RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)
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Flertar com Jesus
Nem sei mais se essa
mocidade de hoje
utiliza-se dessa palavra
ou age de acordo com o
seu significado que é o
de namorar de maneira
superficial. Na minha
mocidade, que já se foi
há muito tempo, isso
acontecia. Confesso que
antes de empregá-la
recorri ao dicionário e
ela, ainda por lá,
sobrevive.
Mas vamos ao que
interessa porque você
deve estar achando
estranho o termo
utilizado: flertar
com Jesus. Sou capaz
de apostar que você
nunca o viu empregado em
relação ao nosso Mestre
e Senhor. Adianto-lhe
que não vai aqui nenhum
desrespeito e você
comprovará isso assim
que revelar meu modo de
entender nosso
relacionamento com Ele.
Primeiro, vamos a uma
pergunta: você é capaz
de citar alguns amigos
de Jesus? Permitam-me
citar alguns deles.
Evidentemente existem
muitos outros que cada
um poderia enumerar de
acordo com as suas
lembranças. Eis alguns:
Albert Schweitzer,
Francisco de Assis,
Allan Kardec, Madre
Teresa de Calcutá, Irmã
Dulce, Jan Huss, Chico
Xavier, apenas para
nomear poucos.
Qual o fator comum a
esses amigos de Jesus? A
entrega de suas vidas em
nome do amor a serviço
de seus semelhantes por
amor a Ele. Pelo menos
no meu ponto de vista
enxergo dessa maneira
lembrando o evangelho de
João, 15:14, onde
encontramos a seguinte
colocação: Vós sois
meus amigos se fizerdes
o que eu vos mando.
– Jesus.
Entre aqueles poucos que
citei e existem muitos
outros felizmente,
reconhecemos essa
atitude de dar
cumprimento a essa
recomendação Dele.
Existem muitos verdugos,
tiranos, conquistadores
brutais, que também
tiveram um séquito que
fazia exatamente o que
esses comandantes do
egoísmo, do orgulho e da
vaidade pessoal
ordenavam disseminando o
ódio, a guerra, a
orfandade, a viuvez e o
desespero por onde
passavam.
E é exatamente aí que se
inicia a profunda
diferença entre as
recomendações de Jesus
que vinham na forma de
convites amorosos para
exercitar o amor em
favor do próximo e as
ordens dos
representantes da
violência que
avassalaram o mundo e
desapareceram na poeira
dos séculos, enquanto
Ele permanece até hoje
dividindo o tempo em
antes e depois Dele.
Emmanuel, no livro
Palavras De Vida Eterna,
capítulo 174, nos ensina
o seguinte: Cristo,
porém, dispõe de amigos
reais, que se
multiplicam em todas as
regiões do planeta
terrestre, à medida que
os séculos se lhe
sobrepõem à
crucificação. E esses
amigos que existem, no
seio de todas as
filosofias e crenças,
não se distinguem tão só
por legendas exteriores,
mas, acima de tudo,
porque se associam a
Ele, em espírito e
verdade, entendendo-lhe
as lições e
praticando-lhe os
ensinos.
O que pesa de maneira
marcante é exatamente a
última condição:
praticando-lhe os
ensinos! Pelo menos para
mim é assim. Por isso
mesmo julguei mais
honesto da minha parte
considerar-me alguém que
atualmente flerta com
Jesus sem a ousadia de
considerar-me amigo Dele
por enquanto.
Não tenho nenhuma dúvida
de que Ele me espera de
braços abertos para um
dia abraçar-me na
condição de amigo. Mas
por hora, inclusive por
uma questão de respeito
para com Ele, prefiro
ficar nessa condição de
estar flertando com a
Sua figura de Modelo e
Guia da humanidade.
Se Chico Xavier que se
considerava um cisco,
embora não o fosse,
apesar da obra
gigantesca que realizou
no campo do amor, negava
que tivesse sequer visto
a figura augusta do
Senhor nas diversas
ocasiões da sua história
pessoal de vida através
da jornada evolutiva,
como posso eu atrever-me
a almejar a posição de
amigo Dele?
Por isso, ainda flerto
com Ele, observo de
longe a sua presença
para que as minhas
imperfeições não maculem
sequer a sombra da Sua
figura inimaginável por
nós no atual momento
evolutivo em que nos
encontramos, respeitando
as ressalvas dos
companheiros que já
ultrapassaram essa
condição evolutiva.
Que os amigos de Jesus
continuem auxiliando-me
para que um dia eu possa
fazer parte desse
círculo de amizades que
se amplia conforme o
desejo e a vontade do
Criador e do próprio
Cristo.
Que seja assim,
portanto. Até lá, então!