JOSÉ REIS CHAVES
jreischaves@gmail.com
Belo Horizonte,
MG
(Brasil)
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A glossolalia e a
xenoglossia dos
carismáticos católicos
e
pentecostais
Os fenômenos com os
grupos de carismáticos
católicos e dos
pentecostais
protestantes e
evangélicos incomodam os
seus líderes religiosos
mais esclarecidos. É
que, com razão, eles
desconfiam que sejam
fenômenos mediúnicos!
Entre eles há médiuns
ostensivos ou especiais.
E a mediunidade não
escolhe religião.
Entre os fenômenos que
ocorrem com os citados
grupos, há o de
glossolalia e o de
xenoglossia. O primeiro
consiste em o indivíduo
ser dominado por uma
grande emoção provocada
por uma forte crença em
estar num contato com
Deus, que, no caso, eles
chamam de Espírito
Santo. As pessoas ficam
eufóricas, dançam,
choram, dão risadas,
gritam, e o mais comum:
ficam fazendo murmúrios
ou soltando frases
espontâneas. E eles
creem, como já dissemos,
que se trata da
manifestação do próprio
Deus ou Espírito Santo.
E os que são médiuns
podem incorporar ou
imantar Espíritos e até
serem lançados ao chão,
conforme seja o Espírito
manifestante. Muitas
pessoas caíam no chão na
hora da missa, e
acreditava-se que seria
por fraqueza, mas hoje
se sabe que, muitas
vezes, é porque recebem
um Espírito.
O segundo fenômeno é o
de xenoglossia, que
consiste em o indivíduo
falar realmente uma
língua estrangeira.
Aliás, pode ser um
Espírito que fala
através de um médium
que, antigamente, era
chamado de profeta e
vidente, como se lê em 1
Samuel 9: 9. (Para saber
mais: “Xenoglossia”, de
Ian Stevenson, diretor
do Departamento de
Psiquiatria da
Universidade de
Virgínia, USA, Ed. Vida
& Consciência, SP,
2012.)
E também para Paulo
existe o dom de
xenoglossia ou de falar
realmente línguas
estrangeiras: “Eu
quisera que vós todos
falásseis em outras
línguas; muito mais,
porém, que
profetizásseis, pois
quem profetiza é
superior ao que fala em
outras línguas, salvo se
as interpretar para que
a Igreja receba
edificação” (1 Coríntios
14: 5). Não se trata,
pois, de glossolalia
(murmúrio ou blá, blá,
blá sem nenhum sentido),
mas de xenoglossia ou de
falar de fato uma língua
estrangeira e até já
morta, sem conhecimento
dela, e até mesmo
desconhecida de todos os
presentes.
Também em Pentecostes
(Atos, capítulo 2), os
apóstolos falaram
realmente línguas
estrangeiras, que foram
entendidas pelos
respectivos estrangeiros
presentes e que as
conheciam. Os defensores
do Dogma do Espírito
Santo, como acontece com
outras passagens
bíblicas envolvendo
Espíritos, creem que é o
Espírito Santo que se
manifestou falando
línguas estrangeiras
através dos apóstolos, o
que, porém, não resiste
a uma análise mais séria
e criteriosa. Foram
vários Espíritos que se
manifestaram em
Pentecostes falando nas
línguas de suas nações.
Inclusive, a favor
disso, houve como que
várias línguas de fogo,
quando se sabe que é
muito comum Espíritos se
manifestarem em forma de
fogo. Ademais, pela
Bíblia, não pelo Dogma,
que respeitamos, o
Espírito Santo é como se
fosse um substantivo
coletivo, que designa o
conjunto dos Espíritos.
(Daniel 13: 45, da
Bíblia Católica, pois
Lutero tirou os
capítulos 13 e 14 da
Bíblia Protestante.)
Alguns dos presentes,
zombando, diziam que os
apóstolos estavam
embriagados, na verdade
estavam em transe
mediúnico ou em êxtase,
segundo a Igreja.
Como ficou claro, não
devemos confundir
xenoglossia com
glossolalia!