THIAGO
BERNARDES
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Curitiba,
Paraná (Brasil) |
|
Tormentos da
Obsessão
Manoel Philomeno
de Miranda
(Parte 41)
Damos
prosseguimento
ao
estudo metódico
e sequencial do
livro Tormentos
da Obsessão, obra de
autoria de
Manoel Philomeno
de Miranda,
psicografada por
Divaldo P.
Franco
e publicada em 2001.
Questões
preliminares
A. Qual era o
aspecto de
Evaldo após
concluído o ato
cirúrgico que o
livrou do
casulo?
Aberta toda a
cápsula,
deixando à
mostra o
Espírito
infeliz, o que
se viu foi uma
pessoa de
hórrida
aparência,
esquálida, com
várias
excrescências
tumorosas na
face e por todo
o corpo, como
flores
despedaçadas e
apodrecidas,
recordando as
enfermidades
parasitas que
agridem os
pacientes
destituídos dos
recursos
imunológicos de
defesa orgânica.
Seu aspecto era
repelente e
nauseante.
Evaldo não
passava de um
irmão que fora
colhido pelo
vendaval das
paixões e
retornava ao lar
destroçado pela
loucura de si
mesmo, conquanto
nunca estivesse
ao abandono.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
21 – Experiência
incomum.)
B. De que forma
Evaldo elaborou
o casulo no qual
se escondera?
Dr. Orlando
Messier
esclareceu que
toda vez que a
mente se fixa em
algo emite
vibrações que se
transformam em
força
correspondente,
logrando atender
ao
direcionamento
que lhe é
proposto. No
caso do irmão
Evaldo, sua
consciência de
culpa elaborou
um recinto
escuro para
ocultar a
miséria a que se
entregara,
enquanto
deambulava no
proscênio
terrestre na sua
anterior e mais
recente jornada.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
21 – Experiência
incomum.)
C. De que
natureza foi o
fracasso da mais
recente
existência de
Evaldo?
Bacharelando-se,
Evaldo teve a
felicidade de
ser convidado
por hábil
advogado
político que o
iniciou na
difícil
conjuntura
administrativa
do país, na qual
conseguiu
amealhar
expressivos
recursos
financeiros.
Tornando-se
importante
político,
esqueceu-se
completamente
dos compromissos
espirituais e,
no auge do
poder, tomado
pela avidez
desvairada para
o enriquecimento
ilícito,
acumpliciou-se
com amigos
envolvidos em
corrupção e, em
breve, derrapou
em terríveis
enovelamentos
morais,
desviando verbas
que deveriam
atender
necessidades
urgentes e
salvar vidas,
transferindo-as
para contas fora
do país nos
denominados
paraísos
fiscais. Nesse
interregno, face
aos descalabros
íntimos que não
ficaram apenas
na área dos
comprometimentos
políticos, mas
também sexuais,
vinculou-se a
antigos inimigos
desencarnados
que o
espreitavam,
começando a
hospedar
psiquicamente
hábil
manipulador das
forças mentais
que passou a
comandá-lo
vagarosamente
até
apropriar-se-lhe
com relativa
facilidade do
seu mundo
psíquico.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
21 – Experiência
incomum.)
Texto para
leitura
211. Um
irmão colhido
pelo vendaval
das paixões
– O anestesista
direcionou as
mãos para a
parte desvelada
e começou a
aplicar a
bioenergia que
se exteriorizava
em campos
vibratórios de
tonalidades
azul-prateada e
violácea,
penetrando o
cérebro
perispiritual e
modificando-lhe
a coloração
escura,
enfermiça.
Enquanto esse
processo se
realizava, dr.
Orlando
continuou
cortando o
casulo da parte
superior da
testa para
baixo,
alongando-se
pelo tórax e
membros
inferiores,
auxiliado pelo
outro cirurgião.
Havia tensão nos
especialistas
que se
encontravam
profundamente
concentrados no
tratamento de
emergência e de
gravidade.
Transcorrida
mais de uma
hora, foi aberta
toda a cápsula,
deixando à
mostra o
Espírito
infeliz, que se
apresentava com
hórrida
aparência,
esquálido, com
várias
excrescências
tumorosas na
face e por todo
o corpo, como
flores
despedaçadas e
apodrecidas,
recordando as
enfermidades
parasitas que
agridem os
pacientes
destituídos dos
recursos
imunológicos de
defesa orgânica.
O aspecto era
repelente e
nauseante. No
entanto, se
tratava de um
irmão colhido
pelo vendaval
das paixões, que
retornava ao lar
destroçado pela
loucura de si
mesmo, mas que
nunca estivera
ao abandono.
Carinhosamente
foi retirado do
molde grosseiro
que o vestia e
transferido para
outra mesa
próxima, onde o
processo de
auxílio
prosseguiu.
Sobre as
pústulas foram
aplicadas
substâncias
especiais que
eram
concentrados de
energia
asséptica, para
auxiliar o
refazimento dos
tecidos
decompostos, e
apesar de
encontrar-se em
sono profundo, o
cirurgiado
passou a gemer
dolorosamente.
Os procedimentos
de recuperação
prosseguiram
fortalecendo-o,
enquanto os
enfermeiros
auxiliares
retiravam os
resíduos
morbosos dos
envoltórios que
o vitimavam.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
21 – Experiência
incomum.)
212. Somos
o que cultivamos
interiormente
– Concluída a
intervenção
cirúrgica, dr.
Orlando
recomendou que
se continuassem
com os recursos
de reenergização
a cada quatro
horas, tendo-se
o cuidado de
substituir a
atadura
vibratória que
funcionava como
bloqueador da
mente em
desalinho, a fim
de evitar que
novos
comprometimentos
pudessem ser
exteriorizados.
O trabalho agora
seria de
despertamento de
Evaldo ao
primeiro ensejo,
de modo a
conscientizá-lo
da necessidade
de modificar o
direcionamento
mental para o
próprio bem.
Outras
recomendações
foram feitas e,
após uma prece
gratulatória,
todos saíram da
sala. Longe
dali, Manoel P.
de Miranda
indagou ao
médico: “Como
explicar-se esse
processo de
encapsulamento
que acabáramos
de ver?” Sem
nenhum
desagrado, ele
esclareceu:
“Convém ter
sempre em
consideração que
somos aquilo que
cultivamos
interiormente. O
céu e o inferno
são regiões
interiores que
habitamos
conforme a
postura mental
responsável
pelos nossos
atos.
Exteriorizando
essas
preferências
psíquicas,
consubstanciamo-las
em edificações
que se tomam
sustentadas
pelas contínuas
ondas do desejo
e do interesse.
Quando outros
indivíduos
trazem os mesmos
valores,
reúnem-se forças
que concretizam
aspirações,
dando lugar a
regiões próprias
dos pensamentos
em ação. Assim,
temos as
províncias de
provas e dores
além do túmulo,
tanto quanto
aquelas de
delícias e de
paz. Não poucos
místicos e
médiuns, em
processo de
desdobramento
ainda na Terra,
têm sido
trazidos a esses
sítios, o que
deu margem aos
conceitos
míticos de
inferno,
purgatório,
limbo e céu de
forma concreta
com as suas
implicações
religiosas e
dogmáticas. É
óbvio que não os
existem do ponto
de vista
material,
consoante a
propositura da
física
newtoniana ou
linear. Não
obstante,
multiplicam-se,
em realidade, os
campos e regiões
de sofrimento,
de angústia e de
recuperação na
Erraticidade, da
mesma forma que
os abençoados
redutos de
alegria, de paz,
de
bem-aventurança,
conforme
prometidos por
Jesus no
conceito do
reino dos Céus”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
21 – Experiência
incomum.)
213. O que
a consciência de
culpa pode
elaborar
– Segundo
explicação do
facultativo, em
face do
primarismo que
ainda viceja
entre as
criaturas, os
desvios mentais
e
comportamentais
têm projetado e
vitalizado mais
áreas para
recuperação
penosa do que
lugares
paradisíacos e
edênicos. “Toda
vez que a mente
se fixa em algo,
emite vibrações
que se
transformam em
força
correspondente,
logrando atender
ao
direcionamento
que lhe é
proposto”,
acrescentou o
médico. “No caso
do nosso irmão
Evaldo, sua
consciência de
culpa elaborou
um recinto
escuro para
ocultar a
miséria a que se
entregou,
enquanto
deambulava no
proscênio
terrestre na sua
anterior e mais
recente
jornada.” Após
uma pausa,
durante a qual
ordenou o
raciocínio, ele
continuou:
“Nosso amigo
partiu do mundo
espiritual com
definidos
compromissos na
área
político-religiosa
a que era afeito
anteriormente, a
que não soube
corresponder com
o valor que
deveria ser
aplicado.
Fracassou,
várias vezes,
gerando
situações
penosas na fé
religiosa
abraçada, assim
como no campo da
política, que
submeteu às
paixões do
dogmatismo e dos
interesses
inconfessáveis
que o
caracterizaram.
Muito
comprometido
espiritualmente,
preparou-se para
novo cometimento
e recebeu o aval
dos seus Guias
espirituais. Por
mais de um
decênio
equipou-se de
conhecimento e
de valores
éticos para
atuar com
elevação nos
dois delicados
campos. Quando
se acreditou em
condições de
reencetar a
jornada, foi
conduzido a um
nobre lar
espírita, sob a
tutela de mãe
generosa que lhe
era anjo
protetor, a fim
de que o
Consolador lhe
facultasse
compreender os
compromissos
assumidos e a
Lei de Causa e
Efeito o
despertasse para
o desempenho
sagrado da
tarefa. Desde
cedo, participou
com a genitora
dos estudos
evangélicos no
lar, em
momentosos
encontros de
meditação e de
intercâmbio,
quando os Amigos
espirituais
inspiravam as
conversações e
direcionavam os
interesses da
família.
Participou das
aulas de
evangelização da
época,
indevidamente
denominadas de
catecismo
espírita, e mais
tarde tomou
parte num dos
primeiros grupos
de mocidades
espíritas que se
iniciavam no
Brasil.
Conseguiu
destacar-se,
exercendo
liderança,
porquanto, para
tanto, fora
preparado,
enquanto
simultaneamente
estudava
direito”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
21 – Experiência
incomum.)
214.
Corrupção,
enriquecimento e
queda moral
–
Bacharelando-se,
Evaldo teve a
felicidade de
ser convidado
por hábil
advogado
político que o
iniciou na
difícil
conjuntura
administrativa
do país, na qual
conseguiu
amealhar
expressivos
recursos
financeiros.
Logo depois,
consorciou-se
com excelente
companheira, e
enquanto o
triunfo lhe
batia às portas,
permitia-se o
distanciamento
da fé espírita.
É claro que se
justificava como
sendo vítima da
falta de tempo,
escamoteando o
constrangimento
que sentia de
declarar-se
espiritista nas
altas rodas, nas
quais agora se
movimentava
entre luxos e
preconceitos
mesquinhos.
Prosseguiu o
médico: “O tempo
é inexorável, e
todos passam por
ele, que
permanece
inalterado. O
dr. Evaldo,
então
proeminente
político,
esqueceu-se
completamente
dos compromissos
espirituais. No
auge do poder,
tomado pela
avidez
desvairada para
o enriquecimento
ilícito,
acumpliciou-se
com amigos
envolvidos em
corrupção e, em
breve, derrapou
em terríveis
enovelamentos
morais,
desviando verbas
que deveriam
atender
necessidades
urgentes e
salvar vidas,
transferindo-as
para contas fora
do país nos
denominados
paraísos
fiscais. Nesse
interregno, face
aos descalabros
íntimos que não
ficaram apenas
na área dos
comprometimentos
políticos, mas
também sexuais,
vinculou-se a
antigos inimigos
desencarnados
que o
espreitavam,
começando a
hospedar
psiquicamente
hábil
manipulador das
forças mentais
que passou a
comandá-lo
vagarosamente
até
apropriar-se-lhe
com relativa
facilidade do
seu mundo
psíquico. Quando
menos esperava,
a esposa sofrida
ante a conduta
irregular do
marido com a
qual não
concordava e o
admoestava
sempre que
possível, foi
acometida de um
carcinoma que a
vitimou em
rápidos meses.
Surpreendido
pelo infausto
acontecimento,
não tendo
procriado, o
insensato
começou a
atormentar-se,
dando campo à
consciência de
culpa e
procurando fugir
de si mesmo. Os
valores
amealhados de
nada lhe
valeram, porque
não podiam
minimizar os
conflitos
íntimos e a
sensação de que
a morte da
mulher em
condições muito
dolorosas de
certo modo era
uma punição à
sua conduta
irregular, como
se a Divindade
se utilizasse de
mecanismos
mórbidos quais
os dessa
natureza”.
(Tormentos da
Obsessão, cap.
21 – Experiência
incomum.)
(Continua no
próximo número.)