Valdinei de
Freitas:
“Posso dividir a
minha vida entre
antes e depois
do Espiritismo”
O autor do
romance espírita
Segredos do
Tempo fala
sobre sua obra e
conta como ela
foi estruturada
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Espírita há 20
anos, natural de
Araranguá e
residente em
Sombrio, ambos
municípios de
Santa Catarina,
pós-graduado em
Direito e
servidor do
Poder Judiciário
de SC, Valdinei
de Freitas (foto)
vincula-se ao
Centro Espírita
Celeiro de Luz,
na cidade onde
reside. Além de
ser membro
integrante da 9ª
URE-SC, atua
como palestrante
e
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é responsável
pela escala de
palestrantes da
instituição e da
regional
espírita. Valdinei lançou
recentemente seu
primeiro livro,
o romance
Segredos do
Tempo
(publicado pelo
IDE Editora, de
Araras-SP), de
impecável
conteúdo
doutrinário e
com redação
muito agradável,
o qual vem
alcançando
imensa
repercussão.
Entrevistamo-lo
sobre a obra.
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Como se tornou
espírita?
Católico de
nascimento, em
dado momento
comecei a
perceber que
alguns
conceitos,
notadamente
aqueles
relacionados às
definições de
céu e inferno,
não me
satisfaziam. Ao
compartilhar
minhas dúvidas
com um colega de
faculdade, fui
presenteado com
um exemplar da
obra O Céu e
o Inferno,
de Allan Kardec
e, a partir da
leitura desse
livro, encontrei
a coerência e a
lógica
doutrinária que
buscava e passei
a estudar a
doutrina
espírita.
Quais as
repercussões
íntimas do
conhecimento
espírita?
Definitivamente
posso dividir a
minha vida entre
antes e depois
do Espiritismo.
O conhecimento
dos princípios
que norteiam a
doutrina
espírita
despertou,
parafraseando o
benfeitor
Emmanuel, o
desejo pela
busca constante
de valores
evolutivos,
muito embora a
tarefa seja
bastante
complexa.
Seu livro
alcançou grande
repercussão?
Como surgiu sua
elaboração, pois
não há definição
se foi
psicografia ou
intuição?
A obra não é
psicografada.
Sem olvidar da
influência do
plano espiritual
sobre nossas
ações, se houve
qualquer
interferência
dos Espíritos na
produção de
Segredos do
Tempo – e
certamente
ocorreu –, não
foi
conscientemente
percebida por
mim. A
elaboração da
obra surgiu a
partir do desejo
de compartilhar
a história
envolvendo uma
mãe, seu
sofrimento pela
perda precoce da
filha e as
manifestações
desta do plano
espiritual,
história que
tive a
oportunidade de
acompanhar. A
repercussão do
livro tem sido
muito positiva.
Aos poucos tenho
recebido o
feedback dos
leitores que
relatam suas
impressões e
experiências a
partir da
leitura.
Não tendo sido
psicografia,
como foi
construída a
sequência da
obra, o
ordenamento das
ideias,
inclusive com
capítulos da
forma em que as
duas histórias
se apresentam?
A ideia original
não comportava
duas histórias
correndo de
forma paralela
com capítulos
intercalados.
Esta mudança
ocorreu quando a
história que se
passa no período
atual já estava
bastante
avançada. Neste
momento,
precisei
interromper a
sequência da
narrativa e
reestruturar o
livro da forma
como hoje é
apresentada. As
razões da súbita
mudança de curso
sinceramente não
conseguiria
definir, foi uma
ideia repentina.
Recordo-me de
ter pedido a
opinião de minha
esposa,
principalmente
porque duas
histórias
requereriam uma
dedicação ainda
maior e ela
incentivou-me a
seguir a
intuição,
independentemente
do tamanho do
novo desafio.
E as sensações
durante a
sequência? Como
você as define?
A partir do
momento em que
defini que o
livro precisaria
de duas
histórias
correndo de
forma paralela,
a construção
fluiu de forma
mais rápida e
natural. Não
houve parada por
lapso de criação
ou algo do
gênero.
Sendo a sua
primeira obra,
qual a principal
repercussão
sentida após o
lançamento?
Tudo é novo para
mim. Jamais
imaginei que o
projeto seria
abraçado por uma
editora da
envergadura do
IDE. A
repercussão no
movimento
espírita
regional – onde
posso sentir com
mais proximidade
– tem sido
fantástica.
Diversos canais,
inclusive não
espíritas, foram
oportunizados
para divulgação,
como o caso do
Tribunal de
Justiça de Santa
Catarina, que
abriu espaço em
sua página
principal para
veicular o
lançamento de um
livro espírita
cujo tema é
totalmente
distinto das
finalidades da
entidade, que é
eminentemente
voltada ao meio
jurídico e, para
minha surpresa,
a notícia bateu
recorde de
visualizações, o
que mostra que
mesmo em um
ambiente
jurídico o
Espiritismo
desperta
interesse ou, no
mínimo,
curiosidade.
E as
repercussões
atuais, em
andamento, face
agora à ampla
divulgação da
obra?
Percebo que
chegou a fase do
“boca a boca” e,
na medida em que
o livro vem
sendo lido, os
leitores vêm
postando em suas
redes sociais
críticas muito
positivas,
instigando novos
leitores a
procurar a obra,
notadamente
aqueles que se
afeiçoam por
este estilo
literário, ou
seja, o romance.
Algo marcante
que gostaria de
relatar?
Para mim, o mais
gratificante foi
ter recebido o
contato de uma
pessoa, a quem
não conhecia,
dizendo que o
livro
desmistificou a
visão que tinha
do Espiritismo e
que a partir
dele passaria a
olhar com
carinho para a
doutrina e a
frequentar um
centro espírita.
O que você diria
dos personagens
tão marcantes
ali presentes na
história?
O livro é
inspirado em
acontecimentos
reais e as
narrativas
trazidas são as
histórias de
vida, neste e no
plano
espiritual, de
seus personagens
principais, com
quem tive a
oportunidade de
conviver de
alguma forma,
ainda que
brevemente. Suas
histórias são
histórias
vivenciadas por
muitos, que
acabam se
identificando no
enredo.
Palavras finais.
Gostaria de
agradecer a
todos que,
direta ou
indiretamente,
acreditaram,
apoiaram e
incentivaram
este projeto, em
especial a minha
esposa Ivangela,
que além de
compreender as
longas horas de
afastamento,
participou
ativamente com
sugestões,
críticas e
ponderações. O
livro tem a
singela
finalidade de
levar um pouco
de consolo a
famílias que
enfrentam a dor
da perda de seus
entes queridos
e, ainda que
meus intentos
não sejam
atingidos, deixo
aos leitores a
determinação de
realizar um
sonho que ora se
materializa sob
o título
Segredos do
Tempo.