WAGNER IDEALI
wagner.ideali@terra.com.br
Guarulhos, SP
(Brasil)
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A obsessão no
Centro
Espírita
Quando se fala em
Obsessão, sempre nos
lembramos dos assistidos
numa casa espírita. Numa
primeira análise, pode
parecer que os
trabalhadores da casa
estejam livres dessa
problemática espiritual.
O problema da obsessão é
muito mais profundo,
porque vem de encontro à
psique humana, aos
nossos sentimentos,
comportamentos, e tudo
isso nos afeta muito
além do corpo físico,
atingindo nosso
perispírito e, portanto,
chegando ao nosso
Espírito.
Dona Mercedes procurou
uma casa espírita para
encontrar uma solução
para seus
desequilíbrios,
conflitos internos,
através do conselho de
uma amiga. Provavelmente
Dona Mercedes estivesse
com um problema de
obsessão, o que iria
provocar algumas
mudanças em sua vida.
Ela foi em busca dessa
salvação e, através dos
tratamentos espirituais,
junto com o tratamento
médico, procurou
assistir às palestras,
realizar cursos e tudo o
que uma casa espírita
bem dirigida tem a
oferecer. Por fim, Dona
Mercedes conseguiu a
pretendida cura.
Estava muito feliz, pois
encontrara o caminho que
tanto procurara: uma
doutrina de paz, amor,
muito trabalho, com um
ensino lógico e profundo
sobre os problemas que
se lhe apresentaram.
Ela, agora, trabalhando
na seara espírita há
alguns anos, se sentia
muito bem e, por que não
dizer, realizada nesse
quesito de sua vida.
Um bom período se
passou...
Tudo estava perfeito até
o momento em que
começaram a chegar os
testes que a
espiritualidade procura
realizar nas nossas
vidas para avaliar se
estamos realmente
vivendo os ensinamentos
recebidos.
Num determinado trabalho
do qual participava, o
Sr. Osvaldo, dirigente
do trabalho, chamou-lhe
a atenção para que
corrigisse um
comportamento inadequado
durante uma atividade
executada e sugeriu a
ela que fizesse um
tratamento espiritual
para se equilibrar, pois
realmente estava
precisando deste
tratamento. Dona
Mercedes se sentiu
“ofendida” com a
colocação do companheiro
de trabalho: “onde já se
viu isso, eu, uma
trabalhadora da
doutrina, precisar de
tratamento? Isso é coisa
para assistido e não
para mim”. A falta de
polidez do companheiro
de trabalho, aliada à
suscetibilidade ferida
de trabalhadora da casa,
acabaram por levá-la a
um sentimento de
revolta.
Começou nesse momento um
desiquilíbrio que, se
não interrompido pela
humildade em reconhecer
a necessidade de
ocasionais tratamentos e
entender ela o seu
colega trabalhador,
perdoando-o pela forma
não muito elegante com
que lhe foi colocada a
situação, esse
desequilíbrio, passo a
passo, poderia causar
uma perturbação
espiritual que, se não
tratada, evoluiria para
uma obsessão. Não foi o
caso de Dona Mercedes,
mas, em alguns casos,
chega-se à Fascinação, e
o trabalhador pode
perder o total controle
sobre si mesmo, vivendo
uma realidade à parte.
No momento, o
trabalhador não é capaz
de perceber o
envolvimento
perturbatório dos irmãos
inferiores e isso pode
transformar-se numa
perturbação muito grave.
A Fascinação, como nos
ensina Kardec, é um
estágio muito perigoso
para o trabalhador da
Doutrina espírita.
O trabalho espiritual
fica comprometido, os
resultados esperados
ficam aquém do que se
espera, tanto no mundo
físico como no
espiritual.
O resultado foi a Dona
Mercedes se afastar do
trabalho, e, sem
perceber, acabou
voltando ao ponto de
partida, quando se
iniciou na casa
espírita.
Jesus nos ensina que
devemos Orar e Vigiar, e
esse ensinamento se
aplica a todos nós,
trabalhadores e
assistidos numa casa
espírita. Caridade no
falar e caridade no
ouvir.
Depois dos
desequilíbrios e de
alguns sofrimentos, Dona
Mercedes foi realizar
novamente o tratamento,
seguindo toda a
caminhada inicial para,
então, poder voltar ao
trabalho, reconhecendo a
necessidade de vencer o
orgulho, a vaidade e
desenvolver sempre a
humildade e a paciência,
com muito amor.
Seu Osvaldo também
aprendeu a lição da
caridade no falar.
Assim, na casa espírita,
dia após dia vamos
aprendendo as lições de
Jesus no fundo do nosso
ser, no encontro do
trabalho que se nos
apresenta como mola
propulsora para o
desenvolvimento
espiritual e, por fim,
para a nossa tão
almejada evolução.
Estudar sempre é uma
lei, mas viver esse
estudo, dia após dia,
nos ensina o Grande
Mestre de Lion, Allan
Kardec.