JORGE HESSEN
jorge.hessen@yahoo.com.br
Brasília,
DF
(Brasil)
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Progenitores que
negligenciam a
educação dos
filhos
Semana passada
assisti na TV a
um documentário
espantoso,
noticiando sobre
a adolescência e
a juventude de
“ex-misses
mirins”. Muitas
delas foram
forçadas pelos
pais a
participar
desses concursos
peculiares. A
maioria das
crianças da
reportagem se
transforma em
pessoas com
dramas
psiquiátricos
profundos, e
algumas
mergulham nos
subterrâneos das
drogas e do
meretrício. No
remate do
documentário,
informa que ao
início dos
problemas
pessoais dessas
crianças, na
fase
pré-adolescente,
a maioria dos
pais abandona as
filhas ao
“deus-dará”, na
vida mundana.
Assunto
corretado,
escrevemos há
alguns anos
sobre Thylane
Lena Rose
Blondeau, uma
menina de 10
anos de idade
que fez uma
produção
fotográfica para
a revista Vogue
Paris, erguendo
polêmica devido
à roupa ousada,
maquiagem e
poses
provocantes. O
ensaio
fotográfico
causou
indignação em
pessoas ligadas
a ONGs de
proteção à
criança. De
acordo com a
organização
“Concerned Women
for America”, os
pais da criança
devem ser
responsabilizados
por terem
permitido à
criança realizar
aquele trabalho.
(1)
Infelizmente, o
mundo ingênuo da
criança vem
sendo explorado
pela fúria
predadora da
sensualidade
desorientada,
envilecendo a
inocência e
dignidade
infantis. Como
se não bastasse
“o caso Thylane”,
há outras
situações
polêmicas na
contenda, a
exemplo dos
cursos de pole
dancing (2) para
crianças, na
cidade do
México, e dança
“funk carioca”,
no estado do Rio
de Janeiro.
Muitas meninas
(crianças e
adolescentes)
têm aderido ao
“sexting” (3),
postando fotos
sensuais na
internet. São
meninas e
meninos que
exploram os
espaços virtuais
nos sites de
relacionamento.
Cada vez mais
cedo, e com
maior magnitude,
as excitações da
criança e do
adolescente
germinam
adicionadas
pelos diversos e
desencontrados
apelos das
revistas
libertinas, da
mídia
eletrônica, das
drogas, do
consumismo
impulsivo, do
mau gosto
comportamental,
da banalidade
exibida e outras
tantas
extravagâncias,
como espelhos
claros de pais
que vivem
alucinados,
desatualizados,
isolados em seus
quefazeres
diários e que
não podem
demorar-se à
frente da
educação dos
próprios filhos.
Compete observar
que a aberração
entre os menores
tem aumentado e
nem sempre tem
conotação
econômica,
arredando
substancialmente
a tese das
condições
subumanas a que
são jugulados os
jovens,
principalmente
nas grandes
cidades, e que
os desviariam
para o crime.
Ressalte-se que
o número de
adolescentes
infratores
egressos da
classe A (alta)
e B (média) tem
aumentado, no
mundo inteiro.
A infância é,
sem dúvida, o
período fértil
para a absorção
de valores os
mais variados. O
relacionamento
entre pais e
filhos deve ser
embasado no
amor, capaz de
suprir as
deficiências de
ambos. Nossa
responsabilidade
na condição de
pais, educadores
e participantes
da comunidade,
de maneira
geral, deve ser
voltada ao bom
emprego dessa
facilidade de
assimilação,
para a
edificação de um
mundo menos
violento.
A criança é o
amanhã, sabemos
disso. E, “com
exceção dos
Espíritos
missionários, os
homens de agora
serão as
crianças de
amanhã, no
processo
reencarnacionista
(4)”. A demanda
de redenção dos
novos tempos que
chegam há de
principiar na
alma da
infância, se não
quisermos
divagar nos
cipoais teóricos
da fantasia
exacerbada.
Precisamos
perceber no
coração infantil
o esboço da
geração próxima,
procurando
ampará-lo em
todas as
direções, pois
“a orientação da
infância é a
profilaxia do
futuro (5)”. Por
questão de
prudência
cristã, não
podemos permitir
“que as crianças
participem de
reuniões ou
festas que lhes
conspurquem os
sentimentos em
nenhuma
oportunidade,
porque a criança
sofre de maneira
profunda a
influência do
meio (6)”.
Estejamos
atentos à
verdade de que
educar não se
resume apenas a
providências de
abrigo e
alimentação do
corpo perecível.
A educação, por
definição,
constitui-se na
base da formação
de uma sociedade
saudável. A
tarefa que nos
cumpre realizar
é a da educação
das crianças
pelo exemplo de
total
dignificação
moral sob as
bênçãos de Deus.
Nesse sentido,
os postulados
Espíritas são
antídotos contra
todos os
venenosos ardis
humanos, posto
que aqueles que
os conhecem têm
consciência de
que não poderão
se eximir das
suas
responsabilidades
sociais, sabendo
que o futuro é
uma decorrência
do presente.
Destarte, é
urgente
identificarmos
no coração
infantil o
esboço da futura
geração
saudável.
O Espiritismo
propõe a
renovação
social, porém é
importante a
maturidade da
Humanidade a fim
de bancar essa
renovação como
um objetivo a
ser alcançado.
Através da sua
força
moralizadora,
das suas
convergências
progressistas,
da intensidade
de suas lições,
pela
multiplicidade
dos temas que
abarca a
Doutrina dos
Espíritos é e
sempre será a
mais categórica
de todos os
princípios
doutrinários, a
fim de
impulsionar o
movimento da
regeneração
definitiva do
homem na Terra.
Referências
bibliográficas:
(1) Hessen,
Jorge. Artigo
Educação
espírita:
Arcabouço da
futura geração
saudável,
disponível em
http://aluznamente.com.br/educacao-espirita-
arcabouco-da-futura-geracao-saudavel/
acessado em
17/05/2013;
(2) Pole dance
tem suas raízes
na dança
exótica,
strip-tease e
burlesco que têm
elementos de
apelo sexual e
subversão;
(3) Refere-se a
envio e
divulgação de
conteúdos
eróticos,
sensuais e
sexuais com
imagens pessoais
pela internet
utilizando-se de
qualquer meio
eletrônico, como
câmeras
fotográficas
digitais,
webcams, e
smartphones;
(4) Xavier,
Francisco
Cândido.
Coletânea do
Além, ditado por
Espíritos
Diversos, São
Paulo: FEESP,
1945, Cap. A
Criança e o
Futuro, pelo
Espírito
Emmanuel;
(5) Vieira,
Waldo. Conduta
Espírita, ditado
pelo Espírito
André Luiz, Rio
de Janeiro: Ed
FEB, 1997, Cap.
21- Perante a
Criança;
(6) Idem.