O Além e a Sobrevivência
do Ser
Léon
Denis
(Parte 3)
Continuamos nesta edição
a apresentar o
estudo do livro
O Além e a Sobrevivência
do Ser, de
autoria de Léon Denis,
com base na 8ª edição
publicada em português
pela Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. No tocante aos
fenômenos ditos
espíritas, o observador
imparcial vê-se em
presença de duas
opiniões igualmente
falaciosas. Quais são
elas?
De um lado, diz Léon
Denis, a condenação em
bloco, o pensamento de
que no psiquismo tudo é
fraude e embuste, ilusão
ou quimera. De outro
lado, a credulidade
excessiva. Existem
pessoas que admitem os
fatos mais
inverossímeis, mais
fantásticos, ao lado de
outras que se entregam
às práticas espíritas
sem estudos prévios,
baldas de método, de
discernimento, de
espírito de crítica,
ignorantes das causas
várias a que se podem
atribuir os fenômenos
psíquicos. Como diz
Denis, ambas as opiniões
são falaciosas e, por
isso, lamentáveis. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
B. Após meio século de
críticas, ataques e
perseguições, como o
Espiritismo se
encontrava à época em
que Léon Denis escreveu
este livro?
Mais vivaz do que nunca.
Pode-se dizer até que
ele se desenvolvera
muito no período citado,
como mostravam as
revistas, os jornais e
os grupos de
experimentação espírita
presentes em todos os
pontos do globo. Tudo
quanto hão querido
tentar contra ele havia
falhado. As pesquisas
científicas e os
processos tendenciosos
lhe resultaram até então
amplamente favoráveis.
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
C. Por que, segundo Léon
Denis, o Espiritismo
encontrou tanta
dificuldade para vencer
as oposições conjuradas?
A causa, segundo Denis,
é que a experimentação
nesse campo de pesquisa
apresenta-se prenhe de
embaraços. Exige
qualidades de observação
e de método, paciência,
perseverança, que estão
longe de ser predicados
de todos os homens. As
manifestações espíritas
obedecem a regras mais
sutis, a condições mais
delicadas e mais
complexas que as de
qualquer outra ciência.
Aos experimentadores
foram precisos longos
anos de estudo e de
observação para chegarem
a determinar as leis que
regem o fenômeno
espírita. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
Texto
para leitura
38. Mr. Boutroux, membro
do Instituto e professor
da Faculdade de Letras
de Paris, se exprimiu
assim no Matin de
14 de março de 1908: “Um
estudo amplo, completo
do psiquismo não
comporta unicamente um
interesse de
curiosidade, mesmo
científica; interessa
também muito diretamente
à vida e ao destino do
indivíduo e da
Humanidade.” (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
39. O sábio Duclaux,
diretor do Instituto
Pasteur, em uma
conferência que fez no
Instituto Geral
Psicológico, há alguns
anos, dizia: “Não sei se
sois como eu, mas esse
mundo povoado de
influências que
experimentamos sem as
conhecermos, penetrado
desse quid divinum
que adivinhamos sem
lhe apreendermos as
minúcias, ah! esse mundo
do psiquismo é mais
interessante do que este
outro em que até agora
se encarcerou o nosso
pensamento. Tratemos de
abri-lo às nossas
pesquisas. Há nele, por
se fazerem, imensas
descobertas que
aproveitarão à
Humanidade.” (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
40. O observador, o
pesquisador imparcial
que deseja formar juízo
seguro, muitas vezes se
acha em presença de duas
opiniões igualmente
falaciosas. De um lado,
a condenação em bloco.
Dir-lhe-ão: no psiquismo
tudo é fraude e embuste;
ou então: tudo é ilusão
e quimera. De outro
lado, a credulidade
excessiva. Encontrará
pessoas que admitem os
fatos mais
inverossímeis, mais
fantásticos; outras que
se entregam às práticas
espíritas sem estudos
prévios, baldas de
método, de
discernimento, de
espírito de crítica,
ignorantes das causas
várias a que se podem
atribuir os fenômenos
psíquicos. (O Além e
a Sobrevivência do Ser.)
41. Esses talvez sejam
indivíduos de boa-fé.
Mas há também os
embusteiros e os
charlatães. O
charlatanismo se tem
frequentemente
apropriado dos fatos
psíquicos para os imitar
e explorar. Cumpre estar
sempre em guarda contra
o cortejo dos falsos
mágicos, dos falsos
médiuns ou dos que,
possuindo faculdades
reais, não hesitam
contudo em trapacear,
havendo oportunidade. Ao
observador importa
precaver-se dos
indivíduos que não
trepidam em mercadejar
com as coisas mais
respeitáveis. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
42. Os casos
fraudulentos,
entretanto, em nada
podem alterar a
realidade dos fatos
autênticos. Não há
dúvida de que as
trapaças, as falsas
materializações, as
fotografias arranjadas
desacreditam o psiquismo
e entravam a marcha
desta ciência nova, que
lhe retardam o voo e o
desenvolvimento normal.
Mas não sucede sempre
assim com todas as
coisas humanas? As mais
sagradas nunca estiveram
ao abrigo das falcatruas
dos intrujões e dos
impostores. (O Além e
a Sobrevivência do Ser.)
43. Indubitavelmente,
diante da incerteza, da
confusão que resulta de
tantas opiniões
contraditórias, muitos
homens hesitarão em
palmilhar esse terreno,
em se entregar a um
estudo atento da
questão. O que o
primeiro exame,
superficial, neles
produz é a desconfiança,
a hostilidade. Quase
nunca veem da ciência
psíquica senão os lados
vulgares, as mesas
girantes e outros
fenômenos da mesma
natureza,
conservando-se-lhes
desconhecidas ou
ignoradas as
manifestações de caráter
elevado, os fatos de
real valor. (O Além e
a Sobrevivência do Ser.)
44. É que neste mundo o
que é belo e grande se
dissimula; só pode ser
descoberto por esforços
perseverantes, enquanto
que as coisas banais e
ruins disputam a
evidência em torno de
nós. Ou então os
fenômenos citados
parecerão maravilhosos,
incríveis aos que jamais
experimentaram e muitos,
em presença das
narrações que se lhes
fazem, porão os
espíritas no rol dos
alienados. (O Além e
a Sobrevivência do Ser.)
45. Tal a primeira
impressão, que, cumpre
reconheçamos, não é
favorável. Entretanto,
quem estudar seriamente
a questão será
impressionado por um
fato: é que, ao cabo de
meio século de críticas
amargas, de ataques
violentos e até de
perseguições, o
Espiritismo se mostra
mais vivaz do que nunca.
Pode-se dizer que ele se
há consideravelmente
desenvolvido, como
mostram as revistas, os
jornais, os grupos de
experimentação que se
prendem a esta ordem de
ideias, em todos os
pontos do globo. (O
Além e a Sobrevivência
do Ser.)
46. Tudo quanto hão
querido tentar contra
ele tem falhado. As
pesquisas científicas e
os processos
tendenciosos lhe
resultaram até aqui
favoráveis. (O Além e
a Sobrevivência do Ser.)
47. Importa ainda que se
reconheça uma coisa: se
o Espiritismo encontrou
tanta dificuldade para
vencer as oposições
conjuradas é que a
experimentação neste
campo se apresenta
prenhe de embaraços.
Exige qualidades de
observação e de método,
paciência, perseverança,
que estão longe de ser
predicados de todos os
homens. As manifestações
espíritas obedecem a
regras mais sutis, a
condições mais delicadas
e mais complexas que as
de qualquer outra
ciência. Aos
experimentadores foram
precisos longos anos de
estudo e de observação
para chegarem a
determinar as leis que
regem o fenômeno
espírita. (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
48. Como vimos linhas
atrás, o Espiritismo já
agora se apoia em
testemunhos científicos
de alto valor, em
experiências e
afirmações de homens que
ocupam elevada posição
na Ciência e cujas obras
fortes, cujas vidas
íntegras e fecundas
merecem o respeito
universal. E o número
desses testemunhos
cresce dia a dia. Daí o
podermos dizer: se os
fenômenos espiríticos
não passassem de ilusão
e quimera, como teriam
conseguido prender,
durante anos, a atenção
de sábios ilustres, de
homens frios e
positivos, quais W.
Crookes, Lodge, Zöllner,
Lombroso? E, em grau
menos alto, porém não de
somenos importância,
homens como Myers,
Aksakof, Maxwell, Stead,
Dariex e outros?
(O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
49. Pouco a pouco,
graças às investigações
e às experiências desses
cientistas, a explanação
prossegue e as
afirmações em favor do
Espiritismo se renovam e
multiplicam. Eis por que
consideramos um dever
espalhar por toda parte
o conhecimento dos
fatos, por isso que
projetam luz nova, luz
poderosa sobre a nossa
natureza real e sobre o
nosso futuro. (O Além
e a Sobrevivência do
Ser.)
50. É preciso que o
homem aprenda a se
conhecer melhor, a ter
consciência das energias
que possui em estado
latente. Conformando-se
à lei suprema, ele deve
trabalhar com coragem e
pertinácia para se
engrandecer, para
crescer em dignidade, em
saber, em critério, em
moralidade, porquanto
nisso está todo o seu
destino! (O Além e a
Sobrevivência do Ser.)
(Continua no próximo
número.)
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