Mortificações ascéticas.
Um leitor desta revista, em
mensagem publicada na seção
de Cartas desta edição,
pede-nos que expliquemos o
significado da expressão
acima, que ele deparou em
O Livro dos Espíritos,
de Allan Kardec, no capítulo
que trata da Lei de
Conservação.
Mortificação significa: ato
ou efeito de mortificar;
dor, aflição; penitência e,
em Medicina, falta de
circulação e de
sensibilidade. Mortificar é
o mesmo que atormentar,
consumir, diminuir a
vitalidade, penitenciar.
Ascética significa: de
asceta; própria de asceta ou
a ele relativa; que ou quem
se entrega a práticas
espirituais, levando vida
contemplativa com
mortificação dos sentidos.
Asceta é a pessoa que se
entrega a práticas
espirituais, levando vida
contemplativa com
mortificação dos sentidos;
pessoa de sã moral e vida
irrepreensível.
Mortificação ascética é, no
entendimento de alguns
religiosos, um meio de
ajudar as pessoas a viver de
forma virtuosa e santa.
Trata-se de uma antiga
prática religiosa que
consiste em realizar um
sacrifício mental ou físico
por amor a Deus. Esse
sacrifício implica a
renúncia a desejos
relacionados com a
autossatisfação, como, por
exemplo, os de natureza
sexual.
Adolphe Tanquerey, célebre
teólogo francês, autor da
obra Compêndio de
Teologia Ascética e Mística,
define a mortificação como
sendo "a luta contra as más
inclinações para submetê-las
à vontade e esta a Deus”.
O ascetismo é, por sua vez,
uma filosofia de vida na
qual são refreados os
prazeres mundanos, para os
quais se propõe a
austeridade.
As pessoas que praticam um
estilo de vida austero
definem sua prática como
virtuosa e perseguem, com
essa proposta, o objetivo de
adquirir uma grande
espiritualidade. Muitos
cultores do ascetismo creem
que a purificação do corpo
ajuda a purificação da alma,
objetivo que entendem ser
possível obter com a
automortificação ou uma
severa renúncia ao prazer.