar-se à desencarnação
de Dimas: “Há tempo de
morrer, como há tempo de
nascer. Dimas alcançara o
período de renovação e, por
isso, seria subtraído à
forma grosseira, de modo a
transformar-se para o novo
aprendizado”. “Não fora
determinado dia exato.
Atingira-se o tempo
próprio.”
A duração de uma existência
corpórea, se fatos
supervenientes não
interferirem no seu
processo, está, como já
dissemos anteriormente,
ligada à programação
reencarnatória do indivíduo,
mas o instante da morte pode
ser adiado em determinados
casos, como mostrado na obra
de André Luiz acima citada.
E pode, de igual modo, ser
antecipado, em face do
estilo de vida e dos abusos
que a pessoa adote no curso
de sua existência corpórea.
Os excessos na mesa e o uso
de alcoólicos podem, como
sabemos, determinar o
retorno mais cedo do
indivíduo à vida espiritual.
Chamamos a atenção do leitor
para a parte final do texto
acima transcrito, em que é
dito algo que ninguém
certamente ignora, ou seja,
que o momento da morte de
uma pessoa pode ser
antecipado em face do estilo
de vida e dos abusos que ela
cometa no curso da
existência.
Fizeram a Chico Xavier,
certa vez, em Goiânia a
seguinte pergunta:
Se determinadas enfermidades
são provas para a
regeneração dos espíritos
reencarnados, por que
permitem os mensageiros da
Vida Superior o aparecimento
de agentes medicamentosos
que suprimem a dor?
Eis o que o médium
respondeu:
Os Espíritos Amigos
asseveram sempre que a dor
não é filha da Lei Divina.
A dor, dizem eles, é uma
criação nossa. Explicam
que toda a Ciência Médica
procede da misericórdia de
Deus, em favor de nós
outros, neste mundo, quando
infernizamos a própria
consciência. Criamos o
processo culposo, atingimos
o Mais Além, encontramo-nos
doentes, à feição de
criaturas que transportam em
si o purgatório, ou aquilo
que podemos considerar como
sendo o lado infernal da
vida e Deus nos concede a
Medicina para que, na Terra,
possamos aliviar o mérito ou
esforço que vamos
adquirindo. Por isso mesmo,
a anestesia é uma conquista
da Ciência Médica em favor
da Humanidade, demonstrando
que o Senhor de Justiça e
Misericórdia não nos quer
sofredores, conquanto não
possa exonerar-nos da
autorredenção. (Chico
Xavier em Goiânia, pergunta
6.)
(Grifamos.)
O pensamento de que a dor é
uma criação nossa,
mencionado pelo saudoso
médium, é corroborado por
Allan Kardec, que desfaz no
texto abaixo reproduzido um
equívoco, comum mesmo no
meio espírita, segundo o
qual tudo o que nos acontece
na vida faz parte de um
script previamente traçado.
Escreveu o codificador da
doutrina espírita:
Se em duas partes se dividem
os males da vida, uma
constituída dos que o homem
não pode evitar e a outra
das tribulações de que ele
se constituiu a causa
primária, pela sua incúria
ou por seus excessos (cap.
V, n. 4), ver-se-á que a
segunda, em quantidade,
excede de muito à primeira.
Faz-se, portanto, evidente
que o homem é o autor da
maior parte das suas
aflições, às quais se
pouparia, se sempre obrasse
com sabedoria e prudência.
Não menos certo é que todas
essas misérias resultam das
nossas infrações às leis de
Deus e que, se as
observássemos pontualmente,
seríamos inteiramente
ditosos. Se não
ultrapassássemos o limite do
necessário, na satisfação
das nossas necessidades, não
apanharíamos as
enfermidades que resultam
dos excessos, nem
experimentaríamos as
vicissitudes que as doenças
acarretam. (O
Evangelho segundo o
Espiritismo, cap. XXVII,
item 12.)
(Grifamos.)
No cap. 12 do livro
Missionários da Luz, de
André Luiz, deparamos um
vocábulo que passou desde
então a fazer parte dos
textos espíritas:
completista, termo que,
segundo André, designa os
Espíritos que aproveitam
todas as oportunidades
construtivas que o corpo
terrestre lhes oferece.
Esses casos são raros, ou
pelo menos eram raros em
1945, quando o livro a que
nos reportamos foi
publicado.
Por que raros?
Raros, justamente porque os
excessos na mesa, os
alcoólicos, o tabagismo, a
inexistência de exercícios
físicos, a não observância
de uma dieta saudável vão
minando o corpo material,
que poderia, eventualmente,
chegar aos 90 anos e,
todavia, não passa dos 60.
Cuidar do corpo não
significa zelar somente pelo
seu exterior, com cremes,
xampus, botox, tintura,
plásticas, bronzeamento etc.
Significa também cuidar do
seu interior, observando as
medidas citadas pelo leitor
em sua pergunta e, de modo
especial, zelando pela saúde
da alma, tendo em vista os
efeitos maléficos que o
desequilíbrio espiritual
pode acarretar ao nosso
veículo corpóreo.
Se quisermos, portanto,
obter em nossa volta ao
mundo espiritual o título de
completista, é importante
que saibamos que esse prêmio
não nos será concedido
gratuitamente, visto que é
necessário colaboremos para
conquistá-lo.
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