Dúvidas
Irmão X
(Espírito)
Afirma você que
passou a
experimentar
inqualificável
flagelo íntimo,
desde que
iniciou o
desenvolvimento
das faculdades
medianímicas, à
face das dúvidas
que lhe assaltam
a vida.
E acrescenta
que, em seu
grupo, a maioria
dos companheiros
descrê de suas
palavras,
enquanto os
amigos lhe metem
a ridículo as
informações que
consegue
recolher da
Espiritualidade.
Enunciando
desapontamentos
e embaraços,
você conclui:
“Vale a pena
continuar
sofrendo
tamanhas
desilusões? não
será um serviço
prematuro esse,
em que somos
defrontados, a
cada instante,
pela negação
sistemática, a
partir daqueles
que mais
amamos?”
Estimaria
alinhar opiniões
e argumentos que
lhe extirpassem
de imediato as
atribulações da
cabeça, mas
estamos todos,
encarnados e
desencarnados,
em luta
evolutiva na
Terra, sob a
carga dos
problemas
alusivos ao
nosso resgate de
consciências
endividadas
perante a Lei.
Você aí, tanto
quanto nós,
padece o desafio
constante das
dificuldades que
lhe dizem
respeito ao
aprimoramento da
alma, e,
sinceramente,
não dispomos de
receituário para
a sua doença,
além daquele que
nos é formulado
pelos princípios
cristãos no
capítulo em que
nos aconselham
desculpa
incondicional
para toda
ofensa.
Ouso, contudo,
lembrar-lhe a
história de
“Alguém” que
passou pelo
mundo,
suportando
aflições maiores
que as nossas.
Ninguém tolerou,
até hoje, as
afrontas que lhe
foram atiradas
em rosto, em
matéria de
injúria e
desconfiança.
Nascido para o
desempenho de
celeste missão,
foi anunciado
aos parentes
pela visita dos
anjos.
Dele, tradições
numerosas
forneciam
testemunho
incessante ao
ânimo popular.
Mensagens e
visões
indicaram-lhe a
vinda aos
familiares
maravilhados e,
mesmo assim, não
apareceu quem se
animasse a
oferecer-lhe um
cubículo em casa
para nascer, a
ponto de,
renegado por
toda a gente,
refugiar-se
entre os
animais.
Desenvolvendo-se
ao lado de um
primo,
considerado
profeta de
grande
merecimento, com
quem se iniciou
no alto
ministério de
que estava
incumbido, foi
depois por ele
interpelado
quanto à
veracidade de
sua investidura.
De censuras e
sarcasmos dos
principais de
seu tempo nem é
preciso falar.
Basta dizer que
foi corrido por
todos eles qual
se fosse idiota,
circunstância
que o obrigou a
asilar-se entre
pescadores e
homens rudes de
singelo rincão.
Todavia, mesmo
entre estes,
embora andasse,
de contínuo,
fazendo o bem,
restaurando
enfermos e
ensinando a
verdade,
recolheu azedume
infamante.
Um deles,
situando-lhe em
dúvida o serviço
divino,
abocanhou
dinheiro para
denunciá-lo à
justiça como
agitador
perigoso,
conduzindo-o à
prisão.
Dos agentes da
autoridade, os
quais procurou
respeitar, teve
o cárcere por
resposta, e do
povo, de quem
curara chagas e
extinguira
infortúnios,
recebeu o
tratamento
devido a uma
fera solta.
Dos amigos
diletos, um dos
mais nobres
negou conhecê-lo
por três vezes
numa só noite, e
todos fugiram,
envergonhados e
atônitos, quando
lhe viram a
decisão de se
entregar à morte
na cruz como
supremo recurso
de resistência
perante o mal.
Nem por isso, no
entanto,
abandonou os
companheiros e
os acusadores
gratuitos no
charco da
ignorância,
regressando,
depois da morte,
para auxiliá-los
em perpetuidade
de entendimento.
Esse “Alguém”,
meu amigo, como
claramente já
percebeu, foi
Jesus Cristo, o
Divino
Governador da
Terra.
Regozijar-nos-emos
se o que a Ele
aconteceu puder
servir para seu
esclarecimento e
conforto; mas,
se você não
conseguir
edificar-se em
tão sublime
exemplo, a única
solução será
desistir
lamentavelmente
da sua
oportunidade de
cooperar na
sementeira da
Luz Divina,
assentando-se na
cinza da
frustração, até
que o tempo lhe
renove a visão,
no Universo de
Deus.
Do livro
Irmãos Unidos,
obra mediúnica
psicografada
pelo médium
Francisco
Cândido Xavier.